Pedróviz 10/06/2011
Humor e crítica
Neste livro, FS reúne uma série de crônicas de diversas naturezas que, apesar da época em que foram feitas de 1946 a 1948, guardam grande atualidade. Algumas, como "A invenção da laranja", para mim nem deveriam estar no livro, pois, além de serem fracas, destoam do espírito que acredito que o título propõe.
Várias crônicas reúnem momentos de humor seguidos por momentos de crítica ao modo de vida americano da época. Em "Mecânica da distração" o bom humor se une à crítica na análise da corrida do norte americano da época pelo lazer do tipo "lots of fun".
Em "O passageiro subterrâneo" percebe-se a massa devidamente controlada e conduzida num adequado sistema de individualismo onde qualquer tipo de contato (verbal, físico) entre as pessoas é indesejável.
Em "Crime e castigo", uma das melhores crônicas do livro, o móvel do crime teria sido um pedaço de pão que até as pombas do Central Park rejeitam. A crônica é ótima, ridiculariza não apenas o móvel do crime, como mostra o absurdo de uma lei feita para punir minorias.
Em "Os gigantes do nada", FS mostra-se indignado, com razão. Não há nada, nesta crônica, do humor encontrado em outras crônicas.
"O ano que vem" fala de muitas coisas e demonstra ser uma grande bobagem comemorar o ano novo.
Por estas crônicas e por outras, este é um livro que vale a pena ser lido e guardado para releituras.