Iluminuras

Iluminuras Arthur Rimbaud




Resenhas - Iluminuras


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Diego Rodrigues 18/11/2023

"Escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens."
Depois de ter lido (e amado) Baudelaire, Rimbaud era um próximo passo bastante óbvio pra mim. Não que eu esperasse por algo parecido, afinal, sua poesia é reconhecidamente transgressora das fórmulas pré-estabelecidas, tendo no poeta das "Flores do Mal" um mestre, mas também aquele que deve ser superado. Publicado originalmente em 1886, "Iluminuras" compila uma série de poemas em prosa, escritos supostamente entre 1873 e 1875 (a data é incerta), quando o poeta estava na primavera dos seus vinte anos. São poemas que rompem em definitivo as fronteiras entre o verso e a prosa e que inauguram um dos principais pilares da poesia moderna, que tomaria de assalto o século XX e influenciaria nomes que vão desde Proust até Patti Smith. Infelizmente, a minha experiência de leitura não foi tão "iluminada" e abaixo explico o porquê.

A primeira coisa que me chamou a atenção foi que essa é uma poesia muito mais preocupada em evocar imagens do que provocar sentimentos. A experiência de lê-las se aproxima muito mais a de contemplar quadros do que a de ouvir música, que é geralmente a sensação que eu tenho quando leio poesia. O subtítulo "coloured plates" (gravuras coloridas) faz todo sentido aqui. Inclusive, não são poucos os poemas inspirados em telas famosas ou paisagens, sejam de natureza ou de grandes metrópoles, que o inquieto Rimbaud contemplou em suas andanças. O autor também faz uso de muitas alegorias, jogo de palavras, desconstruções do eu lírico, referências literárias, mitos gregos e elementos de alquimia. Tudo isso em busca de uma "nova linguagem".

Em um livro de poesia é natural que algumas delas nos toquem mais profundamente enquanto outras fiquem "no ar", mas confesso que o segundo grupo dominou quase que completamente a leitura por aqui (nem lendo Blake eu me senti tão no escuro). Os poemas que mais me tocaram foram justamente aqueles que mais se aproximam de Baudelaire, mas mesmo esses foram bem escassos. Não sou a pessoa mais versada em poesia e pode ser que tenha me faltado bagagem para aproveitar melhor a leitura ou talvez esse tipo de poesia simplesmente não seja pra mim. De qualquer forma, pretendo reler a obra em um outro momento, num futuro distante. Afinal, Rimbaud deve ter algo que não consegui captar nesse primeiro contato.

site: https://discolivro.blogspot.com/
Dan 18/11/2023minha estante
Acho Rimbaud dificílimo. "Uma temporada no inferno", também dele, foi a obra literária mais difícil que já li.


Diego Rodrigues 18/11/2023minha estante
Pois é, vi que outros também tiveram essa dificuldade. Parece ser o tipo de poesia que realmente desafia o leitor.
Um dia tento de novo, mas não num futuro tão proximo..




Marcos606 29/09/2023

Coleção de 40 poemas em prosa e dois poemas em versos livres. Embora os poemas não tenham data, acredita-se que tenham sido escritos entre 1872 e 1874, quando Rimbaud tinha entre 17 e 19 anos de idade. O poeta Paul Verlaine publicou os poemas sem o conhecimento do autor como obra do “falecido Arthur Rimbaud” em 1886, embora Rimbaud estivesse vivo na época.

Nas Iluminações, Rimbaud pretendia abolir a distinção entre realidade e alucinação. Na sua tentativa de revolucionar a poesia, ele usou as palavras pelo seu poder evocativo e não pelas suas denotações habituais.
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Isadora Silva 15/08/2023

Iluminuras é um livro para ser lido com lentidão e paciência. O livro tem alguns poemas muito bons e outros que me deixaram um tanto perdida. Apesar de ser pequeno, a gente leva um tempo lendo para sentir tudo o que transmite. O autor utiliza muitas figuras de linguagem e seus textos parecem música. Não é meu tipo de poema favorito, mas a leitura valeu a pena.
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Lu 29/04/2023

Vale a leitura
Considero árdua a tarefa de abstração das mensagens implícitas na poesia de Rimbaud, não é uma poesia o tipo fluida e ritimada
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Joice.Helena 09/01/2023

Iluminuras - Arthur Rimbaud
Ler poesia em prosa definitivamente foi um desafio, mas um desafio prazeroso no caso desse livro. Ficou evidente porque Jim Morrison gostava tanto de Rimbaud, seus poemas são bem doorianos.
Não sei bem porque gosto tanto da poesia simbolista, mas essa obra não é exceção, ela é criativa na imaginação.
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Simone Pagliari 22/12/2021

Iluminuras
Dentre os poemas que o constituem, estão alguns que representam, de maneira paradigmática, a tempestade de desafogo e de fantasia que, segundo Hugo Friedrich, desarticulará o formalismo ainda fortemente presente na poesia do final do século XIX. Tal processo indicia uma mudança de perspectiva com relação aos modos de representação lírica da realidade, evidenciando que a linguagem não é uma simples repetição mimética do real visível.
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Brenda 13/05/2021

Dionisíaco
Interessei-me por Arthur Rimbaud através do livro "Só Garotos" da Patti Smith, que leva o poeta em seu coração com um amor muito delicado e singelo. Desde então, aguardei para me aventurar na poesia de Rimbaud e posso dizer que fiquei muito intrigada. A escrita se transpassa de forma bonita e rápida como um pensamento durante a leitura, oferecendo um caos, uma bagunça, uma doidice poética. Ele usa de muitos elementos repetidos, como a junção do verde e do azul, as flores, as descrições pueris, a luz, os contrastes. É uma leitura por demais dionisíaca, feita para ler com calma e apreciar cada palavra, porque sua escrita é como uma pintura pronta para ser desvendada em minúcias.

Além disso, cenário da França e essa estética "cottage" que ele oferece nos poemas, me fez imaginar que Arthur estava sentado perto de uma fonte vendo os passarinhos cantando e voando enquanto escrevia.
Particularmente, eu gostei. Não é um livro favorito, mas pretendo ler novamente em alguns anos.
Poesia é para se relembrar.
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Edna 27/01/2021

Inexprimível
"Quem somos, no momento da leitura de um poema? Onde começa o emissor e termina o receptor? O que é a poesia se não a centelha que se acende entre "eu" e "você"?"

Uma das leituras mais intrigantes que concluí se este termo poderia ser usado com este livro que vou ler e reler trechos marcados,  em que os sentidos dos poemas e trechos se duplicam ou triplicam a cada releitura, como poderia decifrar se o próprio Autor disse escrevo:

"Com uma lógica bem imprevisível"

O Poeta diz que não entrega seu ouro, seu sentido. Abre suas imagens para várias interpretações como uma pintura, com um caráter irrequieto, nômade, cético, bem-humorado nao poderia se satisfazer com "subdivisões prismática da idéia"  criou a sua própria desconstrução da linguagem poética comum,  com impulso dionísico, desequilibrio, caos, sentidos, memórias, afirmacão.

"Para mim é evidente assisto à eclosão do meu pensamento: vejo-o, escuto-o."

"O poeta se torna visionário, busca sua alma, inspeciona-a, experimenta-a, aprende-a."

"Eu escrevia silêncios, noites, anotava o inexprimível. Fixava vertigens."

Angústia
"Pode ser que Ela me faça perdoar as ambições continuamente esmagadas, __que um final feliz compense os tempos de indigência, __que um dia de sucesso nos adormeça sobre o vexame de nossa fatal incompetência."

#Bagagemliteraria
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#Iluminuras
#Poemas
#bookstagram
#bookstagrammer
#Sejaleveleia
#resenhaednagalindo
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Jaciara44 13/09/2020

Frase que amei :
" Vi demais,
Tive demais
Soube demais".
Simplesmente único
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Maju 27/08/2020

Patti Smith me trouxe aqui, gênios se encontram e por serem generosos, convidam-nos a observá-los, a consumi-los e à possibilidade de entendê-los. É de uma delicadeza e sofisticação imensa e me fez imaginar quantas vezes Patti leu e releu esse livro e como foi nutrindo esse amor por Rimbaund que segue até hoje. Sei que também irei reler para aproveitar melhor desse universo.
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Júnior 20/07/2020

Confesso que não sei se estava preparado o suficiente pra ler esse livro. Vou tentar reler em outro momento.
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Aninhar0 12/06/2020

Poemas complexos
Uma coletânea de poesias complexas, cheias de alegorias e simbolismo, mas bonitas.
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Maria.Printes 16/02/2020

Arthur Rimbaud
Essa edição é sublime!
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Alves 22/07/2018

Vertigens...
Em uma obra de máxima expressão, talvez não tão autenticada quanto a visão do próprio autor, mas ainda sim um quadro de originalidade sem igual, é um dos meus livros favoritos, e sem dúvida o único Poeta que me adoça o espírito sem me enjoar as vistas.
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Matheus Klein 17/09/2017

Maior de todos
Em pensar que a vida literária do "novo Shakespeare" começou aos 13 e terminou aos 21 anos de idade. Livro revitalizador, místico e de extrema grandeza e complexidade poética.
Perfeito para quem gosta de Charles Baudelaire.
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