Flores da ruína

Flores da ruína Patrick Modiano




Resenhas - Flores da Ruína


32 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


spoiler visualizar
comentários(0)comente



Fabrício Cardoso 16/01/2024

Um homem que se funde ao muro
Modiano segue aqui percorrendo Paris atrás do passado que se materializa, difuso, em suas ruas. A partir de um casal que se suicida de forma extravagante no Quartier Latin, sai em movimento pela cidade, buscando nexos que se recusam a aparecer. É a geografia sentimental de um tempo ao qual já não mais se tem acesso. Ao lado de Remissão da Pena e Primavera do Cão, compõe o que se chama de trilogia essencial desse prêmio Nobel, famoso por ser laureado escrevendo, segundo os maledicentes, sempre o mesmo livro: a Paris fraturada pela ocupação nazista. Como em Dora Bruder, a busca da memória é em si um esforço honroso contra a brutalidade. Deixo aqui a perfeita metáfora escrita ao fim do livro, quando o narrador observa um sujeito da janela. "Então houve um fenômeno, para o qual tento hoje encontrar uma explicação. A lâmpada do poste que do alto iluminava a escadaria se apagou de súbito. Pouco a pouco aquele homem se fundia ao muro, ou então a chuva, de tanto cair sobre ele, apagava-o, como a água dilui uma pintura que não teve tempo de se fixar".
comentários(0)comente



juuuwidy 17/12/2022

"De que adiantava tentar resolver mistérios insolúveis e perseguir fantasmas,
quando a vida estava ali, em toda sua simplicidade, sob o sol?"
comentários(0)comente



Ster 24/04/2022

"Sob a luz do entardecer, tive a sensação de que os anos se confundiam e o tempo se tornava transparente".

Flores da Ruína, segundo livro da Triologia Essencial, de Patrick Modiano.

Me sinto até mal em colocar uma nota tão baixa, mas infelizmente para o agora é o que temos. ??

Neste segundo volume nos são apresentadas diversas lembranças do autor, que passam por sua infância até a vida adulta, de pessoas e lugares, que de alguma maneira são relacionadas (por mera suposição ou coincidência) a uma tragédia ocorrida anos antes. Os relatos são curiosos, mas a narrativa é muito cansativa; é como uma espécie de conversa informal, sobre coisas que parecem interessantes, mas que são contadas de maneira desinteressante e sem pretensão de serem compreendidas.

É como o trecho citado, os anos se confundem e tudo começa a ficar transparente num emaranhado de lembranças.
DANILÃO1505 06/06/2022minha estante
Parabéns, ótimo livro

Livro de Artista

Resenha de Artista!




luizhenrique.dourado.1 11/04/2022

Recortes desconexos
Embora seja apresentada uma ideia de trama no início do livro, o misterioso suicídio de um casal, depois se revela uma espécie de armadilha, pois é absolutamente esquecida. O livro, então, não tem trama, é um apanhado de recortes desconexos. O problema não são os recortes desconexos, há livros que utilizam bem esse estilo. Contudo, aqui, não há nada que se extraía, nenhuma frase vale o destaque, pelo contrário, em momentos assemelha-se a um guia de turismo “desci na rua tal, andei cinco minutos pela rua y, parei no café x, peguei a condução w, pelas margens…” São infinitas as citações de ruas, que se tornam cansativas até provavelmente para quem mora em Paris. O protagonista, em primeira pessoa, não gera empatia em algum momento, pois ele pouco aparece também no meio de tantos recortes e citações de ruas sem sentido. Não tenho problema com livros “difíceis”, não exijo na leitura a existência de uma linearidade, ou estrutura narrativa clássica, mas aqui não há nada além de confusão e enfado. Um dos piores livros que li, ironicamente escrito por um prêmio Nobel.
comentários(0)comente



Paulo Sousa 27/03/2022

Leituras de 2022

Flores da ruína [1991]
Orig. Fleurs de ruine
Patrick Modiano (??, 1945-)
Record, 2015, 144p
Trad. Maria de Fátima Oliva do Coutto
_____________________________
?No instante em que chegamos à Rive droite, após ter atravessado a pont du Carrousel e os arcos do Louvre, dou um suspiro de alívio. Nada mais tenho a temer. Deixamos para trás a zona perigosa. Sei bem que se trata apenas de uma trégua. Um dia terei de prestar contas. Experimento um sentimento de culpa cujo motivo permanece vago: um crime do qual participei na qualidade de cúmplice ou de testemunha, não saberia dizer com exatidão? (Posição Kindle 810).
.
?Flores da ruína? é o segundo volume da chamada Trilogia Essencial, do escritor francês Patrick Modiano, prêmio Nobel de 2014. É o terceiro livro dele que leio (os outros foram o muito bom ?Para você não se perder no bairro? e o bom ?Remissão da pena?, justamente o primeiro da trilogia), mas a mesma temática segue o estilo do autor, acostumado a lidar em seus romances com memórias antigas, reconstruídas graças ao referencial geográfico da cidade de Paris, onde os livros são ambientados.
.
Neste volume, Modiano busca reconstruir um evento trágico no distante ano de 1933, quando ocorreu o duplo suicídio de um jovem casal na periferia parisiense. É uma tarefa hercúlea, tendo em vista terem passado cerca de 30 anos do acontecido, halo temporal suficientemente grande até mesmo para a memória, essa pregadora de peças.
.
Narrado em primeira pessoa, Modiano utiliza a técnica da pergunta para ir reconstruindo aquele evento onde o autor entremeia as próprias memórias, que se misturam àquela em particular, sendo muitas delas ligadas a andanças aleatórias pelos ?arrondissement? da Paris dos anos 30, levando o leitor a círculos e mais círculos (uma alusão à forma de caracol de Paris?) cujas camadas vão rejuvenescendo a tinta da memória.
.
Modiano demonstra sua habilidade narrativa com o conhecimento de fato da cidade. Você como que se vê errando por Paris, flanando pelas margens do Sena, pelos boulevards, pelas places, absorvendo a atmosfera local. E nessas andanças, ele busca exorcizar os fantasmas que inevitavelmente levam-no a recobrar a culpa por, de alguma forma, ter sido cúmplice daquele crime do qual jamais se esqueceu, fazendo uma espécie de registro memorialístico misturado com romance policial.
.
Olhando os comentários no Skoob sobre este livro, me chamou a atenção pela quantidade de leitores frustrados com a leitura de ?Flores da ruína?. Bem, não os culpo. De fato, a escrita de Modiano pode não ser uma boa para os leitores que preferem estórias mais dinâmicas, com mais cores e entreveros. Isso porque, à semelhança de um John Banville ou um Julian Barnes, Patrick Modiano tem uma escrita lúgubre, monotemática, saudosista, características que não agradam a todos. Eu não posso dizer que seus livros sejam maravilhosos e marcantes, mas há neles um quê de beleza suficientemente grande para instigar a caminhada por Paris e as muitas memórias encravadas por suas ruas. Vale!
comentários(0)comente



João Paulo 14/02/2022

Recorte
Minha impressão foi de um recorte de emoções do autor para experiências que em um primeiro olhar pareceram desconexas. Mas ao fim me pareceu interessante o que ele viveu e lembrou nessa "investigação".
A experiência de leitura não foi perfeita, menos interessante que o anterior, mas vale a leitura.
comentários(0)comente



Helena Fraga 02/02/2022

Uma mente acelerada
O livro difícil de acompanhar, com a narrativa seguindo o fluxo desordenado de memórias do narrador em três momentos diferentes, além do momento presente, e eu como leitora se virando para encaixar esse quebra-cabeças de memorias do narrador, que só entende quem tem uma mente acelerada e indomável mesmo.

Parece que o narrador vai despejando o que lhe vem a mente, enquanto passeia pela cidade, todas as lembranças que cada lugar desperta, numa sequência de associações de ideias, uma lembrança puxando outra, e não necessariamente com alguma ordem.
comentários(0)comente



bernardo 30/12/2021

Confuso
Ótima leitura!! Senti como se eu tivesse alzheimer e demência. Como se eu estivesse lendo depois de ter tido um avc. Dei uma estrela por pena mesmo
comentários(0)comente



Gustavogl 17/06/2021

É uma investigação? É uma autoficção? É um city tour? Não. Não é nenhum dos três. E nem sei se tentou ser. Penso que foi alguma experiência que não me apeteceu. O livro começou bem com uma cena do crime instigante porque aparentava ser algo passional depois de uma farra entre casais. Depois ele vira uma visita guiada por Paris.
O Modiano deve ter tentado criar alguma coisa: sabe aquela ideia que você executa e ninguém entende?
comentários(0)comente



romulorocha 18/05/2021

Flores da ruína, de Patrick Modiano - Nota 8/10
Patrick Modiano é um escritor francês reconhecido mundialmente, principalmente, após ser laureado com o prêmio o Nobel de Literatura de 2014. Boa parte das obras do autor tem como cenário principal a Segunda Guerra Mundial e a ocupação da França pela Alemanha nazista.

O pano de fundo para Flores da ruína é o suicídio misterioso do casal ?T? no início dos anos 1930. Três décadas depois, Pacheco, tenta remontar o cenário deste episódio e encontrar um desfecho para a morte do casal.

Contada por um narrador sem nome, que em muitos momentos se envolve na trama e some simultaneamente, Flores da ruína tem bem mais a dizer do que apenas sobre a morte misteriosa de um casal. E talvez a chave para a compreensão do que o autor deseja comunicar esteja no intervalo histórico entre a morte do casal T e o período em que a trama é narrada.

#resenhasdoromulo
#floresdaruina
#patrickmodiano
#romancefrances
comentários(0)comente



Marcos Nandi 15/03/2021

Péssimo!
Deus do céu que livro ruim. Um dos piores que já li.

Não é o primeiro livro que leio do autor e até então, não entendi como ele levou o Nobel da literatura.

O livro faz parte da trilogia essencial (são livros independentes entre si), mas é um livro muito chato.

O livro vai dar conta de um casal que comete suicídio no ano de 1933. Trinta anos depois o narrador tenta recontar a história para descobrir os verdadeiros motivos do suicídio. Legal né?. Sim, ótimo. Mas fica só na premissa.

Não há nada solucionado. É verborragico ao ponto de me lembrar Umberto Eco em " número zero" (outra bomba).

Além dos personagens jogados no meio da história, apáticos e sem nenhuma narrativa, o livro peca em descrever as belas ruas de Paris.

Apesar do livro ser fino, custei para terminar pelo fato de ser mal escrito e chato.
Edson Medeiros 21/03/2021minha estante
Incrível como é quase unanime a decepção com este livro. Ainda não li outros livros de Modiano, mas realmente faz questionar os méritos a respeito do Nobel. Premissa interessante, livro chatíssimo, desenvolvimento truncado, não consegue chegar em lugar nenhum, não é capaz nem de nos fazer conjecturar conclusões porque está tudo solto.




Edson Medeiros 14/03/2021

Expectativas arruinadas
O livro “Flores da ruína” é o segundo volume de uma trilogia de obras ficcionais, carregadas de elementos autobiográficos, escritas pelo francês Patrick Modiano, laureado Nobel de Literatura em 2014. Trata-se de uma obra que transita entre um caderno de memórias e uma investigação policial, por isso o constante fluxo temporal, dividido entre passado e presente, onde o suspeito duplo suicídio de um casal, em Paris, é apenas um pretexto para que um escritor de meia-idade (ater ego de Patrick Modiano) inicie uma busca por si mesmo.

Em meio a essa busca, a cidade de Paris é apresentada como testemunha silente do misterioso suicídio, da ocupação nazista e do desenvolvimento do escritor – cheguei a pensar em “Flores da ruína” como uma espécie de romance de formação tardio, mas não cheguei a uma resolução. Fato é que Modiano coloca Paris no papel principal deste livro, é como se cada monumento, edifico histórico, ou mesmo cada beco periférico da cidade nos aguardassem para revelar os segredos dos quais são concretos guardiões.

Em “Flores da ruína”, a história principal é apenas um pretexto para contar diversas outras histórias que tem como pano de fundo a Cidade Luz. Essas histórias são narradas a partir de fragmentos, conectando personagens e fatos em décadas diferentes, mas essas histórias nunca são reveladas por inteiro. A sensação é de que sempre está faltando algo, uma peça essencial para juntar todos os mosaicos montados pelo autor.

Confesso que senti grande dificuldade em continuar a leitura, simplesmente não consegui me conectar com os personagens, o mistério sobre o suicídio e sobre as pessoas que passam pela vida do escritor são realmente interessantes, mas o estilo narrativo de Modiano me deixava constantemente desconectado.

No final, ter em mãos um livro com o famigerado selo Nobel na capa, costuma criar demasiada expectativa. Decerto, nem sempre essa expectativa será correspondida, o que não quer dizer que não exista valor na obra ou que possamos condenar o autor.

Para não ser leviano e afastar a tentação de questionar os méritos observados pela Academia para decidir premiar Modiano, especialmente por ser minha primeira experiência com o autor, deixarei em aberto minha opinião geral. Mas, depois de “Flores da ruína”, certamente não voltarei a lê-lo tão cedo.
comentários(0)comente



Lusia.Nicolino 27/02/2021

Há na escrita de Modiano uma mistura de elementos autobiográficos e ficcionais. Quando estamos quase confortáveis com as coincidências: aniversário, a perda do irmão que tinha apenas dez anos, o pai judeu, os caminhos percorridos na Paris apagada pela ocupação durante a guerra, tropeçamos em elementos ficcionais. E é aí que está a graça de uma leitura de poucas horas. A incompletude, a descoberta, a tranquilidade para seguir o narrador que, em primeira pessoa, vai reagrupando suas memórias.
Flores da ruína começa com o suicídio de um jovem casal. Entre o momento do fato e os trinta anos depois em que o narrador persegue suas lembranças, sem más intenções, damos um passeio pelos cafés, parques, fachadas de prédios. A leitura é um enxergar de fotogramas em um carrossel de slides. Acomode-se, depois desse ainda haverá Primavera de cão e então, a trilogia estará completa.

Quote: "...ele me convidou ao cinema para assistir a Lola, a flor proibida e Adeus, Philippine, que deixaram uma bela lembrança... Tenho a sensação de que as nuvens, o sol e as sombras de meus vinte anos continuam vivos, por milagre, nesses filmes. Em geral, só conversávamos sobre livros e filmes, mas naquela noite fiz alusão a meu pai e suas aventuras durante o período da Ocupação: o armazém do cais da estação de trem, Pagnon, o bando da rue Lauriston..."


site: https://www.facebook.com/lunicolinole
comentários(0)comente



anoca 22/01/2021

?????????????????
fluxos de pensamentos que não chegam a lugar algum, não respondem nada, apenas deixam mais pontas soltas que espero serem esclarecidas no próximo volume pois este serviu exclusivamente para me deixar impaciente
comentários(0)comente



32 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2 | 3


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR