Biia Rozante | @atitudeliteraria
15/06/2015E definitivamente estou com uma ressaca literária eternaNão existem palavras que descrevam a emoção e o constante estado de inquietação que senti durante toda a leitura. Não existem palavras que justifique o quanto me senti arrebatada pelo enredo. Não existem palavras que seja capaz de descrever o quanto o livro é lindo. E eu sei que jamais serei capaz de resenhar essa obra, porque para mim resenhar um livro que amei além das palavras é sempre muito difícil.
A Promessa da Rosa é uma história empolgante, viciante e arrebatadora. Com um enredo sensacional e surpreendente, aqui nada é o que parece. A cada novo capítulo você precisa respirar fundo e se preparar tanto para sorrir como para chorar. Não há pontas soltas, não há momentos entediantes, são revelação, armações, encontros e desencontros, verdades ocultas, mentiras, intrigas, e um aperto no peito agonizante. É completamente viciante. Um romance, um drama, uma história hipnótica e dilacerante. Amor, ódio, inveja, vingança, recomeços, e um único desejo, ser capaz de perdoar e amar aquele roubou sua alma e coração, desde o primeiro instante.
Uma mocinha nada convencional, Kathelyn é o oposto do que preza a boa Sociedade Londrina, tudo o que uma dama não deve ser. Ela é voraz, espirituosa, forte, determinada, corajosa, esperta, uma mulher de beleza exuberante, marcante, com uma personalidade afiada, que arranca suspiros por onde passa e com o dom de deixar seu pai de cabelos em pé.
— Alguns me chamariam de excêntrica. — Ele franziu o cenho, ela continuou. — Eu apenas considero mais interessante uma coleção de relíquias do que um baile. — O cenho dele continuava fechado...
Arthur é um Duque. Um homem experiente, arrogante, sagaz e ainda assim um tanto imaturo. Acostumado a ter tudo o que quer e quando quer, Arthur não aceita muito bem ser contrariado e desafiado.
(...) Ele nunca conheceu alguém que se desfizesse de seu título dessa maneira. Devia estar irritado, mas no lugar estava... Fascinado.
Tanto Kathe, quanto Arthur são teimosos e inconsequentes, obstinados, e isso é o que, os torna incríveis, mas também o que mais os atrapalha. Meu Deus, como tudo entre eles é extremo, intenso. Desde o primeiro olhar eles se envolvem, existe uma atração, um imã, que os atrai. Fica claro o quanto a paixão é fogo, é necessidade, é desejo cru.
(...)— Imagino que se tivesse caído no palco, a sua arrogância amorteceria a queda... Assim sobreviveria — suspirou —, para o pesar da humanidade...
Durante todo o desenrolar da trama, nós notamos o quanto os personagens amadurecem. Deixo aqui explicita minha admiração a Kathe, essa personagem ganhou totalmente meu coração e respeito, eu no lugar dela teria perdido a sanidade, confesso não sei se conseguiria seguir em frente depois de tudo que ela passou e ainda manter a fé de que de alguma forma tudo daria certo. Já Arthur... quanta vontade senti de poder entrar na história e dar uns bons tapas nele, trazê-lo para a realidade, exigir que uma vez na vida escutasse alguém além de si mesmo e ainda assim, como quis pegá-lo no colo, confortá-lo, dar carinho.
Tudo nessa história é colocado de maneira clara, os cenários são bem construídos, os personagens sejam eles principais ou coadjuvantes são bem explorados, os diálogos são ricos, divertidos e emocionantes. A trama é UAU, sensacional, com uma história forte, dinâmica, envolvente. Preciso dizer, capítulo 34 me deixou em lagrimas por mais de vinte minutos, como sofri, era como estar lá, diante da cena, vivendo ela. Não que o capítulo seja o ponto alto da história, até porque não acredito que exista apenas um ponto alto, minha opinião é de aqui neste livro a história em um todo é sensacional, o conjunto da obra é o ponto alto.
Arthur tirou os cabelos grudados pelo suor em sua face e a olhou com tanta paixão que ela acreditou ter encontrado tudo o que sempre faltou no mundo.
Sempre que iniciei uma leitura de romance histórico, tinha em mente um enredo, e a maneira como ele sempre se desenrola, e eu posso garantir a vocês, isso não acontece em A Promessa da Rosa, Babi A. Sette conseguiu algo fantástico, ela revolucionou a escrita histórica, ela trouxe algo original, uma história capaz de roubar o seu sono, seu fôlego. Drama e romance nunca andaram tão lado a lado quanto aqui, a cada passo em direção a viver o amor era como abrir mais um quilometro de abismo entre eles. Conflitante, envolvente, absurdamente lindo.
(...) — Enquanto houverem histórias de amor nascendo e vivendo em nossos corações, todas as rosas cumprirão a sua promessa...
Babi A. Sette é uma autora maravilhosa, ela possui o algo a mais, a maneira como a escrita está nela e ela na escrita, a forma como seu coração fala. Não são apenas palavras rabiscadas em um papel, é uma alma que se derrama sem medo ou vergonha, voando livre, personagens que ganham vida, sentimentos que explodem e transcendem as páginas te alcançando do outro lado. Babi realmente nasceu para escrever, ela tem o dom, o timing perfeito, não é algo que você aprende, é algo que você é e pronto.
Eu poderia compará-la, dizer que a Babi é a Jane Austen brasileira, talvez seja a nossa Judith McNaught, ou quem sabe a Julia Quinn, mas não, isso não seria justo com ela nem com seu talento, por essa razão digo apenas que se trata da Babi A. Sette, por que ela deve ser reconhecida e lembrada por ela mesma, como a autora que escreveu o melhor romance histórico que já li até hoje.
Por essa razão, SIM, eu recomendo e muito a leitura da obra, por que com uma escrita fluida, diálogos sagazes, divertidos, espirituosos e inteligentes, Babi A. Sette nos apresenta uma obra capaz de hipnotizar, roubar o fôlego e nos deixar assim de joelhos diante de um enredo bem construído e reverente diante de seu talento.
Parabéns a autora pelo excelente trabalho e obrigada a Editora Novo Século por trazer até nós essa obra fantástica.
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