Resenhas - A Alma do Homem Sob o Socialismo

Aqlabia0 28/05/2024

Quando você sabe o motivo do Oscar Wilde ter sido preso, muitas passagens ganham um novo peso e muita coisa dita aqui passam a ter ainda mais sentido.

Pedro @novocinelatino 23/05/2024

Walter Benjamin explicou a arte do ponto de vista capitalista. Aqui, Wilde tenta explicar a arte do ponto de vista socialista.

Apesar de, em alguns momentos, ele ter deixado bem explícita sua visão elitista (afinal de contas, ele era um burguês né...) e parecer não entender de fato a pobreza (ou o próprio socialismo que ele defende), achei o livro incrível e com certeza é uma leitura que vale ser revisitada posteriormente.

Levanta questões e discorre sobre temas interessantes, e até tem algumas ideias boas. Tem várias passagens marcantes e desenvolve bem sobre a evolução pessoal, propriedade privada, arte e alienação das massas. Há sim muitos pontos a se questionar, mas no geral, achei que o saldo é positivo.

Synesthesia 06/05/2024

Bom ensaio
Estava com um pé atrás sobre esse livro mas como de praxe, o divo só só entrega lacres.

As críticas desenvolvidas no ensaio não beiram a propaganda, nem degradam a ideia central da ideologia, é apenas uma análise realística.

Filipe 26/04/2024

A coisa mais rara é viver, a maioria das pessoas só existe
(Se prepara que lá vem textão).

É preciso dizer que, se você espera socialismo, esse livro não vai te oferecer isso. Ele é muito mais uma Ode à liberdade do que um manifesto por igualdade (o que não é um problema, claro, só precisamos deixar isso evidente).

Existe uma única preocupação socialista aqui: distribuição dos meios de produção para que todos possam usufruir igualmente dos recursos disponíveis. Preocupação com a igualdade? Nop, meu caro! Wilde sugere que a pobreza é um plano para que as pessoas não possam pensar e mantenha-se valores vigentes. Isso, segundo ele, afeta a evolução social, especialmente as ciências e as Artes (com A maiúsculo, tal qual o autor nos coloca).

Crê ainda que é um desperdício de energia e talento, pois a falta de interesse nas atividades exercidas para sobreviver leva a um esforço igualmente baixo. Ele tem razão, sabe? Mas os argumentos que se seguem possuem uma visão política um pouco diferente.

Wilde é anarquista até os ossos.

A sugestão de que o governo e religiões oprime o povo física e espiritualmente está ali, mas a ideia de que as pessoas (quando unem-se em uma massa populacional) oprimem as outras a manterem a coerência e tradição foi um belo acréscimo à ideia. Pior do que as instituições que nos governam, somos nós mantendo uma coesão desnecessária.

Wilde quer subversão porque é nesta que está a novidade. Não há evolução na mesmice e não há valor em ser governado para ser coagido a ficar nesta.

(E aqui vai um problema, preparem-se).

O autor defende a ideia de que a desigualdade gera os crimes (e pecados) e a severidade das punições torna as pessoas suscetíveis a isso. Assim, distribuindo igualmente os recursos todos ficarão felizes e deixarão de cometer crimes. Ele defende que ações movidas por emoções estão além do bem e do mal (sério, acho muito que Wilde e Nietzsche podem dar as mãos depois de ler esse livro), então crimes passionais são virtuosos.

(Eu falei que viria um problema, não falei?).

Contudo, o livro é magnífico em sua argumentação e relativamente breve. Vale a pena ser lido, se não por interesse político, então pela beleza de sua poesia em prosa. Várias de suas frases de efeito saíram desse livro, então tenha em mente que é uma obra repleta de pensamentos bem elaborados e chiques de realidade com o glamour gramatical que só o mais querido dandi irlandês seria capaz de fazer.

Erick 25/02/2024

A ALMA DO HOMEM
Wild em momento algum busca qualquer tipo de propaganda pró socialismo, é um livro que explora o auto desenvolvimento do homem, viver a vida e não apenas existir. O livro me surpreendeu muito quando assumiu sua real intenção e ele diz que a perfeição do homem é na verdade alcançando o socialismo, onde o trabalho alienado não tomará conta do nosso tempo e vida. Achei brilhante, o livro mexeu comigo de diversas formas e acho ele extremamente necessário pois apresenta um ponto de vista única da vida e é o suficiente pra conseguir tocar na ferida de todo e qualquer trabalhador. Abordando desde fome à tempo, tempo de qualidade.
LEIAM, sério, é brilhante

Gabriel Dummer 07/02/2024

Individualismo...
Um ensaio de Oscar Wilde repleto de reflexões sobre a sociedade. As referências ao socialismo podem ser abstraídas em favor da profundidade das ótimas elaborações sobre a alma humana. As ideias teorizadas sobre o Individualismo trazem pontos importantes para a sociedade atual, com a valorização das singularidades e individualidades de cada um, inclusive na essência das suas artes. O caráter utópico, ressaltado pelo próprio Wilde, e mesmo político que possa ser analisado, é secundário mediante a sensibilidade do autor em analisar as potencialidades de cada indivíduo se apropriar das próprias individualidades, no altruísmo do respeito às singularidades e diversidades.

v de vanisse 17/12/2023

Me impressionei
Fui ler ?a alma do homem sob o socialismo? esperando uma BOMBA e estou chocada com a coerência do Oscar Wilde em algumas colocações (não concordei com tudo mas de modo geral ele lacrou)

juli4_daf 04/09/2023

A arte não é para os pobres
Esperava algo diferente desse livro, mas acredito que não tenha sido essa expectativa que me frustrou nele.

De fato, buscava o óbvio: a perspectiva do autor sobre a alma do homem no socialismo. O que encontrei foi uma discussão sobre individualismo e arte, principalmente.

Durante a leitura, me peguei me lembrando da obra ?A sociedade do cansaço? de Byung-chul Han, no que se refere à defesa da construção de uma identidade própria, porém, de uma forma individual, não individualista.

Na minha perspectiva pessoal, uma sociedade socialista deveria procurar sua prosperidade no coletivo.

A forma com que a arte popular foi abordada pelo autor, novamente: na minha opinião, foi simplória e elitista, se os pobres não apreciam a ?boa arte? é porque a maioria deles não teve acesso à ela. Não me encontrei surpresa, até porque Wilde era um progressista, mas um progressista Britânico.

Mas, de forma geral, esse livro traz citações sensatas tais quais: ?Por que deveriam ser gratos pelas migalhas que caem da mesa do homem rico?? ou ?Na sociedade, há apenas uma classe que pensa mais em dinheiro do que os ricos, e é a dos pobres?, o que mostra que o autor tem, pelo menos, consciência. Portanto, não é uma obra inútil, com certeza, mas, discordei da forma como o assunto foi apresentado.
um

laurabs29 31/05/2023

Maravilhoso
Wilde mostrou uma visão burguesa do socialismo e fez comparações muito relevantes. Acrescentou muitas alternativas na minha opinião sobre o socialismo.

Charleees 28/03/2023

Sabe aquela leitura que te suga de uma maneira inimaginável? Você começa a refletir sobre o que está escrito e logo sua mente adentra em problemas sociais, grandes questões que permeiam a vida e não menos importante, o papel da arte em nossas vidas. A alma do homem sob o socialismo é um livro que nos faz pensar, muito, sobre muitas questões, não vou negar que em alguns trechos Oscar é levado pela utopia, são momentos da leitura que você não consegue assemelhar aquilo com a dura realidade que vivemos, mas como ele mesmo diz: O progresso é a concretização de utopias.

* Resenha editada em Abril 2018

rachid 24/03/2023

Gostei muito
Nunca tinha lido nada do Oscar Wilde antes mas gostei bastante desse
estou procurando saber mais sobre o assunto e esse livro foi bem informativo

Charly.nunes 05/02/2023

Livro super necessário, mesmo que vc não seja de esquerda deveria ler para se ter noção do que é abordado pela esquerda. Wilde foi maravilhoso em escrever esse livro, explicou muito bem o porque é tão importante a mudança política e ainda fez uma previsão dos dias de hoje com base doque ele achava que era utopia, nos pondo a pensar no que de fato é utopia se não algo de que se tem sentido a cada tempo, e também acabou com o clichê tão falado das doações, nos mostrando como o próprio dis, que doação nada mais é que uma esmola do qual não vai tirar o indivíduo daquela situação só ajudar ele minimamente e temporaria mente, isso só o prende mais ainda em sua situação, o que mudaria sua situação é se a política mudar e lhe dar oportunidade de melhorar

cher 10/01/2023

a alma do homem - wilde
Interessantíssimo, achei a visão dele interessante e, na verdade, bem real!
A ideia alimentada pelo capitalismo de que tudo o que fazemos, inclusive por lazer, tem que ser produtiva é analisada pelo Oscar deixando uma ideia muito presente no esteticismo de que toda arte é inútil, mas bela. Wilde apresenta a teoria de que no socialismo às pessoas poderão alimentar suas individualidades, suas características e seus hobbies inúteis sem serem chamadas de preguiçosas ou vagabundas, assim como os ricos fazem a sua vida inteira, podendo assim manter uma qualidade de vida oferecida pela trabalho e pelo lazer.
Analisando a conjuntura da época, similar a de hoje, conclui que o contentamento do homem é vindo a partir da coletividade e da justiça social para que possamos crescer de forma individual.
Existem algumas ideias distorcidas e que eu não concordo, mas a ideia principal é um debate válido.

Leandro 16/11/2022

Wilde tem uma visão de socialismo mais próxima dos socialistas utópicos e do anarquismo.
O texto expõe como o indivíduo não pode florescer e exercer sua individualidade enquanto não tiver acesso aos bens materiais necessários.
Wilde também faz uma análise de como a arte se deteriora e perde a sua qualidade inata quando submetida à lógica de mercado e à opinião pública.

Cla 12/09/2022

Cru, mas instigante
Oscar Wilde surpreende bastante com essa obra. De leitura fácil e fluida, pode espantar seus leitores com algumas ideias, que possuem profundas bases teóricas, porém encontram-se espalhadas durante o texto e escritas de maneira mais superficial, sem aprofundar-se em conceitos que, de fato, elaboram exatamente o que o autor quer dizer. Acredito que um leitor atento de Marx ou Mauro Marini compreenda o que está sendo dito de maneira crua e talvez um tanto "rude" frente a olhares alheios. Interessantes reflexões que convidam tanto o leitor a concordar ou discordar de certos pontos abordados, especialmente no que tange à arte e à religião.