Evy 12/05/2016
Mil recomendações não serão suficientes!
Como se começa a falar de um livro que você amou tanto?
Pela história dele?
Pelo que ele te fez sentir?
Ou pelas reflexões que ele te fez pensar?
Eu acredito que os melhores tipos de livros são aqueles que você não tem grandes expectativas e ele acaba te surpreendendo, mas há aqueles que além de te fazerem sentir uma grande expectativa, supera e muito tudo o que você almejava. É exatamente assim que estou me sentindo com esse livro.
Quem diria que essa seria uma história tão profunda, dolorosa e ao mesmo tempo daquelas que te deixam com um sorrisinho bobo ao terminar a leitura? Quem diria que por trás da capa bonita, mas um tanto dada a possíveis interpretamentos maliciosos, e da sinopse tão vaga poderia haver uma história tão rica de turbulências emocionais que conseguem te tocar tão profundamente?
Ao ler os dois livros anteriores dessa série eu sabia que o Avendale mostraria-se um excelente personagem em seu livro próprio, só não imaginava quanto. Como a sinopse nos explica, nesse livro temos o Avendale que se vê obcecado por uma mulher que viu no dia da inauguração do Twin Dragons (o antigo Dodger's), sendo que a Rosalind é uma criminosa de primeira, ela acaba enganando o Avendale e roubando ele, mas na hora da iminente fuga o Avendale a flagra e faz uma proposta bastante escandalosa: ela poderia ter todo o dinheiro que roubou dele se ela consentisse em passar dez dias com ele, mais especificamente no dormitório dele. A partir daí muitas descobertas são feitas, a Rosalind é uma personagem extremamente admirável que sacrificou a própria liberdade em prol daquele que ela mais amava, a vida não foi gentil com ela, mas apesar de tudo ela conseguiu ser uma pessoa que por trás da fachada de criminosa era mais, muito mais do que aparentava ser, seu interior era belo.
O Avendale (não consigo imaginar ele como Whit ou Benjamin) nos livros anteriores foi descrito como uma pessoa bastante decadente escrava de seus próprios prazeres, ao ler o livro da mãe dele eu tive uma noção certeira do porque ele se transformou nisso e se afastou da mãe que tanto amava. E mesmo apesar de toda a sua libertinagem sempre esteve ali o menino doce que ele foi outrora, o menino bondoso e capaz de sentir um grande amor, tudo isso que através da Rosalind, ele conseguiu pôr para fora.
"Você não precisa se mostrar forte na minha frente."
"Se eu não faço isso" ela disse, com voz rouca,"vou desmoronar."
"Então eu vou te sustentar e te ajudar a ficar de pé outra vez."
A evolução dele e da Rosalind no decorrer das páginas é linda de se acompanhar, regadas de momentos dolorosos (oh Harry), porém, aqui sempre há a presença do otimismo, de que coisas boas podem vir mesmo diante dos piores acontecimentos. Eu adoraria descrever tudo sobre esse livro em mínimos detalhes, mas esse livro deve ser lido e apreciado com o leitor passando por todas as surpresas aqui presentes. Tenho certeza que toda vez que eu lê-lo, sempre vou achar outro aspecto dele que me fará adorá-lo ainda mais.
"Não passa um dia em que eu não considere a noite fortuita quando olhei por cima de uma sacada e tive a minha atenção capturada por uma dama de vermelho. Dois minutos mais tarde, dois minutos mais cedo, e eu poderia ter nunca visto ela. Eu poderia ter simplesmente me afastado para outro jogo de cartas, uma outra viagem a decadência.
Em vez disso naquela noite eu comecei a andar por um caminho que acabaria por revelar o que eu estava procurando o tempo todo: um amor tão profundo, tão intenso, tão verdadeiro, que eu faria qualquer coisa para proteger a mulher que capturou meu coração. Porque através dela, eu entendi que não há limites para até onde se pode ir por alguém que ele ou ela ama. Ao conhecer ela eu recuperei a minha família. Ao amá-la, eu me recuperei. Ao casar com ela, ganhei uma vida muito mais rica do que todas as moedas em meus cofres."