spoiler visualizarThiago Barbosa Santos 11/01/2020
Reparação
Foi o primeiro livro que li de Antônio Callado, autor que teve grande relevância na literatura brasileira, foi membro da ABL. Já havia lido algumas reportagens sobre ele e uma entrevista sobre a obra-prima do escritor, Quarup, que está na minha fila de leitura. Mas a primeira experiência minha foi com Sempreviva, um livro escrito com um estilo diferente, frases mais longas, parágrafos mais extensos e leitura que exige bastante atenção. É um texto bastante apurado.
O enredo se passa no Pantanal, no período da ditadura. O personagem principal é Quinho, exilado político que volta ao Brasil clandestinamente pela Bolívia. Em ?Corumbá?, ele quer fazer justiça e identificar os torturadores de Lucinda, esposa dele, morta nos porões da ditadura no Rio de Janeiro, em 1964. A busca é especialmente por duas figuras: o médico-legista Knut e o delegado Claudemiro Marques.
No Brasil, ele conhece Jupira, moça que também teve o companheiro morto. Os procurados utilizam outras identidades. Quinho elabora um plano para penetrar na fazenda onde eles ficam. Neste local a prática da caça de onças. Existem também corpos enterrados por lá.
Com a desculpa de ser um pesquisador, ele faz várias visitas a esta fazenda, vai descobrindo histórias e mais crimes.
Em meio a todos esses acontecimentos, há várias descrições de sonhos eróticos de Quinho com a ex-companheira.
Quinho volta para Londres meio que fugido, após soltar algumas cães filas que mataram Claudemiro, que estava dormindo após uma caça. Ele depois recebe uma correspondência de Jupira falando da descoberta da identidade de Knut. Na verdade, é armada uma grande emboscada para ele. Mas o pedido de Knut para os homens era só que o prendessem, sem agressões físicas, a não ser que fosse necessário. Knut morreu de uma picada de cobra antes de ver essa prisão. Também foi uma emboscada de Herinha para tentar evitar a captura. Porém não houve jeito. Os homens, lembrando a morte do chefe Claudemiro, bateram com a coronha do revólver na cabeça de Quinho e o encapuzaram. Diante disso, ele lembrou da prisão de Lucinda: ?E desta vez ele guardou para sempre, na sua, sem soltá-la, a mão de Lucinda, e guardou ela própria, toda ela, Lucinda perene, perpétua, imortal, sempreviva?.