spoiler visualizarBano 20/10/2019
Leitura estimulante
A história é real? O autor espiritual, na introdução, garante que é. Também estou propenso a achar que sim, principalmente por citar autoridades famosas e seu envolvimento com consciências trevosas. O livro impressiona por exibir os bastidores do Vaticano, e o leitor fica horrorizado, a cada página lida, diante dos crimes e depravações que ocorrem em suas masmorras. Coisas que, pelo visto, nem mesmo o papa tem ciência.
O que mais me surpreendeu foi a qualidade literária demonstrada ao longo de todo o livro pelo escritor espiritual Ângelo Inácio — trata-se de pseudônimo; por algum motivo ele preferiu não revelar quem foi quando esteve encarnado entre nós, apenas informando que foi escritor. Este foi o quarto livro de Ângelo Inácio que li; semanas antes eu tinha lido a trilogia sobre os dragões e magos negros do umbral mais profundo: os Senhores da Escuridão. Só que nessa trilogia, Inácio não demonstra o mesmo primor narrativo, os textos são bem parecidos com outros romances espiritualistas. Porém, neste "O Agênere", a qualidade literária dá um salto exponencial. Até mesmo as descrições das cenas de sexo entre o agênere e vários humanos, que nas mãos de outros autores poderiam ter conotações pornográficas, Inácio usa um estilo que, embora esteja longe de ser pudico, jamais resvala para o chulo, vulgar.
Apesar de ter amado o livro, há certos detalhes que me desagradaram:
1) No início, o autor gasta várias páginas narrando o encontro de Gilleard, agente da inteligência europeia, com o tal Donnald (este, logo desaparece de cena e não é mais mencionado). O leitor, erroneamente, é levado a pensar que Gilleard é o protagonista da trama. Não é, embora participe da investigação. Quem participa ativamente das investigações é Irmina, outra agente da inteligência europeia. Ela divide o protagonismo junto com o agênere Giuseppe.
2) O autor consome o capítulo 2 inteiro para descrever a conversa entre dois extraterrestres (pai e filho) conhecidos como annunakis. A narrativa é sempre interessante, porém, qual a importância deles na trama? Eu não vi nenhuma, para mim são supérfluos.
3) O capítulo 8 narra o auge da perseguição executado pelos agentes terrestres e astrais contra os dois agêneres. Só que o capítulo termina abruptamente e, nos dois últimos capítulos, os agentes não são mais mencionados. Achei meio frustrante.
O final me decepcionou. Pois além de não voltar a mostrar os agentes encarnados e astrais (os guardiões), não revela o destino de um dos agêneres, só narram que este está sob vigilância de seres inteligentes e evoluídos: os guardiões, suponho.
O capítulo 9, o penúltimo, narra a conversa entre os dois agêneres e o local onde eles estão (no alto de uma montanha no Himalaia). O local abriga 24 esquifes contendo, cada um, o corpo de um estraterrestre em estado supostamente de hibernação. O curioso é que esse relato me fez recordar de um daqueles fascinantes livros de Lobsang Rampa. Infelizmente não lembro o título do livro, mas relata a ocasião em que Lobsang, quando garoto, e seu mentor ficam abrigados numa caverna onde encontram extraterrestres hibernando em esquifes. Coincidência?
Leia "O Agênere", garanto que vai achar a leitura interessante e fascinante.
site: https://youtu.be/Y4MsYl84VLU