Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens

Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens Jean-Jacques Rousseau




Resenhas - Discurso Sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens


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Amanda2557 22/03/2024

Contato com a filosofia
Promeira obra de filosofia que tenho contato direto na leitura, então não acredito poder dizer muito sobre. O autor consegue explicar com clareza seu posicionamento e expressar sua tese.
Foi uma leitura densa a princípio mas satisfatória.
Recomendo pelo conteúdo de qualidade e objetividade da escrita.
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naho 13/02/2024

O homem é uma lenda
Apesar de não se aprofundar exatamente nos problemas que a desigualdade traz, o que eu achei que ele ia linkar em algum momento, Rosseau traz muito bem a origem dessa desigualdade, cumprindo lindamente a proposta da obra, tudo é bem detalhado, claro e coeso.
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João Pedro 11/02/2024

O desagradável e necessário contato com o outro
"Tal é, de fato, a verdadeira causa de todas essas diferenças: o selvagem vive nele mesmo, enquanto o homem sociável, sempre fora de si, só sabe viver na opinião dos outros, e é somente do julgamento deles, por assim dizer, que obtém o sentimento de sua própria existência."

Com uma escrita singular, em 1755 Rousseau nos convida (após ser convidado pela Academia de Dijon) a refletir sobre a origem da desigualdade e se ela é autorizada pela "lei natural". Em tal empreitada, o autor discute sobre a vida do homem selvagem anterior à noção de propriedade, e com uma escrita que produz uma experiência semelhante à assistir ao Discovery Channel, argumenta que é no momento da instituição da propriedade e o consequente contato permanente com o outro que as desigualdades físicas se tornam desigualdades diversas.

Mas as desigualdades diversas, ao menos nos primeiros momentos, não era de ordem necessária, mas sim contigente. Entretanto, com o contato com o outro, ocorre um intenso progresso dos vícios: notamos que a estima do outro é agradável, e a nossa vaidade solicita isso. Notamos que os frutos do trabalho são maiores se não o dividimos com o outro. Notamos que por vezes a felicidade do rico é intrinsicamente dependente da infelicidade do pobre. Rousseau vai propor, de forma bastante ilustrativa e com uma linguagem impar, embora os exemplos pudessem ser mais aprofundados, que o progresso da civilização leva à degradação da moral - a mesma moral que foi criada devido à própria 'sociedade inicial'. Disso se segue alguns esboços sobre sua próxima obra, focada na relação entre o governo e as pessoas a partir do contrato social. Nesse esboço, discute sobre o estabelecimento e o abuso das sociedades políticas, e sopesa os benefícios e os malefícios de um governo, sugerindo que, apesar da corrupção, é melhor que ele exista para que evite o abuso de poder.

Rousseau, um homem que se manifesta bastante religioso e que inclui nesta obra afirmações sobre a verdade factual do dilúvio, estabelece como parâmetro moral a moral Cristã, algo que fica mais evidente na sua dedicatória à república de Genebra. Entretanto, como ele mesmo afirma, a discussão filosófica a qual se propõe é independente dos dogmas religiosos.

"[...] essas comodidades perderam com o hábito quase todo o seu deleite e ao mesmo tempo se degeneraram em verdadeiras necessidades, de modo que sua privação tornou-se mais cruel do que era doce a posse, e as pessoas sentiam-se infelizes de perdê-las sem estarem felizes de possuí-las."
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Pavani 01/02/2024

Gostei muito da reflexão de ato e consequência abordado durante o livro, assim como o contraste do homem selvagem na natureza e o homem civilizado com suas amarras sociais, inveja e outros problemas decorrentes do convívio social.

Algumas coisas são para se ignorar como o papel que ele entende que as mulheres ficam sujeitas, mas acho que este aspecto da pra passar um pouco de pano para o "contexto histórico".

Leitura boa e curtinha, muito bom.
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Melancólico Relato 29/01/2024

Pontos interessantes
Neste livro tive a alegria de pegar menções a um outro que também estou lendo no momento: Leviatã.

Trata de temas diversos, já que não é completamente voltado à pergunta sobre a desigualdade entre os homens. Poderia destacar, dentre os mais memoráveis:

? A crítica ao foco excessivo no estudo das artes, que para ele eram sinais de luxo e vaidade, e como isso enfraquece moralmente a sociedade;

? A questão onde caracteriza o consumismo, ou como ele (se a minha memória não falha) apresentou: o fato de comprar jóias não é por si só ruim, mas sim quando o fazemos sem sentido algum, somente pelo luxo.

Percebe-se que o autor toca muito na questão moral (cristã) dos assuntos, o que é entendível devido à época em que é escrito.

Já na parte final do livro, chegamos no que considero mais interessante, que é a explicação para a desigualdade: ela PRECEDE às sociedades, dando-se a partir do momento em que se estabelece a PROPRIEDADE, e que, por necessidade de proteger essas propriedades, os donos se juntam e formam um pacto, um contrato entre si, uma constituição.

Um ponto importante de notar é que, com o surgimento da primeira sociedade, todos os demais povos vêem-se OBRIGADOS a formá-las também, principalmente como meio de defender suas propriedades não só de pessoas individuais, mas também de outras sociedades; com isto, inicia-se uma espécie de reação em cadeia.

Como um todo, vale a pena ler (pra quem gosta de direito, ciências políticas, sociologia e afins) e não tomará muito do seu tempo, já que é um livro curtinho.
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Rebeca 27/12/2023

Essencial
Eu não tive palavras pra resenhar esse livro logo que acabei e não as tenho agora.
Definitivamente parece que o Rousseau sentou em sua mesa numa manhã e só levantou quando terminou o discurso. Sem pausas. E é exatamente isso que atrapalha na hora de ler. A vontade é não parar até acabar. Eu queria que cada palavra ficasse tatuada na minha mente assim que eu lesse.
Com uma linha de raciocínio irrepreensível ( levando em consideração que alguns pontos científicos foram "desmentidos"), o livro parece que foi escrito ontem. Fica realmente difícil não aceitar as previsões pro futuro da época, presente atual, como previsões pro nosso próprio futuro.
Manual de como pensar, como todo bom livro filosófico, te deixa com mais perguntas que respostas no final.
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Laura 20/07/2023

Dá vontade de andar de quatro
Esses tempos o YouTube me recomendou um vídeo do Jubilut (biólogo) onde ele conversa sobre a infelicidade na nossa sociedade atual e no meio disso, explicava que o ser humano era mais feliz e satisfeito quando vivia da caça e coleta, no paleolítico.
Achei super interessante, principalmente quando li nos comentários: "alguém andou lendo Rousseau".
Como eu já tinha muita vontade de ler Rousseau, de entender essa parte do contrato social e natureza humana - e achei o vídeo muito interessante - resolvi finalmente ler.
E posso dizer que esse livro, e esse debate em geral,alugou um triplex na minha cabeça.

Acho que o jeito mais "resumido" e geral de entender a ideia do autor é aquela famosa frase "o homem nasce bom,é a sociedade que o corrompe", embora seja mais complexo que isso.
O que ele quer dizer,e disserta ao longo do livro, é que primeiro - para analisar a natureza humana - a gente tem que partir do homem em ausência de qualquer forma de "civilização". Nisso ele critica diversos autores que se propõem a debater isso partindo da análise da sociedade:
"todos falando sempre de necessidade,de avidez,de opressão,transportaram para o estado de natureza ideias tomadas na sociedade".
Depois ele vai falando da questão da desigualdade - O que é,como se origina,qual desigualdade é natural e qual não é - e é o primeiro filósofo moderno a questionar a propriedade privada.

E no início eu realmente tava achando o autor muito idealizador e até mesmo doido em vários aspectos (em alguns ele é msm),só que foi passando a fazer cada vez mais sentido,até um ponto onde eu perdi os parafusos pensando sobre.
Mas o que me deixou louca mesmo foi essa parte toda de "a sociedade nos corrompe", pq eu imaginava que se tratava de outra coisa, achava que era algo mais relacionado aquele debate de pessoas que vem de criações extremamente negligenciadas e suas atitudes, em nenhum momento eu me sentia corrompida com essa frase, até entender melhor o que ele quer dizer com isso.
Acho que um dos pontos mais interessantes dele é da civilização como algo que degenerou o caráter humano,e também frases como: "Os povos,uma vez acostumados a ter senhores, não conseguem mais viver sem eles" - que me deixaram extremamente pensativa -.
Tive também a graça de ver um documentário sobre arqueologia (um da Netflix que fala do homo naledi) enquanto lia, e fiquei ainda mais favorável e interessada pelas ideias do Rousseau.

Não tenho muito costume de ler filosofia,ent tive um pouco de dificuldade,e também pq quis pesquisar e pensar beeem a fundo.
Mas não acho que seja um livro lá muito complexo n, o que é complexo (impossível) msm é o debate em si da natureza humana.
E apesar de entender que o que eu estudei junto com esse livro é completamente insuficiente para poder afirmar alguma coisa,gostei muito da visão (em geral) do Rousseau.

Fiquei questionando o quão artificiais e construídas são as minhas necessidades (me senti um bicho domesticado msm), e acho que o comentário de Voltaire sobre esse livro descreve perfeitamente a sensação:
" Dá vontade de andar de quatro quando se lê seu livro".
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Gabriel Santos 21/06/2023

Excelente! !!!
Apenas um belo livro de Jean-Jacques Rousseau. Muito bem traduzido e o livro é de fato interessante para quem gosta do Rousseau e da filosofia em sí. Muitas dúvidas, respostas e até mesmos frases que nos ajudam a compreender melhor o homem e a sociedade, as formas de desigualdade e como o homem consegue se corromper apenas usando ele próprio contra sí mesmo. Recomendo ler com calma para absorver o conteúdo , independentemente do tempo que levar apenas aprecie esta obra.
Laura 24/06/2023minha estante
Amg, a leitura é fácil?


Gabriel Santos 28/06/2023minha estante
Leitura difícil não seria o certo, mas é complexa para deixar um pouco confuso.




Lucas Burgos 09/05/2023

Interessante ponto de vista
Rousseau neste ensaio reflete sobre a natureza do homem de forma espetacular, e refuta de diversas formas o pensamento hobsiano do homem naturalmente mal. Alguns pontos ficaram datados com o avanço da ciência, mas mesmo assim é uma leitura crucial pra entender a sociedade.
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Furlan3 09/04/2023

Extremamente necessário
Acho que o nome de Rousseau é conhecido por todos, mas este Discurso em específico é absurdamente necessário principalmente para pessoas de esquerda, já que o autor traça com muita clareza como e porque a propriedade privada vem a se tornar a origem de toda a desigualdade entre os homens e como ela é antinatural á seu estado original.
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Ju.Cardozo 12/03/2023

Os ricos e poderosos no pináculo das grandezas e fortunas só estimam as coisas que usufruem na medida que a multidão rasteja na obscuridade, pois se mudar tal condição, cessariam de ser felizes se o povo cessasse de ser miserável.
Jean Jacques Rousseau, filósofo suíço (1712-1778), em seu Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicado em 1755, cita as bases sobre as quais se firma o processo gerador das desigualdades sociais e morais entre os seres humanos.
Tomando como base os primeiros homens, Rousseau iniciou um pensamento que o levaria a concluir que toda desigualdade se baseia na noção de propriedade particular criado pelo homem e o sentimento de insegurança com relação aos demais seres humanos.
Segundo Rousseau, os primitivos deviam viver em bandos mais ou menos organizados, que se ajudavam esporadicamente, apenas enquanto a necessidade emergente exigisse, para fins de alimentação, proteção e procriação. Findada tal necessidade, os primitivos seguiam suas vidas de forma isolada, até que nova necessidade aparecesse.
Com o surgimento de novas exigências, as quais estes povos não estavam acostumados, surgiu, também, a percepção de que poderiam ter, além do necessário, algo mais que pudesse fazê-lo melhor do que os outros homens. Esta noção, ainda rudimentar nesses povos, foi-se aperfeiçoando, até alcançar um nível de elaboração que fizesse surgir a idéia de propriedade, fosse ela um animal, terras, armas e, até mesmo, outras pessoas.

Essa noção de propriedade criou nos primitivos a idéia de acumulação de bens e, conseqüentemente, superioridade frente aos demais. Essa suposta superioridade foi o estopim para o início dos conflitos entre os homens de uma mesma tribo e, posteriormente, entre cidades e nações.

Outra novidade nesse progresso mental foi a noção de família, que com o tempo, levou homens e mulheres a deixarem de lado o comportamento selvagem que tinham. Essa moderação no comportamento, fez emergir a fragilidade perante a natureza e os animais, mas trouxe como compensação e noção de grupo, que transmitia maior poder de resistência do que o indivíduo isoladamente. O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau.
Entretanto, a facilidade da vida em grupo trouxe outro problema: a ociosidade e a busca por algo que desse sentido a vida, além do trabalho. Assim, o lazer se instituiu, porém, com o passar do tempo, o que era comodidade passou a ser visto como necessidade e novos conflitos surgiram, fazendo com que o homem ficasse mais infeliz pela privação das comodidades, do que feliz de possuí-las.
Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.
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Antonele 12/03/2023

O homem é bom por natureza, mas a sociedade o corrompe.
Essa frase nunca fez tanto sentido. Na escola, estudamos superficialmente Rousseau, não procuramos entender de onde vem essa ideologia e o por quê.
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Julhaodobem 20/02/2023

Rousseau 2001
As noções do que é a desigualdade desde o nascimento da sociedade civil em uma comunidade pensante e determinada a viver juntos, sempre foram as questões abordadas entre os sábios que viveram. A palavra desigualdade desde então já foi usada por várias pessoas, sejam estes de lados opostos, como Karl Marx ao falar sobre a vida dos operários perante uma desigualdade de opressão e alienação nas fabricas ou nos discursos liberais do politico inglês Thomas Paine ao falar sobre os direitos humanos mas apenas para as pessoas ligadas diretamente com a liberdade americana e europeia colonial. Dois nomes distintos tanto no tempo como nas ideias mas que usam em contexto a palavra desigualdade em seus discursos.

Por tanto esta é uma palavra que ronda gerações, 1755 mais um capitulo para esta palavra foi colocada pela academia de Djon na França com a seguinte pergunta: qual é a origem da desigualdade entre os homens, e se é autorizada pela lei natural?. Um desafio interessante, que Jean-Jacques Rousseau aceitou de prontidão. Já que já tinha feito um outro discurso antes sobre as ciências e as artes, esta nova pergunta o colocou em uma nova perspectiva para a sua escrita acadêmica.

O interessante é que infelizmente este discurso nunca foi aceito pela academia de Djon pois no fim excedeu o numero de paginas propostas pelas regras, mas mesmo assim foi posteriormente publicado em um formato de livro, tornado mais uma vez Rousseau uma figura na história da filosofia e das Ciências Sociais , sendo estudado por vários estudantes e mestrandos das universidades, como aquele que escreve agora esta resenha.

Rousseau sempre foi uma figura enigmática para mim, é interessante pensar que ele é considerado um filosofo que esta sendo estudado em um área das Ciências sociais. Não estou ignorando todo o poderio filosófico de eras já produzidas, até por que se não existisse a filosofia provavelmente não teríamos nem um pouco de toda a tecnologia, química e teorias que temos hoje que ajudaram a moldar o mundo. Mas na verdade o que me fez ficar pensando sobre este aspecto é como as ciências humanas possuem esta conexão profundo entre as áreas, como um parente distante da filosofia que sempre esta trocando cartas sobre a vida e seus significados. Talvez no fundo sejamos tão menosprezados em um mundo onde os números e resultados concretos são mais importantes que deixamos de refletir sobre as desigualdades que permeiam a vida humana.

Lendo o Discurso das desigualdades entre os homens de inicio já é possível perceber que ele é uma grande gama de pensamentos do autor, formado diretamente como se estivesse discursando para uma grande plateia, com palavras fortes e um tom venerado e firme, totalmente cientifico e explicativo com uma literatura que beira a uma história sendo contada. Isto é o que difere Rousseau dos outros autores a serem estudados nas ciências sociais. Em um momento temos que entender as teorias duras e numerosas de Durkheim sobre seus métodos sociológicos, depois entender Evans Pritchard em seu diário antropológico, cheio de palavras e momentos que beiram a um livro de fantasia. Mas antes de tudo isso aparece Rousseau, um homem que somente escreveu um trabalho discursivo e ficou famoso para sempre na história humana.

É quase como tirar uma sore na humanidade, com isso se considerarmos o momento histórico que ele estava vivendo e a forma que ele via o mundo, torna este filosofo um ponto interessante a ser estudado, deixando os estudantes que o lê por umas semanas dizendo em alto bom som sobre o estado primitivo e a origem da propriedade privada. Dois aspectos estes que são um dos pontos chaves para entender o texto. Você leitor deve estar pensando agora que vou falar aqui seria um spoiler mas convenhamos uma regra que vou colcocar aqui para todos os livros acadêmicos que irei resenhar futuramente, não existe spoiler para livros acadêmicos, já que eles sempre serão estudados, e ainda mais, não estamos falando aqui e se capitu traiu, estamos conversando sobre teorias cientificas que são fermentadas a todo momento em milhares de perspectivas existentes entre diferentes visões por um pesquisador.

Quando se inicia o texto o que veio de primeira em minha mentre foi a cena inicial do filme 2001: uma odisseia no espaço, quando os macacos humanoides em um deserto esquecido conhecem o poder do dialogo quando um bate com um fêmur ao outro, descobrindo o poder da força ao ter um objeto que pode matar facilmente um irmão do mesmo grupo, resolvendo de uma forma definitiva as suas pendencias. Rousseau começa dizendo sobre esses homens primitivos, a sua vivencia e o estado que natureza os proporcionava se viverem livres, dizendo assim que a natureza é o estado primitivo que todo homens deveria ter, sem os avanços da tecnologia humana.

Ao estabelecer a natureza como a salvação e o tempo que deixa a humanidade livre, se torna uma reflexão interessante, para mim é irônico vindo de um homem que nasceu perante o homem europeu, negando todo o seu estado natural de vida e ao mesmo tempo vivendo em um mundo onde a Europa dizimava qualquer aspecto de estado primitivo. No fundo sei que temos que pensar apenas na questão filosófica e do mundo que o autor vivia, mas para mim isto o torna cada vez mais hipócrita pois no fim é apenas um homem branco pensando em algo que nem ele entende, viver na natureza, clocando a natureza como apenas animais com humanos como seres sem pensamento com uma dialética como esta reflexão fantasiosa fosse o certo, escrito por um homem que duvido que tenha se embrenhado nas florestas.

Entretanto, outra ideia citada que responde a pergunta sobre a academia de Djon, é o conceito de propriedade privada. Para ele, o ser humano perdeu a sua liberdade e contribuiu para a sua desigualdade quando ao primeiro homem que teve a inteligencia de cercar um pouco de terra e dizer que aquilo era seu, fez nascer assim a propriedade privada. Que é a o nascimento de humanidade como conhecemos, com as suas cidades, ruas, fabricas e toda uma construção social feita por roupas e pertences exclusivos.

A desigualdade para o outro é uma consequência da propriedade privada criada pelo homem, tornando um povo que ao aumentar o seu poder tecnológico, a desigualdade também aumentara. isto escrito sem nenhum tipo de anacronismo, pois naquela época não existia esta concepção atual de lados políticos com direita ou esquerda, deixando essa ideia interessante. Por mais que adoraria comentar sobre o capitalismo atual, teria que escrever um outro texto para comentar sobre isso. Por tanto o sentido de privado é o que deixa esse texto vivo até hoje, com uma ideia que existe em outras concepções da vida humana até hoje, com uma desigualdade avassaladora e cruel, sem o seu estado primitivo conectado pela natureza.

O Discurso sobre a origem entre a desigualdade entre os homens é um tratado que deixa a reflexão no ar, explicando algumas conexões e deixando a desejar outras. Isto porque devemos pensar que este texto não é um estudo de anos a fio sobre algum tema da sociedade. No fim gosto de pensar que é um trabalho acadêmico como qualquer outro, como o concurso de redações da escola ou algum trabalho em uma universidade no fim do semestre. Assim o que podemos tirar são as ideias centrais do texto e não uma teoria composta e duradoura como fazemos com Max Weber ou Émile Durkheim.

A leitura deste discurso foi uma forma interessante de conhecer mais profundamente o autor e mesmo que a matéria que me foi apresentada em sala de aula que esta sendo composta deixam a desejar a minha capacidade de gosto, o texto proposto para ler durante as aulas foi de bom grado para mim. No fim é isso que importa, posso ter desgosto de entrar na sala de aula de alguns mestres mas se o conteúdo for interessante para mim, é só isso que importa. Algo que muitos estudantes teriam que aprender desde já, ainda mais em um curso de humanas, as vezes é mais importante ler em diretamente o autor do que ouvir 4 horas de outra pessoa falando sobre ele, somente tendo um contato direto com os seu texto é que podemos entender seus conceitos muito mais fortes e também divertidos para alguém que gosta de conhecer suas teorias e pensamentos.

site: https://diariossemanal.blogspot.com/
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