Ivy (De repente, no último livro) 24/08/2017
Déja-vu total...
Passenger é a primeira parte da nova dualogia da autora Alexandra Bracken. Publicada em espanhol esse ano, o livro nos apresenta um dos temas mais interessantes na literatura: viagens no tempo. Agregue-se à isso a figura dos piratas do século XVIII, outro tema que me encanta.
Por certo, à primera vista, Passenger tinha todos os ingredientes para tornar-se um dos meus livros favoritos. Ação, aventura, piratas, romance, viagens no tempo, uma ambientação interessante e um mistério bem elaborado... No entanto, fiquei com a sensação de que a autora desperdiçou a oportunidade de extrair todo o potencial que a história poderia ter, e Passenger terminou por ser um livro bastante mediano, em alguns momentos até mesmo cansativo.
Henrietta é uma garota de dezesseis anos, vivendo um momento decisivo em sua vida. A data de seu debut como musicista profissional se aproxima cada vez mais, e Etta não poderia estar mais ansiosa. Contando com o apoio incondicional de sua professora, Alice, Etta sabe que tem talento suficiente e que este debut será a primeira de muitas conquistas na área musical. No entanto, quando sofre um revés na grande noite, Etta sem querer descobre possuir uma capacidade bem diferente de seu talento para a música. Etta é uma viajante no tempo, um talento já herdado desde os seus antepassados, e que lhe permite poder viajar através dos séculos e lugares. A França da época da Revolução Francesa, a Londres da Segunda Guerra, os desertos da antiga Síria, e até mesmo os indomáveis mares e oceanos do século XVIII serão agora possíveis para Etta, que se verá envolvida em uma caçada, em busca de um misterioso astrolábio, que permite ao viajante portador um poder ilimitado sobre o passado e o futuro. Nessa busca Etta contará com a ajuda de Nicholas, outro viajante que, no princípio, mantém firme seus próprios interesses pessoais, e pouco à pouco, enquanto seu interesse por Etta começa a germinar, fará tudo para salvar a ambos da morte certa, tudo por culpa de uma poderosa família de viajantes no tempo, os Ironwood, um clã capaz de qualquer coisa com tal de ver cumpridos seus objetivos mais egoístas.
Acredito que o que mais me decepcionou em Passenger foi justamente as muitas semelhanças com outra trilogia juvenil famosa de viajantes no tempo, Rubyred, da autora Kerstin Gier. É que foi impossível não notar que Etta tem algumas coisas (ou muitas) da personalidade de Gwen (protagonista de Rubyred). Além disso, Nicholas, o herói de Passenger também mantém aspectos muito parecidos à Gideon (de Rubyred), embora Nicholas seja mais simpático e agradável.
Além dessas inconvenientes semelhanças entre os casais protagonistas das duas sagas, a trama por muitos momentos se aproxima (até demais) da trilogia da autora Kerstin Gier.
Enquanto Gwen, em Rubyred, precisa viajar no tempo em busca de um artefato roubado, Etta também deverá sair em uma busca por um objeto de igual valor.
No entanto, diferente de Rubyred que, além de divertido, prende até o final, Passenger me pareceu confuso e repetitivo.
Etta e Nicholas viajam para vários séculos e lugares, mais enquanto eles atravessam um monte de passagens secretas, fiquei com a sensação de que absolutamente nada de importante chegava realmente a acontecer. A autora soube descrever muito bem fatos históricos e lugares, e conseguiu me situar com perfeição em cada época, no entanto, o livro carece de ação e revelaçoes impactantes... inclusive, a interação entre o casal principal, sua aproximação e posterior envolvimento, me deixou um pouco desanimada (e imaginem que me considero bem romatica...).
Pode ser que aqueles que ainda não leram a trilogia Rubyred, terminem desfrutando muito mais de Passenger. Esse é um livro que pode ser que os encante muito, ou pode ser que não os agrade em nada... Comigo, gostei e desgostei em partes iguais. E até agora não saberia dizer se realmente a história me convenceu completamente... Simplesmente basta dizer que tenho dúvidas se quero ler ou não seu desfecho final, Wayfarer.
Resumindo, Passenger é um livro que comecei movida por uma grande animação, que foi diminuindo conforme os capítulos passavam. Não me empolgou como esperava. Falta coerência, falta ação e há momentos muito confusos. Os personagens não me cativaram, talvez em virtude de sua insistente semelhança com outra trilogia famosa. Concluindo, os recomendo ler esse livro sem criar muitas expectativas, tão somente esperando conhecer uma história interessante, que talvez os surpreenda em muitas oportunidades.
site: http://aliceandthebooks.blogspot.com.br/2017/08/review-150-passenger.html