Tamirez | @resenhandosonhos 21/08/2018A Conspiração MozartEu li o primeiro livro sem muita pretensão e acabei gostando bastante, mas esse segundo é ainda melhor. Com uma pegada investigativa de juntar peças no estilo Dan Brown, o autor conduz várias tramas paralelas que se unem para montar um só quebra-cabeça.
Começamos sendo apresentados a várias histórias diferentes em lugares e períodos de tempo distintos. A principio é difícil saber a conexão entre elas, mas aos poucos vamos descobrindo como tudo se encaixa e como cada personagem é importante para compor a história.
Quando o primeiro livro terminou me perguntei se teríamos vislumbres dos acontecimentos anteriores nesse livro, mas isso não ocorre. A conspiração Mozart é completamente independente e pode ser lido de forma separada sem problemas. O autor contextualiza quem é o personagem e conta um pouco de sua história para que o leitor novo não fique perdido.
“O Ben que ela conhecera no passado era mais suave e mais gentil. Às vezes podia parecer até vulnerável.”
O Ben Hope desse livro é menos sombrio que o de O Segredo do Alquimista, então faria sentindo essa história ter acontecido depois, pois vimos o personagem evoluir e se libertar um pouco daquele lugar sombrio que vivia em sua mente. E, aqui, não temos personagens meramente aleatórios o contratando para um serviço. Hope tem uma história com Oliver e Leigh e com essa segunda é algo que ficou interminado.
É claro que vai rolar uma tensão entre os personagens que a gente pensa o tempo todo que culminará em romance. Aparentemente essa é a sina do personagem e de todos os investigadores da literatura: ter sempre uma bela dama a lhes acompanhar em suas aventuras. Alguém que em algum momento será usada contra eles, que deve ser protegida e que sempre quer estar metida na encrenca, mesmo que faça bem mais sentido ficar em um lugar seguro enquanto quem sabe realmente do assunto resolve a parada.
Tendo dito isso é claro que há os clichês do gênero, que para quem lê bastante talvez venha a incomodar, ou para quem lê pouco possa até passar despercebido. Há várias cenas de ação e achei essa história bem mais palpável que a primeira. Acho que por não haver em momento algum o questionamento sobre ser real ou não como o livro anterior levantou, me deixou mais propícia a comprar essa história.
Apesar de ter curtido muito a trama, acho que o livro deveria ter terminado algumas páginas antes, deixando o conflito sem o ato final. Não gosto quando alguém é trazido de volta apenas para ser uma alegoria a ser arrancada da trama novamente. Não acredito que isso acrescente em nada. Mas, o que pode acontecer em decorrência disso é que vejamos um Ben novamente sombrio no próximo livro, já que não é exatamente uma barra fácil a que ele segurou aqui. Acho que não curto muito essa perspectiva e espero que a fórmula mocinha auxiliar não se repita, bem como a do policial amigo, que também temos aqui, mas bem melhor trabalhada dessa vez.
Para os fãs de mistério e investigação, essa série é uma boa opção. Dan Brown e Harlan Coben são referências importantes aqui e, se você curte esses outros autores, provavelmente vai gostar dessa série também.
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