O Tom Ausente de Azul

O Tom Ausente de Azul Jennie Erdal




Resenhas - O Tom Ausente de Azul


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Thais645 26/11/2021

Inteligente, envolvente, surpreendente
Adorei esse livro! Super bem escrito, com personagens maduros e dramas reais, a autora narra a história de Eddie, que vai para Edimburgo em uma temporada de trabalho, onde conhece o casal Sanderson e Carrie. Os personagens são complexos e profundos, a história de cada um deles é interessantissima, que vai sendo contada junto com o desenrolar da história dos três. A narrativa tem um sentido, mas muitas vezes é não-linear, e a autora consegue fazer isso de uma forma espetacular, sem deixar a história confusa. E tudo isso entremeado de muita filosofia e discussões filosóficas! Super recomendo!
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Christiane 24/07/2021

O enredo é simples. Edgar viaja para Edimburgo para fazer uma trabalho de tradução dos manuscritos do filósofo David Hume. Ao chegar lá ele conhece por acaso o filósofo Harry Sanderson que é casado com uma pintora, Carrie. A partir daí tudo muda para Edgar a começar do seu jeito de viver que é programado e sistemático até um mergulho em seu passado.

Edgar passou por um colapso nervoso na Universidade e desde então procura se manter longe de emoções e da desordem, mas Sanderson é o oposto, anárquico, paranoico e está passando por uma crise autodestrutiva. O encontro destes dois é o que há de brilhante no livro, principalmente Sanderson que irá questionar o que é ser feliz? se a felicidade existe?

Será diante das atitudes, comportamento e do que diz Sanderson que Edgar terá que enfrentar seus próprios conflitos. Ele é mais velho e mais vivido que Edgar e traz toda uma gama de experiência de vida que traz para o real o que costumamos romancear, transformar em ficção ou algo belo, na tentativa de não se confrontar com a velhice, com as frustrações, com as perdas e faltas. Sanderson revela como nos valemos de consolos e da imaginação para escapar ao real da vida.

O final deixa claro que o "vivemos felizes para sempre" é algo ilusório, mas ao chegar ao fim do livro percebemos em nós mesmos como torcemos para que isto aconteça, como desejamos continuar dentro deste imaginário. O quanto estamos sempre criando o tom ausente de azul.
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Valéria 01/09/2020

É um livro encantador. Os personagens são complexos e carregam consigo a marca do sofrimento e da dor, numa narrativa amarga, sombria e de profunda tristeza. Se aproxima dos meus queridos russos com o contumaz desnudar dos sentimentos humanos a partir de debates que argumentam e contra-argumentam teorias de filosofia, que vao desde Hume até Sartre. É uma viagem que demanda atenção em cada linha, e ainda assim, ou talvez por isso, é fascinante.

O titulo do livro se refere à capacidade de reconhecer um tom de azul mesmo sem nunca te-lo visto, apenas intuindo sua existência a partir de outros tons.
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Ruh Dias (Perplexidade e Silêncio) 30/05/2017

Já li
Desde a época do Ensino Médio, Filosofia é um assunto que me interessa muito. Ao ler algumas resenhas de "O Tom Ausente de Azul", de Jennie Erdal, fiquei curiosa em ler uma obra que misturasse ficção e debates sobre filosofia de um jeito leve e descomplicado. Assim, este post é minha opinião sobre o livro.

Jennie Erdal, durante muitos anos, foi uma ghostwriter, ou seja, era contratada por pessoas para escrever suas obras, mas não era creditada na capa nem em nenhum outro lugar. Depois de vinte anos nesta carreira, que ela revezou com traduções do russo para o inglês, Jennie finalmente resolveu lançar-se como escritora de ficção.


O livro é contado a partir do ponto-de-vista de Edgard Logan. Edgard é apaixonado pelos trabalhos do filósofo David Hume e encontra uma oportunidade de traduzir suas obras do inglês para o francês, sua língua nativa. Para isso, ele muda-se de Paris, onde mora, para Edimburgo. Ao chegar em Edimburgo, ele conhece em uma festa de filósofos um professor chamado Harry Sanderson e sua esposa, Carrie.

No início da narrativa, o leitor é mais apresentado a Sanderson do que ao próprio Edgard. Sanderson está senil e frustrado com sua atividade de professor de Filosofia e, depois que seu caso extraconjugal de doze anos termina, ele fica amargo, emotivo, depressivo e furioso. Edgard, por não conhecer mais ninguém em Edimburgo, não consegue afastar-se de Sanderson, mesmo com sua presença pesada e incômoda.

Sanderson e Edgard fazem o papel de Sócrates e Platão na estória, onde debatem, argumentam e contra-argumentam teorias de filosofia, que vão desde o já mencionado David Hume até Sartre, Montpellier, Tolstói, Piaget, entre outros. Em seus encontros carregados de negativismo por conta de Sanderson, eles refletem sobre o amor, o casamento, a fidelidade e, principalmente, a felicidade.

"- É, mas você não acha que damos importância demais à felicidade? Tornou-se uma espécie de culto, uma droga. Não concorda? Nos deixa com medo da tristeza. Nós a empurramos para longe." (O Tom Ausente de Azul, de Jannie Erdal)

Aos poucos, o leitor vai conhecendo a história passada de Edgard, através do que ele desabafa com a esposa de Sanderson, Carrie. Edgard sofreu um colapso nervoso na época da faculdade e, desde então, tornou-se uma pessoa fechada e isolada, que teme os relacionamentos interpessoais e os sentimentos que deles derivam. Carrie é o seu oposto: sensível, artista, eloquente, expressiva e aberta. Uma relação de amizade logo se estabelece entre os dois, a princípio com o objetivo de "salvar" Sanderson de si mesmo.

Edgard logo percebe que, em sua jornada para traduzir David Hume, ele irá se re-conhecer. Vários eventos estranhos provocados por Carrie e por Sanderson fazem com que Edgard, aos poucos, abra-se para o relacionamento com ambos, descobrindo novas versões de si mesmo. Ele também passa a questionar a vida solitária que leva e, ao longo da estória, não quer mais voltar para Paris.

"Foi meu pai quem me convenceu, tanto por exemplos como pela argumentação, que, embora passemos a maior parte do nosso tempo com outras pessoas, essencialmente vivemos nossas vidas sozinho." (O Tom Ausente de Azul, de Jannie Erdal)

Sanderson é uma personagem intragável e o leitor compreende facilmente o desconforto que Edgard sente ao lado dele. Presença maciça e densa ao longo do enredo, é aflitivo acompanhar a queda de um homem em seus próprios fracassos. Por outro lado, acredito que a personagem de Carrie pudesse ter sido mais explorada, pois sua personalidade volátil e suas emoções à flor da pele geravam momentos interessantes na leitura.

É fácil notar as notas biográficas de Jennie Erdal ao enredo. Assim como ela, Edgard é tradutor e o livro é permeado por diversas reflexões das complexidades e dificuldades desta profissão. Confesso que, ao terminar a leitura, procurei saber sobre o tradutor do livro para o português, Pierre Menard, pois senti que a atividade dos tradutores deveria ser mais valorizada.

Como estória de ficção, este livro é basicamente sobre os conflitos das pessoas com elas mesmas. É um livro de tom mais existencialista e melancólico. Como "aula" de filosofia, é uma excelente opção para desmistificar que Filosofia é sempre chato e difícil, pois Jennie Erdal consegue abordar diversos assuntos e filósofos de um jeito fluido, gostoso e simples.

É uma leitura que eu recomendo, principalmente pelo carisma de Edgard.

site: http://perplexidadesilencio.blogspot.com.br/2017/05/ja-li-43-o-tom-ausente-de-azul-de.html
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MCTS 21/02/2016

Enredo discreto, passagens inspiradas (algumas) e resultado quase satisfatório.
O livro descreve em linguagem fluida os percalços de um ex-aluno de filosofia parisiense que desistiu do curso e se transformou em tradutor. Contratado por uma editora francesa para traduzir as obras do filósofo escocês David Hume, transfere-se para um período de seis meses em Edinburgo com o propósito de trabalhar a partir dos manuscritos originais de Hume.
Sua vida relativamente solitária e absolutamente pacata em Paris, experimenta dosagens inesperadas e, até então, desconhecidas de comprometimento emocional ao envolver-se com Harry Sanderson e sua esposa. Professor de filosofia da Universidade de Edinburgo, Sanderson é um personagem amargurado, descrente, pessimista e cujo ciúmes o faz crer ser traído pela esposa.
Nesse sentido, um dos diálogos do personagem é didático para revelar seu desencanto e ceticismo com a filosofia e a racionalidade humana:
Vocês não devem imaginar, aconselhara ele aos alunos, que estudar filosofia ajudará com o caos da vida. Nada pode ajudar com isso. ... Meus colegas sem dúvida darão palestras sobre a razão e a supremacia da vida racional. Mas é tudo uma piada. Nós nos enganamos ao pensar que fazemos apenas escolhas racionais. Razão é aquilo que vinculamos às nossas escolhas depois do impulso ou desejo inicial. E de uma coisa vocês podem ter certeza: o desejo é anárquico, imprevisível. Ele ataca sem avisar e domina sua vítima. [...] a filosofia não vai salvá-los. Nem os filósofos. Como todo o mundo, levamos vidas ridículas.
A filosofia e temas afins estão muito presentes ao longo da obra, aliás uma particular reflexão de D. Hume dá título à obra e se integra à trama. Hume e suas ponderações surgem reiteradamente em diversas passagens do livro. Além disso, há também vários trechos onde a autora explora (por vezes com abordagens estimulantes, outras nem tanto) temas como a felicidade, a arte, a crença religiosa e a prática da tradução.
A obra também apresenta, no decorrer de seu enredo algumas pílulas estimulantes, ao menos foram para mim. Destaco aqui algumas que me agradaram em particular:
Felicidade é uma palavra pesada. Satisfação, por outro lado, é mais prática, o tanto que um homem talvez possa pedir com justiça da vida;
Ficar sozinho com centenas de livros é sempre algo que desperta em nós a humildade;
Os limites da língua são em certo sentido os limites da experiência;
Por fim, valeu a pena a leitura? Bem, o enredo tem seus atrativos (em particular para quem aprecia a filosofia e seus temas), mas não em volume suficiente para nos seduzir absolutamente. Não que a leitura seja árida e nos exija demasiado esforço para prosseguirmos até o desfecho, ela apenas não empolga. De um a dez, penso que sete reflete o grau de satisfação que desfrutei com a obra.
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Alexandre 17/02/2016

Péssimo
Péssimo
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Mariane 08/07/2015

Sartre, Piaget, Aristóteles e vários outros pensadores envolvem O Tom Ausente de Azul e, juntamente com o cuidado da autora ao suavizar os tópicos, o tornam um livro bom, mas é impossível afirmar isso inicialmente e talvez seja essa a ideia: provocar reflexões e usar deste tom para que os leitores se aventurem nele e descubram por si mesmos. Mais no blog Estante Insólita.

site: http://estanteinsolita.blogspot.com.br/2015/07/o-tom-ausente-de-azul-jennie-erdal.html
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allenylson.ferreir 16/06/2015

O Tom Ausente de Azul é um livro encantador. Jennie Erdal dá um toque filosófico ao romance com diálogos sobre a vida e a morte, a felicidade e a tristeza, o ciúme e o amor. Edgar Logan é um tradutor francês que está se mudando para a Escócia a fim de traduzir os ensaios de David Hume, um filósofo, historiador e ensaísta escocês que se tornou célebre por seu empirismo radical e seu ceticismo filosófico. A história é inspirada na obra desse gigante iluminista, e o título do livro se refere à capacidade de reconhecer um tom de azul mesmo sem nunca tê-lo visto, apenas intuindo sua existência a partir de outros tons.

site: http://cafeliterari-o.blogspot.com/
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