spoiler visualizarBeatrizbya641 20/12/2023
''Eu era uma Bea diferente. A melhor Bea. Sinto falta daquela Bea''
Li sem expectativa nenhuma, inclusive minha única motivação para a leitura foi o nome da protagonista (fútil? Talvez, mas enfim).
Ainda não consegui definir se gostei ou não, mas foi uma história que me trouxe um misto de emoções e reflexões.
Beck: Meu personagem favorito da história. A dualidade de sentimentos que o dividia entre ceder as suas compulsões e o desejo de progredir no tratamento despertaram uma verdadeira agonia em mim, quase como se as compulsões e o anseio em ficar bem fossem meus.
Doce, gentil e com um grande coração, pois apesar de todo o sofrimento que passou e que o afetou profundamente, teve amor o suficiente em seu coração para entender a compulsão de stalker de Bea e perdoar a desprezível Lish. Qualquer pessoa que tenha ou conheça alguma pessoa com algum tipo de doença mental entende o quanto é difícil que essa pessoa consiga se desvencilhar de suas próprias dores para enxergar e entender a dor dos outros. Portanto, essa característica dele conquistou meu coração. Dificilmente gosto de um personagem a ponto de sentir aquela vontade de ‘’guardá-lo em potinho’’, e com Beck senti isso desde o primeiro momento em que ele foi apresentado na história. Gostaria de um prólogo onde ele estivesse com um progresso considerável, e de preferência sem a existência ou presença da Lish.
Bea: personagem complexa, em muitos momentos me identifiquei com seus pensamentos, mas na maior parte do tempo foi difícil entender suas compulsões. Com as devidas explicações ficou mais fácil compreender e sentir empatia por ela. Não entendo o bastante sobre Toc para entender a relação disso com o stalking, por isso resolvi pesquisar um pouco para entender essa necessidade específica da personagem, já que suas outras compulsões foram explicadas no decorrer do livro. Ajudou a compreender um pouco, mas quero me aprofundar mais.
Lish: Desprezível, insensível e egoísta. Não me refiro ao fato de ela ter traído a confiança de Bea e entregado o caderno ao Austin e a Sylvia, pois realmente limites de ética e privacidade médico-pacientes foram ultrapassados, e o TOC estava avançando de forma incontrolável. Porém, muito antes de entregar o caderno Lish foi extremamente desagradável, venenosa e invejosa. Claro, a carga de estresse e empatia para aqueles que convivem com pessoas com doenças emocionais é árdua, e tem momentos em que a paciência e o ressentimento por nunca ser o foco de uma situação acabam extrapolando os limites das relações, mas inconcebível a agressividade e tentativas de deixar a Bea mal.
Por último e não menos importante, o preconceito dela com o Beck foi imperdoável. Por mais incomodada que ela estivesse com a amiga, Beck não tinha nada a ver com suas questões mal resolvidas.