Jordananobre 12/11/2022
Um dos melhores livros da vida
Um homem que conhece Jesus e passa a se encontrar com Ele, pelas madrugadas, tem seus conceitos e preconceitos abalados pelos ensinamentos oriundos da amizade com o Nazareno.
O livro narra a trajetória desse "discípulo da madrugada" desde o momento em que ele conhece Jesus e passam a conversar, passando pela dor e o sofrimento de Jesus até a crucificação, que o protagonista chegou a presenciar.
"O dolorido da vida está grávido de beleza. O processo criativo não se alimenta do que temos." p.11 E por não ter, não ter mesmo nenhuma intenção de ler, muito menos de escrever foi que num impulso peguei este livro. Eu não procurava absolutamente nada. Passeava pela prateleira. Há livros que pulam na nossa mão. Esse foi assim, peguei-o no pulo, com o coração aos pulos.
O autor do livro, começa dizendo que não sabe "ao certo quando um livro começa a nascer." p.15 E eu acrescento, que não sei em que momento esse livro gestou em mim o encantamento, provocando uma sede de conhecer melhor os ensinamentos de Jesus.
Passado o deslumbre inicial, fui lendo e precisando a todo instante fazer marcações, voltar, reler, pois as palavras me levavam mesmo a algo novo e despertando a vontade de conhecer mais Jesus e esse discípulo da madrugada. Prenderam-me vários pontos, dentre os quais, esses três resumem:
---- Deus é descrito como um bom Pai, incapaz de nos exigir algo que fira suas lições e amor, sua essência.
----Nossa tendência é enxergar o Pai, conforme nossas misérias humanas.
----As conversas acontecerem na madrugada, o protagonista sempre seguia Jesus encapuzado.
"A Lei nos ensina, mas Cristo nos liberta"p. 28
Com uma simplicidade encantadora, permeada da já conhecida inteligência de Pe Fábio de Melo e de sua habilidade em nos envolver em questionamentos inusitados dos vários contextos bíblicos, a narrativa alterna observações sobre importantes passagens da Bíblia, como por exemplo a de Zaqueu, a qual me possibilitou outra visão do fato com questionamentos sobre a observância cega da Lei judaica.
"Mas não foi assim que me ensinaram. Passei boa parte de minha vida firmado no legalismo da regra. Nunca interpretei a obediência como um direito. Apenas como um dever. Fui privado de compreender que estar sob autoridade divina era o mesmo que ser amado." p.91
E é num contexto de revelar que Deus é Amor e revela isso por meio do Filho, que a história vai se desenrolando e encantando. O discípulo da madrugada sofre junto com Jesus, compara-se a Pedro, e tira lições valiosas dessa convivência, chegando a representar (ou não) cada um de nós cristãos em nossa relação com Deus.
"Tenho compreendido que muitos se escondem porque desejam ardentemente ser encontrados".
Um livro perigoso, num sentido positivo da palavra. Provocante. Para ser lido, relido, presenteado. Um lição. Muitos ensinamentos. O livro que não cabe numa resenha. Não numa só leitura. Reler não basta. Um livro para
amar. Amar como Jesus amou.