Léo 16/09/2016
Enredo fascinante e envolvente
Olá meus amigos, estão preparados para uma aventura? Que tal se desta vez o destino nos levasse ao universo nórdico acompanhados de uma valquíria que, em sua jornada, tenta desvendar seu próprio passado e compreender o poder do grande deus Odin para conseguir escapar do Ragnarok? Assim como em tudo na vida real, as runas evidenciadas nessa história guardam um segredo e a corajosa valquíria apresentada ao leitor precisa tomar uma decisão. Componentes tão conhecidos como as guerras, o poder, o declínio, o objetivo e a perdição, estão presentes neste enredo impressionante. ''Estou por toda parte, tanto podendo ser tudo, quanto podendo ser nada. Se me percorres, sou o aprendizado e a solidão, se me vives, sou a razão ou o sentimento, e se me almejas, sou a incerteza e o inevitável''. Sejam bem-vindos, os convido a conhecerem ''O Segredo das Runas - A Escolha de Uma Valquíria'' obra do autor parceiro Caio Rodrigues Alves.
Pra começar este artigo relacionado ao livro do querido autor Caio Rodrigues Alves, é necessário passar a definição de alguns itens importantes para que o processo de análise seja entendido com mais clareza.
Mitologia nórdica: (Era dos vikings), coleção de crenças e conjunto de lendas pré-cristãs dos povos do Norte europeu;
Odin: Principal deus da mitologia nórdica, deus da sabedoria, da guerra e da morte;
Ragnarok: Apocalipse da era nórdica;
Runas: Antiga forma de escrita da Europa do Norte que serve como alfabeto e simbologia;
Midgard: Mundo dos homens;
Valquírias: mensageiras do deus Odin. Têm a missão de escolher e recolher ao castelo Valhalla, os heróis que morreriam na batalha do Ragnarok.
A aventura fantástica tem o foco de alcance na mitologia nórdica. Odin, enviado do deus da Guerra é parte essencial do Ragnarok. Nesta história das ''Runas'' escrita pelo autor Caio Rodrigues Alves, a valquíria Arthenis enuncia muito mais do que a sua missão de escolher e recolher os heróis que morreriam na batalha do Ragnarok. A personagem exterioriza durante a sua jornada, um misto complexo de humanismo e conhecimento em meio a um grande cerne de guerra, segredos e ódio. Sophie, integrante de Midgard que se lança no universo fantástico em busca de respostas tão conexas quanto as de Arthenis, também participa efetivamente da pujante aventura. Nesta congênere natureza, ambas, mesmo em lados e tempos opostos, observam que apesar da distância entre os paralelos a realidade sempre será a mesma.
Neste ano, particularmente, li algumas obras relacionadas a mitologia nórdica, todas elas muito bem contadas por seus autores. Em ''O Segredo das Runas'' novamente adentrei a este universo mágico repleto de ícones peculiares com suas importâncias, tanto dentro do eixo histórico quanto no núcleo de enredo construído pelo autor. É um envolvimento contínuo. A energia que esse conjunto de crença remete sobre o mundo atual é sensata. O equilíbrio consequente às ações de alguns dos guerreiros é percebido e entendido tão logo o leitor adentra com profundidade em suas missões. Todo o processo anfêmero dos vikings, o comportamento de Odin – mestre das runas secretas –, e o Ragnarok do século VII, são expostos de uma forma muito expressiva, envolvente e preceptoral. É claro que, sem dúvidas, não se pode deixar de destacar toda a evolução que o autor exibe na obra. A excelente escrita – de modelo histórico em muitos momentos – dá ao livro o seu ar pedagógico literário.
O autor sabe explorar muito bem os elementos que utiliza em sua história. Os personagens apresentam uma sensibilidade maravilhosa, assim como a narrativa, que se mantêm impressionável por todo o período. O leitor tem a convicção de estar acompanhado de pessoas reais, que erram, acertam e agem tão naturalmente quanto qualquer um de nós. A narrativa é sempre feita em 1ª pessoa e em vários momentos é alternada entre o mundo fantástico da era de Asgard e o mundo real – mais precisamente o ano de 2003 – momentos em que a simpática, porém insegura personagem Sophia Campbell, jovem médica, narra os seus instantes. O leitor percebe que assim como a personagem, acaba também se apegando ao livro. ''O Segredo das Runas'' é uma considerável alta para a literatura fantástica nacional, visto que Caio Rodrigues Alves, com simplicidade e precisão, demonstra técnica e talento ao indicar de maneira verossímil ferramentas necessárias para as escolhas da vida. Enganam-se aqueles que pensam que a leitura é fadigante e que a história é apenas mais uma recorrência que retrata o Ragnarok e as batalhas entre os povos nórdicos. Assim como nos revela a premissa, duas histórias são contadas no livro alternadamente, e elas se correspondem imediatamente, fazendo a perfeita comparação das realidades simbolizadas. É muito interessante e diferente a maneira com que o autor coordena a progressão de seu enredo ao ponto em que, de um lado, uma realidade mundial da atualidade – o atentado de 11 de setembro aos Estados Unidos – destrincha consequências despropositadas e radia a debilidade quanto aos interesses e glorificação de valores nacionais, de outro, o crepúsculo dos deuses desenreda em Arthenis dúvidas desregradas sobre diversas questões sociais de sua era.
Muitos pontos importantes são enxergados na obra de Caio Rodrigues Alves, a exemplo da natureza humana que, em sua formação, aprende a ter a ganância pelo poder mesmo que para isso seja necessário constituir guerras e acarretar mortes; a filosofia e conduta dos povos; as lendas que utilizam em suas terras para construir o equilíbrio entre o medo e a glória; os deuses e seus poderes, usados sempre como o ponto culminante entre tudo e todos. O uso inteligente das valquírias no enredo, interfere diretamente no modo de pensar do leitor, que tão logo se pega imaginando a importância da figura feminina em meio as grandes batalhas – históricas ou não. Percebe-se também que fica muito bem apresentado o oportunismo das grandes nações em relação a formação dos conflitos.
A aparição do jovem Lif, personagem de 10 anos, órfão, faz o autor persuadir diretamente com a valquíria Arthenis, deixando-a mais humana ao extrapolar sentimentos de admiração a cada instante de convivência com o menino. O humanismo entra em jogo e a personagem supera sua capacidade de transformação da realidade natural e social. Modelos eficientes de formação são observados imediatamente: a busca por um objetivo e equilíbrio, o comprometimento, a precisão, o aperfeiçoamento e a demonstração de valores emotivos.
O sentido para a escolha do título já é bem aclarada pelo autor em meados do enredo. Esse significado impressiona, é fascinante. O enredo é muito bem explicado e coerente, detalhado e preciso.
Assim como muitas vezes mencionado em obras que entrajam a mitologia nórdica, os argumentos persuasivos que embatem as forças da natureza contra as forças brutas do homem se fazem presente em ''O Segredo das Runas''. Esta roupagem estrutural do enredo torna a leitura muito eficaz e progressiva. Muitas reflexões acerca das próprias dúvidas da humanidade preenchem a obra. Cada um tem uma função na sociedade e uma filosofia para a sua vida. Os personagens secundários, participativos e vultosos, afirmam o valor da beleza de enredo, que fascina demais. É válido ressaltar que a escrita é rica, receptiva e acurada e que, com uma conclusão brilhante, o autor assevera que somos na verdade o resultante relativo das rivalidades e decisões dos antecedentes, sejam do mundo real ou fantástico. O equilíbrio entre essas realidades só existe quando equiparadas lado a lado afim de gerar mudanças satisfatórias. Uma das mensagens que mais impressionam em ''O Segredo das Runas'' é aquela que retrata a verdadeira face da raça humana: o mundo precisa de mais amor!
O autor apresenta uma obra muito gostosa de se ler. O aprendizado com as duas histórias simultâneas envolvidas no mesmo eixo, estabelece a conexão do leitor com o mundo que o cerca. Ao término, respostas para muitos questionamentos aparecem e a certeza de uma consciência mais talhada envolve aquele que lê. Caio Rodrigues Alves detalha as runas e o significado dos nomes dos personagens nas últimas páginas do livro para matar a curiosidade do leitor. A revisão da obra está caprichada, não encontrei pontos que prejudiquem a leitura, mas sobre a capa, poderia ter sido mais bem trabalhada. Entretanto, certamente é mais uma obra merecedora de cinco estrelas e muitos créditos que TEM A MINHA INDICAÇÃO.
''Sabe Arthenis... Eu estou imaginando um maravilhoso mundo novo... Um mundo sem muitos deuses... Talvez apenas um representando as melhores características dos homens... No qual possam depositar seus melhores sentimentos e usá-los como conforto em momentos de aflição. E, quem sabe, através dele, passem filosofias de amor e paz... Onde o sacrifício apenas seja em prol do amor... Onde haja uma vida eterna em que possam continuar ao lado das pessoas que amam...''
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