Eu Mataria o Presidente

Eu Mataria o Presidente Adelaide Carraro




Resenhas - Eu Mataria o Presidente


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Bava 06/05/2020

Dolorido
Meu primeiro livro desta autora e fecho a última página com gosto amargo na boca.

Nele ela conta como perdeu a sua infância dentro do asilo "Casa da Criança e do Trabalho" de crianças em São Paulo, quando ficou órfã junto com seus 11 irmãos. Suas tias não conseguiram cuidar de todos e Adelaide foi deixada nesse orfanato, que no papel serviria para cuidar das crianças órfãs da revolução constitucionalista de 1932.
Ali, sempre morrendo de saudades de seu pai, todos os seus sonhos de criança morreram e ela, assim como as demais asiladas foram vítimas de todas as brutalidades possíveis, distanciando-as de uma possível infância feliz definitivamente.
Foi escrito em plena ditadura, e lendo uma entrevista da autora, teve uma pergunta a respeito dos muitos livros dela que foram censurados. Ela disse que todos estes continham erotismo ou sexo. Porém, esse que expunha as mazelas de uma sociedade completamente falida, que demonstrava a pobreza e a miséria a que foram submetidas as crianças, ficou livre e vendeu super bem.
É impossível ler este livro e não se dar conta de que esse NUNCA foi um país para os pobres, para o povo humilde. Desde sempre as pessoas são tratadas como gado de abate. Não interessa educar, nutrir e ferramentar os desassistidos. A barreira entre a parte da sociedade que detem o poder e o dinheiro e a imensa massa de sobreviventes desse país, na realidade é e sempre foi um abismo instransponível e aqueles que tentam transpô-la, são inevitavelmente massacrados e fulminados.
Prazer em conhecer, Adelaide.

site: http://vidanadaperene.blogspot.com/2020/05/eu-mataria-o-presidente.html
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