Uma Breve História da Riqueza

Uma Breve História da Riqueza William J. Bernstein




Resenhas - Uma Breve História da Riqueza


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Volnei 12/09/2016

Uma Breve História da Riqueza
O inicio da obra mostra as primeiras impressões econômicas em relação ao mundo, especialmente a de um economista que ficou bastante com sua teoria de que haveria a falta de alimentos em determinadas épocas e o que acabou por não se tornar real. Nesta primeira parte da obra o autor mostra de que forma o homem se desenvolveu em relação a economia que passou a vigorar a partir do momento que ele deixa de ser nômade e passa a cultivar a terra. A domesticação de alguns animais promove o surgimento de doenças como o sarampo e a varíola. Alguns grupos que são ainda nômades são em numero muito menor pois dependem de uma área de 2,5 Km para sobreviver, enquanto que o homem que cultiva a terra, alem de precisar de menos espaço, tem um grupo muito maior de membros em seus grupos. Estas situação é que vão exigir que alguns especialistas surjam nos grupos. Uns se especializaram na segurança, outros na agricultura, outros na criação e manutenção de ferramentas. Aos poucos a sociedade vai se organizando.Tudo isso vai se dar a partir do momento que o homem toma posse do crescente fértil que vais acontecer por volta de 12 mil anos atras. No segundo capitulo o autor ainda volta no tempo para mostrar como as tribos tratavam o direito de propriedade. De acordo com sua leitura, as primeiras civilizações do Crescente Fértil e do Egito eram hierárquicas e totalitárias . As terras deste território "entre rios", correspondem aproximadamente ao atual território do Iraque, uma região árida e plana entre os rios Tigre e Eufrates. A agricultura se desenvolveu um pouco mais tarde no Vale do Nilo e a convivência social fez surgir a necessidade de um conjunto de leis que deu origem ao conhecido código de Hamurábi, por volta de 1750 a.C. Com o passar dos anos vão surgindo novos códigos e assim nasce a democracia que nas palavras de Aristóteles " o melhor material para a democracia é uma população agrícola ; não exite dificuldade em formar uma democracia onde a maior parte das pessoas viva da agricultura ou da criação de gado " Nesta parte do livro é abordado também o trabalho escravo, bem como o papel da mulher em sociedade. Alguns costumes antigos nos parecerão estranhos pois são muito diferentes dos que estamos acostumados. São abordados também o preço das guerras. Aqui o autor nos mostra que em nenhum momento o homem se importa em se tornar escravo por conta de alguma divida pois a final o escravo não vai para a guerra." "Até o século XVII a humanidade vivia a mercê das religiões como o judaísmo, o islamismo e o catolicismo. Todas as ideias e crenças eram controladas pela religião. Essas souberam explorar muito bem o medo do sobrenatural e a ignorância popular. Por esse motivo muitos pesquisadores foram perseguidos e até mortos quando tentaram mostrar a verdade por meios que divergiam daqueles aceitos pela igreja Tanto no ocidente quanto no oriente médio antigo e medieval, as religiões organizadas se fecharam em sistemas estáticos e crenças que sufocavam as pesquisas e a discordância. A ciência Dra passos mais significativos a partir das reformas protestantes, deixando o homem mais livre para pensar e enfim pesquisar sem medo, principalmente depois do advento do Iluminismo. De um só golpe, o papel da igreja como guardiã de todo conhecimento temporal lhe foi rude e publicamente subtraído. Daí em diante, o cidadão ocidental podia continuar dependendo da igreja para revelar os segredos do outro mundo, mas não confiar mais em suas explicações sobre a mecânica deste. Para Francis Bacon ( 1561 a 1626) o homem de sua época estava vivenciando o mito da caverna de Platão, ou seja, cada um via nas sombras aquilo que queria ver e não o mundo real. No seu Livro Dois de “ O novo Organon” , Bacon descreve a necessidade de se desenvolver um método cientifico imparcial com os mesmos materiais e seguindo a mesma linha deforma que ser possa obter os mais variados resultados. Com todo avanço que teve a ciência depois de se desvencilhar da religião, o cientista não deixou de crer em Deus, muito pelo contrario, , estudando o universo foi que o homem conseguiu compreender o quão grande é o Criador em todos os sentidos . A separação entre ciência e religião foi benéfica para ambas as partes, pois a partir daí a ciência buscou seu foco em “do que e como “, enquanto que a religião focou em “ quem e por que”. Muito mais tarde governos e religião seriam igualmente dissociados , o que ajudaria a abrir caminho para uma exploração de propriedade econômica. Conforme o mundo foi mudando , muitas invenções foram surgindo . Algumas só se mostraram eficientes depois de muitas mudanças ou a invenção de outras que as tronassem mais uteis e viáveis como foi o caso da lampada incandescente de Thomas Edison que mostrou sua eficiência depois do aperfeiçoamento da corrente alternada . Voltando um pouco no tempo veremos o quão foi importante para a evolução do homem a invenção de coisas como a moeda ou mesmo as letras de cambio que já circulavam na Itália por volta do século XVI .Desenvolvimento de ferramentas foi de fundamental importancia para a evolução das maquinas. Até o ano 1000 todo trabalho era realizado por mãos humanas sem muitas ferramentas. Os primeiros arados também exigiam uma grande força animal, alem de no minimo duas pessoas para opera-lo. Com o aperfeiçoamento desta ferramenta já não era necessário o uso de 4 a 6 bois para puxa-lo mas apenas dois cavalos. As bombas d'água foram desenvolvidas e aperfeiçoadas com a intenção de tirar água das minas e assim poderem explorar veios mais profundos de carvão vegetal. O comercio entre os paises proporcionou um crescimento muito grande em alguns países como a Inglaterra e a Holanda apesar de suas terras inundadas e em seguida os EUA depois de sua independência . Os holandeses foram grandes comerciantes que negociavam todo tipo de mercadoria , inclusive as turfas que estavam abaixo das áreas antes alagadas. Indo de um país a outro eles vendiam de tudo . Suas viagens chegavam durar 16 meses, envolvendo dezenas de navios . Já as companhias inglesas deram inicio as suas viagens por volta de 1601 com pouco acesso ao capital Holandês . No século XIX a Inglaterra havia se tornado o maior forte mundial de capital para investimento." O grande impulso para o desenvolvimento se deu na revolução industrial da Inglaterra que é identificada no período que vai de 1760 até 1830. Apesar de representar uma grande importância histórica, a França acabou ficando fora desse desenvolvimento, permanecendo ainda por um longo período em um sistema feudal retrogrado. Quando se de o inicio do reinado de Henrique IV em 1589 este sema estava quase extinto na França. A coroa encontrava dificuldades para arrecadar impostos e por isso terceirizou a coleta das taxas o que mais adiante promoverá outro problema. O sistema era defeituoso e devastador para o vigoroso do Estado. Enquanto o inglês buscava fazer crescer seus negócios de forma a deixar uma gorda herança aos filhos e educa-los para que este desse continuidade ao mesmo trabalho e prosperasse ainda mais, o Frances buscava fazer de seu filho um nobre ou um servidor publico .Até os dias de hoje aspiram o status de fonctionnaire, ou seja, um burocrata dotado pelo Estado." O autor finaliza a obra com um apanhado geral do ponto de vista econômico mediante aos grandes conflitos bélicos enfrentado pela humanidade nos últimos 3 séculos.


site: http://toninhofotografopedagogo.blogspot.com.br/
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GuidoBR 06/12/2020

The Birth of Plenty: Os 4 fatores
Livro interessantíssimo, que conta como nasceu a riqueza moderna.

Começa citando "Armas, Germes e Aço", e a grande pergunta de porquê os europeus que conquistaram o mundo. Aqui ele não usa uma abordagem tão macro (fatores geográficos), mas cita uma visão mais à nivel da cultura humana e elenca 4 fatores fundamentais para o atual desenvolvimento:
- Direitos de propriedade
- Racionalismo científico
- Mercados de capitais
- Tecnologia (transporte e energia)

Na primeira parte da obra, o autor explica em detalhes os 4 fatores e como eles surgiram e se desenvolveram principalmente na europa ocidental. Achei bem interessante o capítulo sobre direitos de propriedade, onde ele explica como surgiu a ideia de separação de poderes, o surgimento de um judiciário independente, e a importância do estado de direito para garantir os direitos sobre a propriedade.

O capítulo sobre racionalismo é um breve resumo sobre a revolução cientifica que começou com Copérnico e Galileu, passando por diversos outros filósofos e cientistas.

Sobre o capital, o autor William Bernstein dedica um capitulo inteiro explicando como surgiram as finanças modernas, os primeiros bancos e bolsas de valores. Ele faz um bom trabalho explicando como o mercado de capitais é importantissímo para o desenvolvimento de um país, ao financiar empreendimentos e inovações privadas, além de emprestar para o governo.

Na segunda parte, o foco é contar a história de algumas nações com a lente dos 4 fatores: Holanda e Inglaterra (como os pioneiros e vencedores), Espanha e França (ficaram para trás e demoraram a se desenvolver, pela falta de algum desses fatores) e os paises sub-desenvolvidos atuais que, segundo o autor, não se desenvolveram pois não aplicaram os 4 fatores. Fala bastante de Japão e dos EUA, e como eles conseguiram seu progresso. É também aqui que o autor argumenta contra as ideias de que os países da américa latina e da Africa são sub-desenvolvidos por culpa do colonialismo (ler "Veias abertas da América Latina" para conhecer melhor essa ideia), pois segundo ele há países que foram colonizados e hoje são desenvolvidos (Austrália, EUA).

No final o autor relaciona prosperidade economica à democracia, e ao poderio militar. Tece alguns comentários sobre a dificuldade de se "exportar democracia" (citando como exemplo missões mal sucedidas na Africa, no Iraque e no Afeganistão). Discute o livro "O Fim da História" de Fukuyama. Há também comentários sobre como o crescimento economico gera desigualdades, e como isso pode causar mal estar em países e provocar mudanças que diminuem o crescimento econômico; riqueza não é igual a felicidade, mas há necessidades básicas que países ricos conseguem atingir mais facilmente do que países pobres; possibilidade do fim desse crescimento econômico do mundo (e elenca algumas possíveis razões para isso).

No geral gostei do livro, tem uma leitura prazerosa. Há algumas ideias polêmicas (principalmente pela forma que o autor expõe as ideias, como por exemplo sobre o colonialismo) e eu senti que é uma obra mais panfletária do que histórica mesmo. Para uma abordagem mais técnica eu sugiro "História econômica global: Uma breve introdução" do Robert C. Allen.

Obs: a edição brasileira do livro não contém notas e referências. Achei isso bem ruim. Quem puder eu aconselho ler no inglês.

site: https://www.guidopercu.dev/blog/uma-breve-historia-da-riqueza/
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