Chão em chamas

Chão em chamas Juan Rulfo




Resenhas - Chão em chamas


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Fabio Henrique 13/10/2017

Ótimas estórias, personagens fortes, numa escrita coesa e clara.
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Leila de Carvalho e Gonçalves 15/07/2018

Cunho Regionalista
Bastaram apenas dois livros para Juan Rulfo (1917-1986) escrever definitivamente seu nome na literatura do século XX.

Se o romance "Pedro Páramo" é considerado sua obra-prima, "Chão em Chamas ", uma preciosa coletânea de contos, trata-se de sua estreia como escritor. Nela, Rulfo revela a vida difícil no sertão mexicano, um lugar miserável e árido cuja população sem esperança é constantemente ameaçada pela fome, doenças e injustiças sob o olhar omisso do Governo. Girando em torno do amor, violência e morte, destilando sangue, suor e lágrimas, suas narrativas são também o retrato de um país assolado pelo nepotismo político e constantes combates onde o povo não passa de massa de manobra de uma elite rica e sequiosa de poder. Apesar de remeter a um época incerta, algumas histórias do livro referem-se diretamente à Revolução Mexicana e à Guerra Cristera.

Entre os dezessete contos apresentados, três merecem destaque da crítica e são mais conhecidos:
"É Que Somos Muito Pobres" - Uma vaca e seu novilho somem durante uma enchente. Como formavam o dote de uma menina, o prejuízo sela seu futuro como meretriz.
"Luvina" - É um "morro pedregoso e estéril onde se aninha a tristeza". Seus habitantes sobrevivem a mercê da própria sorte trata-se de uma metáfora do próprio México.
"Você Não Escuta Os Cães Latirem" - No meio da noite, um pai carrega o filho doente nas costas até um povoado distante onde há um médico para atendê-lo.

No entanto, não deixe de lado as outras histórias, especialmente, a mais longa que intitula o livro. "Chão em Chamas" narra a vida de um revolucionário, aliado de Pedro Zamora, que luta sem qualquer propósito ou compreensão do contexto em que está inserido.

Finalmente, o "Chão em Chamas" apresenta resquícios naturalistas e Nenhum traço do Realismo Mágico que marca "Pedro Páramo". Rulfo revela um humor sombrio, uma escrita enxuta que não abre mão da poesia além de uma intensidade surpreendente. Não deixe de conhecê-lo.
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Gab 02/06/2021

Contos Latinos
Nesse livro Juan Rulfo, autor mexicano premiado por suas obras, nos brinda com contos que nos mostra a dureza da vida no México do começo do século XX.
Com uma escrita escorreita e precisa nos transporta para regiões pobres daquele México onde a morte, conflitos de terras, desamparo dos governantes, injustiças e violência são presentes.
Através de personagens somos transportados para uma realidade duríssima conduzidas por homens e mulheres brutos e moldados pelas dificuldades do meio onde estão inseridos.
?- Tudo isso é fuxico e falação. Trabalhando se come e comendo se vive. Aprenda a minha sabedoria. Eu sou velho e não me queixo. De rapaz, nem se fale; tinha até pra conseguir mulher de vez em quando. O trabalho dá pra tudo e quanto mais pras urgências do corpo. Acontece que você é tonto. E não vem me dizer que quem ensinou isso fui eu.? (Página 143)
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Ludmila 08/06/2021

Apesar dos contos serem curtinhos, as histórias são bastantes densas. Não achei um livro fluido, demorei mais que o normal para ler.
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Mouraci 17/07/2021

Livro raro!
Juan Rulfo publicou apenas três livros ao longo da vida: os contos Chão em Chamas, o romance Pedro Páramo e o plot do filme O Galo de Ouro.

Chão em Chamas possui 17 contos e todos se passam na região de Jalisco, região semiárida do México e local onde nasceu Juan Rulfo.

Todos os contos têm como pano de fundo a miséria, a injustiça social, a violência e a morte. A revolução mexicana, que deixou sequelas no México do início do século XX, influenciou Rulfo, que nasceu no mesmo período e viveu os seus impactos.

Diferente do livro Pedro Páramo, com seu realismo fantástico, Chão em Chamas é naturalista. Os personagens possuem uma linguagem muito rural e crua. Neste sentido, me lembrou muito Guimarães Rosa, porém sem os neologismos, e Graciliano Ramos.

A descrição da paisagem impressiona - sem deixar de ser econômico nas palavras, sente-se o calor, a luminosidade e a aridez da região. Depois que terminei a leitura, descobri que Rulfo foi fotógrafo e fez muitas séries de fotos da região. Talvez o fotografo tenha inspirado o escritor no uso da imagem.

Como um joalheiro, Rulfo lapidava as palavras. Elas são precisas, nunca sobram ou faltam. Talvez por isso tenha deixado poucos livros. Raros como os diamantes...
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AleixoItalo 29/07/2021

Eu me perguntava se valia a pena ler 'Chão em Chamas', e quão bom ele era em comparação com o clássico 'Pedro Páramo', a maior influência do Realismo Fantástico na América Latina.

Se 'Pedro Paramo', narrado pelos defuntos de Comala, é a obra definitiva de Juan Rulfo, 'Chão em Chamas' é seu alicerce realista. Os contos rurais de um, fornecem a dor, a miséria e os mortos que irão compor o mundo fantástico do outro.

Ė um livro sobre a relação íntima do homem com a terra. Independente da região, o mundo urbano e o mundo rural compõem universos distintos e embora um dependa do outro, a vida nos campos é muito mais árdua e distante do mundo "civilizado". 'Chão em Chamas' é sobre as angústias do povo que vive da terra, abandonado pelo estado, onde desastres naturais, miséria, violência e resiliência travam uma batalha pela existência.

Se existisse alguma conexão óbvia entre estilos literários, poderíamos dizer que 'Pedro Páramo' está (de fato) próximo ao realismo fantástico e 'Chão em Chamas' comungaria mais com o Gótico Sulista Norte Americano. O fato é que a obra de Ruan Rulfo é dotada de uma personalidade ímpar e praticamente impossível de ser igualada ou rotulada.

Marco da literatura regionalista, o denominador comum na obra é a violência! A violência como linguagem é bem difundida na literatura, seja como entretenimento (Stephen King por exemplo) ou como uma reflexão sobre o gênero humano (Cormac McCarthy talvez), em especial na literatura latino americana e regionalista, onde funciona como uma crítica ao sistema.

Ruan Rulfo é um escritor singular, possuidor de uma obra curtíssima porém amplamente estudada e 'Chão em Chamas' é um livro de contos curtos que chocam, mas são maravilhosos para serem lidos e relidos com o tempo!
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Marília 11/09/2021

Esse livro nos leva por paisagens áridas tanto as naturais quanto as espirituais. Dá uma sensação de tristeza e de que nada vai melhorar. As pessoas simplesmente passam pela vida
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J^! 13/11/2021

Poucas palavras
Esse é realmente um autor incrível que precisou de pouco para entrar para os melhores da literatura.
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Ju 03/01/2022

Angustiante
Um livro pra ler devagar, digerindo os contos. Histórias sofridas e tocantes de uma realidade não muito distante.
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Heider 14/01/2022

Livro enviado pelo clube Calhamaço e meu primeiro contato com o autor. Fiquei feliz em descobrir que essa não é considerado sua obra prima, já coloquei como meta adiquirir Pedro Páramo.

Chão em chamas é uma ótima coletânea de contos, o cenário em que se passam é sempre importante e destacado, histórias de violência como a própria história da América Latina mas de um povo forte e indignado. Crítica social e sexualidade são muito presentes nos contos.

É possível notar o cuidado do autor em ser conciso. Uma leve ironia deixa as histórias mais leves. A leitura é muito fluida e agradável.

Gostei muito do conto "É que somos muito pobres", achei muito divertido. "Luvina" e "Anacleto Morones" também são ótimos.

Recomendo.
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Midi.Gomes 20/01/2022

Uma realidade árida
No som familiar dos relatos, seja em essência ou até mesmo ponto a ponto; vemos no Brasil um retrato espelhado da mesma miséria humana e toda a ruína que a precede.
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Thalita 02/03/2022

Chão em chamas
Este é um livro de contos que acabei conhecendo depois de ler Pedro Paramo. Não sou muito fã de livros de contos, mas este livro é curtinho e os contos também são bem curtos, então foi mais fácil.
O autor retrata de forma bastante perturbadora a realidade do povo mexicano, a pobreza, falta de recursos e assistência, violência.. Cada um é um soco no estômago.
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Aline221 14/03/2022

Chão em chamas
O livro tem 17 contos e um texto muito bom no posfácio, falando sobre o autor, Juan Rulfo.
Apesar de as histórias serem curtas, a maioria achei pesada. Acho que o título do livro, que por sinal é o título de um dos contos, demonstra bem o que vem pela frente: muito calor, aridez, pobreza e violência.
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Lusia.Nicolino 16/03/2022

Rulfo e sua escrita magnífica
Contos. Contos como só Rulfo sabe contar. Já que são histórias regionalizadas, que revelam as agruras de um México quase desconhecido. Na década de cinquenta, a crueza da realidade mexicana reverberou com seu jeito oral de contar, quer dizer, de escrever seus “causos”. Quando você termina um conto não quer avançar porque ainda está “atrapado”, mas anseia ir para o próximo pois não acredita que pode superar, mas será surpreendido! Quase como soluções, os contos são fotografias de personagens muito próximas, a quem pode amar ou odiar sem reservas. Juan escrevia como muitos gostariam de escrever. O que lamento é saber que foi autor de apenas duas obras. Você precisa conhecer!

Quote: "Era um homão grande assim, que até dava medo de ficar ao seu lado e calcular sua força, ainda que fosse só com os olhos. Ao olhar para ele a gente sentia como se ele tivesse sido feito de má vontade ou só com as sobras."


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