@tigloko 28/01/2024
"Sobreviver não é suficiente"
Um vírus de resfriado altamente contagioso e letal, conhecido como Gripe da Geórgia, devasta o mundo. 20 anos depois do surto, as pessoas restantes tentam sobreviver em uma Terra sem eletricidade, sem fronteiras, sem leis. É neste momento que acompanhamos Kirsten( que no Ano Um da pandemia tinha somente 8 anos) e a Sinfonia Itinerante, um grupo de teatro que apresenta peças de Shakespeare por onde passam. O livro alterna entre passado e presente com outros personagens para preencher as lacunas dos anos.
Foi uma grata surpresa essa leitura. Não fui com altas expectativas e acabei devorando o livro. A variedade dos personagens foi um fator determinante. Mesmo pulando de um ao outro, gostei dos protagonistas desse livro, sem exceção.
Tanto as partes no passado quanto no futuro me despertaram interesse. Nos momentos do passado até esquecia que era uma história apocalíptica, pois a construção dos personagens e a história antes do surto foi bem desenvolvida. Ao mesmo tempo que, quando voltava para as partes no presente, era tão bom quanto, por descrever um mundo totalmente modificado e as lembranças que os personagens carregam do ?antes?.
Ainda que a brutalidade de um mundo sem leis esteja presente na história, a autora foca bastante em mostrar as coisas boas que restaram e que se tornaram importantes neste novo cenário, sempre levando para o lado esperançoso da situação. A associação com o que vivemos no mundo real aconteceu várias vezes na minha experiência de leitura. Imaginando o que seria do mundo se de fato as coisas saíssem do controle, justamente como acontece no livro. Mas eu paro por aí kkk.
O livro é muito descritivo, principalmente nas partes do futuro, em que a apresentação do pós-pandemia é necessária para entender o ambiente de devastação. Achei que seria uma leitura arrastada nessas partes mas foi bem imersiva.
Tirei meia estrela pois o final foi abrupto, esperava um desfecho mais desenvolvido. Ainda sim, foi uma excelente leitura.