letAcia1172 01/05/2024
Comecei esse livro com um pé atrás. Foi a primeira vez que li algo da Elena Ferrante, e escolhi essa obra porque, afinal, todos dizem que é sua grande obra-prima. Esse não é um livro de ação, com grandes acontecimentos. Não é um tipo de livro que provoca um arrebatamento instantâneo em quem está lendo. Mas, mesmo assim, ele cresceu em mim. Chegou num ponto em que eu não sosseguei enquanto não terminei a leitura.
Lenu me irritava muito no começo, mas, com o tempo, passei a entendê-la e a compreender que aqueles eram os seus pensamentos, por mais terríveis que fossem em certos momentos. Acho que esse livro, acima de tudo, me fez refletir sobre inveja, comparação, dependência e identidade. Acredito que isso tudo aparece de forma bem nítida e aflorada na narração da Lenu, principalmente quando ela se dirige à Lina, ou até mesmo ao Nino, já no final da narrativa. Lenu precisa entender quem ela é para além das pessoas que a cercam, para além do contexto no qual ela cresceu. Mas será que é viável se desvencilhar disso? Do que nos cerca, do que nos moldou enquanto indivíduos, enquanto sujeitos sociais, parte de uma história que nos atravessa e nos ultrapassa? Não sei.