Joana 22/06/2020
Chamando todos os fãs da realeza!
Antes que você pergunte: sim, a capa do livro remete ao Príncipe Willian e Kate Middleton. Quero começar essa resenha já matando o mistério: sim, é baseado no casamento real, no relacionamento real, na família real. Real de realeza ou de realidade, você me pergunta. Os dois, eu respondo. The Royal We é sobre um casal como William e Kate, em uma realidade paralela em que Kate é norte americana. Fã da família real britânica, eu chamo você!
O livro acompanha o relacionamento de Rebecca, uma estudante americana que vai fazer intercâmbio na Universidade de Oxford, na Inglaterra, e Nick, seu colega de "alojamento" e também herdeiro da coroa real. Eles imediatamente se conectam, rola aquele clima, você sabe o que se prossegue, blablabla, relacionamento real.
Acho importante quebrar essa expectativa logo de cara: esse não é um livro sobre o início do relacionamento, de quando eles se conhecem e ficam se encarando sem jeito até rolar um beijo, e fim. Pelo contrário, esse é apenas o primeiro ato. The Royal We é uma história que leva anos se desenvolvendo, dividida em várias partes, muitas e muitas páginas. Se prepare para acompanhar Rebecca e Nick por (posso estar enganada) uns bons seis anos.
Grande erro de Cocks e Morgan, as autoras, aliás. A primeira parte do livro, esse clima de paquera e azaração, é ótima para introduzir a química do casal, porém é muito rasa para o que precisa a seguir. O que acontece: eles se beijam, vira página, um ano depois. As autoras não criaram uma base no relacionamento para só então jogar vários dramas. Por causa disso, se tornou muito fácil mudar de opinião sobre os personagens e seus rumos durante cada desafio apresentado.
Nisso tudo de jogar dramas e dramas para o casal sem estrutura aguentar, as autoras também perderam algo importante: a personalidade de Rebecca. Com o passar do tempo, ela perde suas características principais para se tornar uma borracha na mão de Nick, da irmã gêmea, do cunhado, do grupo de amigos... Foi perdida uma oportunidade maravilhosa de falar sutilmente sobre empoderamento feminino, de Rebecca ser a protagonista do conto de fadas que nós, aprendizes de Bela Adormecida e Branca de Neve, poderíamos admirar.
Mas você precisa entender que, apesar de tudo isso, a história flui muito bem e algumas cenas são o puro quentinho no coração. As autoras poderiam ter feito diversas outras escolhas nessa jornada, tornado mais objetiva e com foco no que realmente importava: Rebecca, Nick, caminho até o trono. Não fizeram isso, mas também não fizeram um livro ruim. Se você adora uma história de realeza, eu super recomendo.
PS: Também recomendo o seriado The Royals. Não tem nada a ver com o livro, mas eu não poderia perder a oportunidade de indicar essa obra do audiovisual.
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