A Cidade Vazia

A Cidade Vazia Fernando Sabino




Resenhas - A Cidade Vazia


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Peixoto.Melo 03/03/2022

divertido e sombrio
Com humor, Sabino expõe as sombras de Nova York em toda sua hipocrisia e falta de senso comunitário. Trazendo encontros marcantes e reflexões profundas sobre a sociedade da qual é hospedeiro, ele nos dá suas impressões sobre os homens e mulheres que lá vivem -ou "desvivem".
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Brizola 19/12/2018

Nunca se gastou tanto com o intuito de economizar
O livro foi escrito no final da década de 40, mas é impressionante a forma como o autor descreve a condição humana com suas características que perduram e se acentuam. Utilizo o exemplo de uma das crônicas: a valorização exacerbada da exposição e compartilhamento dos nossos momentos de diversão através da fotografia mostrada a todos os nossos colegas de trabalho os juízes mais competentes para fornecer o veredicto da nossa felicidade ou infelicidade. A exposição que muitas vezes ganha mais relevância que a própria fruição destes momentos, a necessidade do reconhecimento, traduzida contemporaneamente em curtidas e números de seguidores nas redes sociais já dava os seus sinais 80 anos atrás, sinais estes captados e descritos com a costumeira sensibilidade deste grande escritor brasileiro, que dentre inúmeros outros assuntos, escreve sobre a fome, a diferenciação entre o direito e a moral, a individualização extremada, e também casos mais leves e divertidos, mas não menos importantes como o fato de o brasileiro tomar mais banho que os "norte-americanos," "americanos" "estadunidenses" ou "estado-unidenses" como preferir.
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Pedróviz 10/06/2011

Humor e crítica
Neste livro, FS reúne uma série de crônicas de diversas naturezas que, apesar da época em que foram feitas de 1946 a 1948, guardam grande atualidade. Algumas, como "A invenção da laranja", para mim nem deveriam estar no livro, pois, além de serem fracas, destoam do espírito que acredito que o título propõe.

Várias crônicas reúnem momentos de humor seguidos por momentos de crítica ao modo de vida americano da época. Em "Mecânica da distração" o bom humor se une à crítica na análise da corrida do norte americano da época pelo lazer do tipo "lots of fun".

Em "O passageiro subterrâneo" percebe-se a massa devidamente controlada e conduzida num adequado sistema de individualismo onde qualquer tipo de contato (verbal, físico) entre as pessoas é indesejável.

Em "Crime e castigo", uma das melhores crônicas do livro, o móvel do crime teria sido um pedaço de pão que até as pombas do Central Park rejeitam. A crônica é ótima, ridiculariza não apenas o móvel do crime, como mostra o absurdo de uma lei feita para punir minorias.

Em "Os gigantes do nada", FS mostra-se indignado, com razão. Não há nada, nesta crônica, do humor encontrado em outras crônicas.

"O ano que vem" fala de muitas coisas e demonstra ser uma grande bobagem comemorar o ano novo.

Por estas crônicas e por outras, este é um livro que vale a pena ser lido e guardado para releituras.
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