fernandaugusta 31/03/2023Labirinto - @sabe.aquele.livroAlice Tanner é uma arqueóloga amadora, que está trabalhando voluntariamente em uma escavação no Pic de Soularac, sul da França. Sob o sol inclemente, Alice encontra uma fivela antiga e seu trabalho acaba deslocando uma grande pedra, que ocluía a entrada de uma gruta. Sozinha, Alice entra no local e descobre duas ossadas, um altar e nas paredes, inscrições antigas e o símbolo de um labirinto. Exausta, e machucada, ela acaba inconsciente e no meio de uma grande confusão, pois logo os outros pesquisadores descobrem que alguns artefatos sumiram da caverna. A polícia fecha o local. Alice é interrogada, mas logo também percebe estar sendo vigiada e seguida de perto.
Muitos anos antes, no ano de 1209 na cidade de Carcassona, a dama Alais vive na propriedade do visconde de Trencavel, para o qual seu pai é intendente. Todo o sul da França se vê ameaçado pelas Cruzadas, e a invasão católica é iminente. Mas o perigo chega para Alais ao descobrir um cadáver no rio, e, posteriormente, a ligação de seu pai com a figura de um antigo labirinto. Ao ajudar o pai com o segredo que ele guarda, Alais também se torna uma mulher perseguida, afinal o labirinto possui uma estreita relação com o segredo do Graal.
Este livro estava há anos parado e resolvi encarar. Infelizmente, para mim, foi uma leitura cansativa e arrastada. São quase 600 páginas de uma história em que passado e presente se interligam de uma forma pra lá de fantasiosa, afinal Alice tem sonhos esquisitos com Alais e por instinto e destino logo se vê interpretando a versão moderna da dama de Carcassona. A escrita da autora é extremamente descritiva. No início, para sair do castelo e chegar ao rio a descrição do caminho que Alais percorre leva umas 6 páginas. E assim vamos, em um ritmo lento, com um enredo um tanto confuso e que eu achei muito cheio de furos.
Gostei mais da parte do passado, pela descrição vívida da vida medieval e do contexto histórico da cruzada contra os cátaros (cristãos não-católicos da região do atual sul da França). A parte do presente com Alice foi difícil de engolir, ao contrário de sua contraparte passada, Alice não tem carisma nenhum e a narrativa do presente é muito fraquinha.
O segredo do Graal passa batido, uma informação esclarecida de forma muito superficial para ser a grande revelação do livro.
Sendo bem sincera e usando um termo popular, este livro poderia ser uma novela da Record. Ou um "Código da Vinci" cansado.
Fica a critério de quem quiser encarar ver se gosta ou não, mas já decidi que não darei continuidade nesta história (trata-se de uma trilogia).