Jucier0 12/03/2017
Maravilhoso
Lembro-me que antigamente, quando ainda não conhecia música como agora, ouvia falar de Elis Regina e me vinha à cabeça Como nossos pais e Fascinação, mas também vinha a ideia de uma pessoa drogada que morreu de overdose.
Anos mais tarde, por causa de Maria Rita e da semelhança vocal com a mãe comprei o disco Transversal do Tempo e a partir daí nunca mais parei de ouvir Elis. Então comecei a assistir a todos os vídeos, a ouvir todos os discos e a compreender que ali estava a maior cantora que o país já teve.
A sua morte, tão prematura, sempre me trouxe uma tristeza inexplicável, como se ela fosse alguém que eu conhecesse, que fosse uma amiga. Mas ela se foi bem antes de eu nascer. Mas a sinto viva todas as vezes que a ouço. Ela é uma das cantoras da minha vida e essa biografia faz jus a ela. Toda a sua história, seus altos e baixos, sua insegurança em níveis estratosféricos, sua bipolaridade e até um certo mau-caratismo em algumas passagens. E, principalmente, a desmistificação com sua relação com as drogas. Afinal de contas, Elis não era uma drogada. Era até careta, brigava com quem consumia drogas e até ameaçava de demissão os músicos que chegassem cheirando a maconha ou similares. Entrou nesse mundo apenas dez meses antes da sua morte para tentar curar sua insegurança e viveu tão intensamente isso que passou a consumir cocaina como se não houvesse o amanhã, resultando naquele fatídico 19 de janeiro de 1982, que parou o Brasil.
Fico imaginando como seria a Elis de hoje caso ela não tivesse morrido. Quais músicas estaria cantando e se ainda seria relevante para a nossa música. Mas são apenas exercícios de "se". O que resta mesmo é a lembrança de uma cantora de técnica e emoção apuradas, de extensão inigualáveis, com músicas que marcaram a história da música brasileira.
A maior cantora do país!!!