Sete anos bons

Sete anos bons Etgar Keret




Resenhas - Sete anos bons


30 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Cris Aragão 31/12/2020

Fechando o ano de leituras com um livro curtinho porém delicioso. Sete Anos Bons é classificado como romance mas do meu ponto de vista é uma série de crônicas do cotidiano do autor israelense, filho de poloneses sobreviventes do holocausto. Reminiscências, viagens e a história familiar são narrados com muito bom humor.
comentários(0)comente



Heloísa 27/02/2022

Crônicas da vida em Israel
O autor traz o relato de episódios da sua vida diária em Israel em pequenas crônicas. Seu relacionamento com sua esposa, o filho Lev, a tensão constante das bombas, o antissemitismo, a questão religiosa. Tudo com pinceladas de humor e ironia que prendem o leitor. Apesar de ser uma leitura leve, tem partes pesadas, que merecem reflexões mais aprofundadas do leitor, como a relação de seu pai com o câncer e o fato de lidar diariamente com a violência de sofrer um ataque à bomba e, é claro, a questão da religiosa e seu impacto no dia-a-dia. O diálogo sobre enviar o filho para o Exército é algo quase impensável na nossa cultura, por exemplo. Uma curiosidade: a menor casa do mundo, citada no livro, realmente existe na Polônia e foi de fato um presente de um arquiteto para o autor.
comentários(0)comente



Ladyce 16/02/2022

Sete anos bons de Etgar Keret, traduzido por Maira Parula, é uma aventura no cotidiano do autor que nos delicia com humor afiado e perfeito distanciamento crítico para enaltecer o contrassenso da vida diária. Nossa consciência dos disparates existenciais de Keret se aprimora quando somos testemunhas de que essas aventuras habituais se passam no contexto da vida ordinária em Israel. A possibilidade de guerra é real e ressaltada pelos frequentes e pequenos ataques. O despropósito de executar regras e corresponder a expectativas nessas circunstâncias é exacerbado e deveria surpreender qualquer ser pensante, mas até mesmo a absurdos todos nos acostumamos. Etgar Keret toma para si a responsabilidade de mostrar ao seu leitor os disparates diários de nossas vidas quer em Israel, quer fora.

Além disso, com semelhante distanciamento e fina ironia participamos das aventuras do escritor que, como participante de diversas rodas literárias focando suas publicações, encontra-se ora num ora noutro local do mundo, onde poucos têm noção, sensibilidade, ou conhecimento da realidade e dos complexos sentimentos de um judeu fora do ninho. Há também momentos de ternura principalmente quando Etgar Keret alude ou descreve sentimentos sobre seu filho ou pai. Mas, os laços familiares podem ser também vistos com um olhar divertido, como em seu relacionamento com a irmã, casada com um judeu ortodoxo. Aí sentimos a aguçada crítica à incoerência de prescrições religiosas impostas na rotina diária.

Melhor do que descrever seu estilo, será sem dúvida mostrá-lo nessa pequena passagem:

“Quando eu tinha 3 anos, tinha um irmão de 10 e torcia do fundo do meu coração, para ser igual a ele quando crescesse. Não que houvesse alguma chance. Meu irmão mais velho já havia pulado duas séries na escola e tinha uma compreensão invejável de tudo, de física atômica e programação de computadores ao alfabeto cirílico. Mais ou menos nessa época, meu irmão começou a ter uma séria preocupação comigo. Um artigo que leu no Haaretz dizia que os analfabetos são excluídos do mercado de trabalho e o incomodava muito que seu irmão de 3 anos viesse a ter dificuldade para encontrar emprego. Assim começou a me ensinar a ler e escrever com uma técnica singular que chamava de “método do chiclete”. Funcionava da seguinte maneira: meu irmão apontava uma palavra que eu tinha de ler em voz alta. Se eu lesse corretamente, ele me dava um pedaço de chiclete não mastigado. Se cometesse um erro, ele grudava o chiclete que mascava no meu cabelo. O método funcionou como mágica e, aos 4 anos, eu era a única criança na creche que sabia ler.” [73]

Há tempos que não lia algo tão leve. Todas as noites antes de dormir li uma de suas crônicas, podendo me recolher em excelente estado de espírito. Levei um mês para cobrir as trinta e poucas crônicas do livro. Divertido com um humor diferenciado, irônico, Keret lembrou-me muito do prazer de ler crônicas, relatos do dia a dia, sob o ponto de vista do absurdo. Sete anos bons foi minha apresentação a estas crônicas de fino humor. Recomendo a leitura.
comentários(0)comente



Inspirações Literárias 02/03/2023

Poderia ser um Calhamaço!
O autor se desnuda sem medo ao nos apresentar micro-contos sobre vivências da vida cotidiana ao lado do filho Lev.

Comecei a ler sem expectativas e terminei a leitura com aquele gostinho de quero mais!
comentários(0)comente



Diego Vertu @outro_livro_lido 19/02/2022

Surpreendente
O livro é dividido em crônicas reais da vida do autor. Conta sua história em 7 anos desde o nascimento do filho até a morte do pai. Mostrando a cidade de Tel Aviv e os costumes israelenses contemporâneos.
.
Uma leitura rápida e divertida e bem reflexiva sobre a cultura israelense. A escrita do autor é bem rica mesclando trechos emocionantes com trechos humorísticos e satíricos. Não estava com hype muito alto sobre este livro mas me surpreendeu bastante. Recomendo.
comentários(0)comente



Aline T.K.M. | @aline_tkm 15/01/2016

Vai ser difícil não amar...
Esqueçam tudo o que vocês acham que encontrariam ao ler um autor israelense. Primeiro porque, aqui, não se trata de um autor qualquer, mas um dos mais populares escritores israelenses dos dias de hoje. Etgar Keret já foi publicado em mais de 30 idiomas e, além de escritor, é também roteirista e diretor de cinema.

Feita a introdução que considerei obrigatória, me sinto mais apta a adentrar a obra. Sete Anos Bons é o primeiro livro de não ficção do aclamado autor; dividido em sete capítulos ou anos, compreende o período entre o nascimento de seu filho, Lev, e a morte do pai, Efraim, vítima de câncer. As 36 crônicas que compõem o livro são resultado de um mix perfeito: o cotidiano do autor mescla-se às guerras e conflitos políticos, com pedaços de sensibilidade e absurdo, muita delicadeza e sarcasmo, e punhados lotados de humor. Isso, tudo junto e misturado, dá ao leitor um retrato singular da vida na Israel dos dias atuais. E ainda, por mais curioso que isso possa parecer, o livro não foi publicado em terras israelenses por escolha do próprio autor.

Keret tem uma ligação muito forte com sua Tel Aviv natal e, em seus textos, narra a vida na cidade. Uma vida feliz, cujo cotidiano muitas vezes não difere muito do meu e do seu, mas que é fortemente influenciado pelos conflitos na região, por bombardeios, pela destruição iminente. Mesmo assim a vida segue, as pessoas vivem, os dias passam, o mundo não para.

As questões familiares e viagens a trabalho se intercalam com assuntos mais densos, como religião, política e antissemitismo; no entanto, a narrativa fluida e a aparente leveza com que o autor trata esses assuntos tornam a leitura descontraída. Os tantos empecilhos são tratados de maneira cômica e lançando mão do humor negro – sabe aquele negócio de rir da própria desgraça? Mas não se enganem: ainda que a vestimenta seja leve, o conteúdo toca fundo e faz a cabeça da gente ir a milhão, tamanha a potência do que é dito.

Tomo a liberdade de abrir um parêntese para mencionar uma das muitas passagens marcantes do livro, mais especificamente aquela em que o autor traça um breve paralelo entre o jogo Angry Birds e o terrorismo. Claro, recheado de humor sarcástico, nem preciso dizer...

De 2005 a 2012, ano após ano, Keret participa do crescimento do filho e se vê em situações em que precisa explicar ao garoto a situação delicada do país em que vivem. Neste período o autor também viaja a diferentes países, conhece a Polônia e se aproxima de suas raízes (seus pais são judeus poloneses que sobreviveram ao Holocausto), manifesta a adoração que sempre teve pelo irmão mais velho e a desaprovação – mas respeito – pelo fato de sua irmã ter se tornado ortodoxa. Também aparecem nas crônicas o dilema quanto ao futuro de Lev – o garoto entrará ou não para o serviço militar quando crescer? –, o aborto sofrido pela esposa, e a descoberta do câncer que levou seu pai embora.

Se “sete anos bons” é uma expressão intrínseca à cultura judaica, sinônimo de fartura mas também de precaução, no livro – e na vida do autor – os sete anos bons foram o período em que Keret teve o privilégio de ser, ao mesmo tempo, filho e pai. Sete anos vividos entre o nascimento, a doçura, as descobertas e o amor; mas também entre o medo e a dor da perda. Sete anos que resultaram em um dos livros mais bonitos e originais que tive a oportunidade de ler nesse ano que passou.

LEIA PORQUE...
Engraçado, reflexivo e de prosa ágil. As crônicas são curtíssimas e o livro é diminuto, para ler numa só sentada. E olha, vai ser difícil não amar!

DA EXPERIÊNCIA...
Amei cada página. E promovi às primeiras posições da wishlist De repente, uma batida na porta, aclamada coletânea de contos de Keret que eu já estava querendo muito ler e nem sabia se tratar do mesmo autor – só lembrava daquela capa com o peixinho...

FEZ PENSAR EM...
Outros livros MUITO tops que abordam os conflitos no Oriente Médio de maneira bastante singular: a HQ Persépolis e o bonito Uma Garrafa no Mar de Gaza, ambos adaptados para o cinema.


site: http://livrolab.blogspot.com
comentários(0)comente



Jornal Nota 09/05/2020

Etgar Keret: entre o humor e a doçura
A visão, ao mesmo tempo, trágica e bem humorada do autor faz com que acompanhemos com uma certa doçura suas narrações, sem com isso cairmos na esparrela de achar que ele é um rapaz realmente doce e utópico. Pelo contrário, ficamos frente a sua visão ácida de todos os aspectos da vida e nos colamos a ele, a ponto de sentirmos uma tristeza imensa quando, em dado momento, descobrimos que seu pai está com uma grave doença. Trata-se de uma obra de tremenda capacidade de fotografar a segunda década do século XXI: uma década que, se não tivermos um pouco de humor diante do caos, vamos sufocar.

Leia a resenha completa no link!

site: http://notaterapia.com.br/2020/05/09/as-9-melhores-frases-de-sete-anos-bons-de-etgar-keret/
comentários(0)comente



Kabrine 02/03/2022

Contos para todos os gostos, formatos e tamanhos!
Antes de tudo esse autor tem uma escrita única e fantástica.
Fantástica no sentido de imaginativa e também de muito boa: é divertido e ele é um verdadeiro contador de causos...

Me lembrei muito de mim mesma que emendo uma história na outra e no fim nem sei mais o que estava contando!

Etgar faz muito isso, mas diferentemente de mim ele consegue amarrar tão bem os causos que por mais que, inicialmente, você ache que não faz sentido nenhum o acontecimento com o título e o começo do conto, ele se amarra bem ao final!

Dito isso, o autor utiliza o nascimento do filho para contar os sete anos bons e iniciais de seu crescimento e suas aventuras viajando para eventos literários.

Ele mescla a constante ameaça que é viver em Israel com seu humor, leveza e uma boa pitada de ironia.

Você vivencia situações de reflexão, engraçadas, angustiantes e tudo na visão de um escritor pois ele é o personagem principal da sua própria história.

Teve contos bons, ótimos e um ou outro nem tanto...

Este é um daqueles livro de leitura rápida que te fazem sentir um misto de sensações: rir, chorar, encantar, angustiar e muito mais
Rocier 02/03/2022minha estante
Sobre contos meio imaginários assim, eu gosto muito de Murilo Rubião vale a pena a leitura da obra completa dele??


Kabrine 02/03/2022minha estante
Anotei a indicação pois eu amo! Escrita assim




Oscaraujo 21/04/2023

Gostoso demais de ler. Contos curtos, que enxugam uma vida real em Israel mas com um tom de bom humor, por vezes ácido, mas super gostoso. "Bebezão" e "Chamada de resposta" são, de longe, os meus favoritos
comentários(0)comente



adriana.vasconcellos 27/02/2022

Uma história muito pesada q o autor fez questão de escrever de uma forma tão leve q banalizou uma guerra sem fim...
comentários(0)comente



spoiler visualizar
comentários(0)comente



Fabi 15/08/2022

Uma autobiografia totalmente fora de padrão. Texto leve, sensível, bem humorado. Keret se expõe sem medo. Iniciando e tendo como pano de fundo a linha do tempo dos sete primeiros anos do seu filho, Lev, o autor passeia no seu cotidiano em uma coletânea de contos que faz rir, chorar, se emocionar.
comentários(0)comente



Mari 26/07/2021

Humor leve e pesado em doses certas
O livro é curto e rápido de se ler. O escritor tem uma habilidade incomparável de usar humor de forma descontraída e muito inteligente, mesmo nos eventos que não são felizes, de maneira transparente sobre os sentimentos e emoções das pessoas na situação descrita.
comentários(0)comente



Fernanda 13/12/2016

"E assim me vi, com a barriga cheia de chope e salada de batata, tentando explicar a alguns suecos literatos meio embriagados o que é o Yom Kipur.
Os suecos ouviram e ficaram fascinados. A ideia de um dia em que nenhum veículo motorizado percorre as ruas, as pessoas andam sem a carteira e todas as lojas estão fechadas, um dia em que não há transmissões pela TV, nem mesmo atualizações nos sites da internet - tudo lhes pareceu um conceito inovador de Naomi Klein, e não um antigo feriado judaico. O fato é que também é um dia em que você deve pedir perdão aos outros e fazer uma avaliação moral aprimorada da perspectiva anticonsumista com um toque bem-vindo de hippismo dos anos 1960. E a parte do jejum pareceu uma versão radical da dieta de baixo carboidrato da moda, da qual eles tinham me falado em termos tão inflamados naquela mesma manhã. Assim, comecei a noite tentando explicar o antigo ritual hebraico em meu inglês imperfeito e me vi fazendo relações públicas para o feriado mais legal e aguardado do universo, o iPhone de todos os festivais.
A essa altura, os maravilhados suecos estavam consumidos de inveja por ter nascido em uma religião tão maravilhosa. Seus olhos disparavam pelo restaurante e miravam os clientes como se procurassem por um mohel para fazê-los entrar no clube dos circuncidados" Pg. 65
Ladyce 12/02/2022minha estante
Também selecionei essa passagem. Muito boa. Gostei bastante do livro. Lembrei-me dos grandes cronistas brasileiros, sobretudo Paulo Mendes Campos e Rubem Braga.


Ladyce 12/02/2022minha estante
Também selecionei essa passagem. Muito boa. Gostei bastante do livro. Lembrei-me dos grandes cronistas brasileiros, sobretudo Paulo Mendes Campos e Rubem Braga.




30 encontrados | exibindo 1 a 16
1 | 2


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR