Deghety 14/05/2019Stoner.
Obviamente que o conteúdo dessa obra não pode ser resumida à uma frase, mas se pudesse, a grosso modo, seria "amor à profissão". E isso ganha um destaque maior por essa profissão se tratar da literatura e da docência.
Stoner é um personagem que vive dentro de dois universos paradoxais:
O cinzento de sua vida particular e as cores vívidas que a literatura e a docência o trouxeram.
Bill Stoner foi vitimado e agraciado pelo ação de impulso apaixonado.
O livro é causa uma sensação estranha de angústia e tristeza pela vida sombria de Stoner até certa altura, mas depois toma ares de alívio e sensação de "objetivo concluído".
Agora vou falar de Edith, mulher do Stoner. Sempre procuramos justificativas para tentar compreender o porquê das pessoas serem como são, nesse caso eu não consegui ser empático com a personagem por achar a procedência da sua personalidade insuficiente para ela ser a doença que é ela, ainda mais por não apresentar o mínimo de esforço para mudar. Quando uso a palavra doença, é porque não existe quem não adoeça ao lado de pessoas desse tipo. Enfim, sobre a escolha de Stoner, que a paixão pela literatura o fez praticamente virar as costas a seus pais. Esse trecho é forte e doído, quase podemos sentir a decepção e desesperança de seus pais. Portanto essa escolha foi a tomada de rédeas de sua vida que, apesar de algumas consequências ruins, fundamentou sua existência.
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"Há guerras e derrotas e vitórias da raça humana que não são militares, nem ficam registradas nos anais da História.
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A Grande Depressão e as duas guerras mundiais são os panos de fundo históricos mais importantes que o livro abordam, mas são tratados de forma quase sutil nos seus significados, portanto são de suma importância para o desenrolar do romance.
Recomendo o livro especialmente para os amantes da literatura.