nadia 04/02/2021
“Eu me pergunto se, sem as nossas lembranças, o nosso amor não está condenado a murchar e morrer.”
É interessante como "O Gigante Enterrado" cresce com o passar das horas após seu término. Confesso que durante algumas partes, principalmente mais ao meio do livro, senti que a leitura não engatava muito bem, parecendo que tudo se mantinha morno demais, mas agora acho que, em partes, é importante para a experiência e para o que o livro propõe. É justo esperar uma aventura épica e animada quando seus protagonistas são um casal de velhinhos? Provavelmente não. O Gigante Enterrado discute sobre a importância do esquecimento, sobre o ódio entre povos, sobre a compreensão da morte. Nossos sentimentos para com os outros são justos e fortes se já não nos lembramos dos momentos bons que vivemos juntos? E se esse esquecimento também cobrir os momentos ruins? Devemos, então, lembrar da nossa história em sua totalidade, com os momentos felizes e tristes, ou aceitar o esquecimento como uma manutenção das relações? Uma história linda sobre o amor, o ódio, a guerra e, principalmente, a memória pessoal e coletiva.