Marina 31/01/2024Armadilhas da simplificação excessivaGostei do livro. É bem escrito, o autor traz exemplos interessantes e ressalta a importância de guardarmos tempo para atividades essenciais e frequentemente menosprezadas, como dormir, brincar, pensar e ler clássicos.
Refletir sobre o que queremos e não fazer coisas que não queremos por pressão social ou perfeccionismo também é uma boa mensagem - assim como a de aprender a dizer não.
Apesar disso, senti que ele simplifica demais a vida, o que o leva a algumas armadilhas.
A principal é que uma premissa para o essencialismo funcionar é que nós devemos ter objetivos e metas muito claros - ou passar a vida tentando desvendá-los - e só agir quando soubéssemos o que queremos e para atingir o que queremos.
Ele desconsidera que seres humanos são complexos, que muitas vezes as melhores e piores decisões para as nossas vidas são tomadas em momentos em que não temos ideia de quais serão as consequências, que no campo profissional (foco do livro), apostar todas as fichas em uma meta única pode ser um convite ao fracasso.
Claro - no geral ele está certo, aprender a priorizar (nascimento do filho > reunião com cliente) é uma boa, repensar se as sua rotina te traz satisfação pessoal é sempre válido, mas sem a presunção de que com isso você vai mega otimizar o seu tempo e se tornar ?a melhor versão de si mesmo?.
Inclusive, alguns dos exemplos dados por ele como ?dizer não primeiro e pensar depois? inclusive para pessoas como sua mãe ou sogra, talvez só contribuam para te tornar uma pessoa mais isolada e autocentrada.
Em resumo, recomendo seguir os conselhos do autor com moderação.