Walter Benjamin: O marxismo da melancolia

Walter Benjamin: O marxismo da melancolia Leandro Konder




Resenhas - Walter Benjamin | O marxismo da melancolia


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debroua 06/05/2022

Intelectual intrigante...
Me identifiquei mais com o Benjamin do que gostaria. Ele foi, sem dúvidas, um intelectual ilustre. Quero ler mais coisas sobre.
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Gabriel 21/08/2017

Walter Benjamin nasceu em 15 de julho de 1892 e foi o irmão mais velho de dois irmão sendo que seu irmão virou comunista e morreu no campo de concentração e sua irmã, Dora, viver perto de Aix-en-Provence e morreu na Suiça em 1946.
Benjamin teve forte influência de Nietzsche nos primeiros artigos que publicou. Participante do movimento universitario, em sua vida pessoal não colecionou muitos êxitos. Se apaixonou por duas mulheres às quais cada uma casou com o irmão da outra, casou com Dora em um casamento que não deu certo, e posteriormente se apaixonou por Asja Lacis, quem nunca se separou do marido para ficar com ele. Para continuar a receber a mesada que recebia do pai quando Dora e seu filho foram atingidos pela gripe espanhola, Benjamin omitiu a informação de que havia concluido seu doutorado, quando este descobriu ficou furioso. Em seu conflito com o pai, seu sogro o deu uma ajuda que saiu muito cara quando veio a se separar de Dora, fazendo com que tivesse que mexer na antecipação de sua herança do pai para pagar o valor de 40 mil marcos ao qual foi condenado a pagar pela separação judicial.Entre seus amigos, poucos se davam bem uns com os outros.
Seu pai o pressionava para que conseguisse um emprego no ramo bancario, enquanto que ele escrevia artigos (mais de 300 até 1933), fazia traduções e estudos de grafologia. Para contornar sua situação financeira, candidatou-se a um posto de professor na Universidade de Frankfurt Main ao qual foi recusado. O tema da tese postulada era Origem do drama barroco alemão, através do qual o “drama barroco” e a “tragédia classica” sustentando que as duas formas são expressões de universos distintos. Benjamin sustenta uma identidade pelo barroco, assim como admira Goethe. “De certo modo, o que Benjamin esta buscando, ainda que confusamente, em sua reflexão sobre o barroco, é o caminho daquilo que poderia vir a ser uma dialética não-hegeliana” (pag. 36) Em Kant ele encontra uma alternativa às ideias de Hegel, com as quais não concorda, como a limitação do “conceito”, que para ele “é apenas o mediador entre o fenômeno singular e a ideia universal” (pag. 37) Com relação às ideias, defende que elas se encontram em um recinto proprio, a linguagem, a qual foi sendo limitada ao longo das eras para se tornar a ter um efeito meramente comunicativo.
Em 1919, Benjaminconhece Ernst Bloch na Suiça, que o apresenta ao Marxismo apos indica-lo a leitura do livro Historia e consciência de classe de Luckacs em 1923, despertando seu interesse em ingressar no PC. Enquanto isso, Asja o encorajava-o a aproximar-se do comunismo. Em 1929 conheceu Bertold Brecht o que o levou ainda mais para a militância revolucionaria e aumentava sua vontade de integrar o PC, o que de fato nunca ocorreu.
Em 1928 Benjamin publica Rua de mão única onde ataca diversos inimigos abordando questões politicas e filosoficas, ideias estéticas e literarias, notas de viagem, reflexões sobre o amor, notas sobre o comportamento das crianças, e ataca principalmente a classe burguesa. Como resposta à postura passiva que a “iluminação religiosa” deixava o sujeito, Benjamin sugeriu a iluminação profana que era prenunciada pela embriaguez, porém não totalmente realizada.
No ano de 1933 com a nomeação de Hitler como primeiro-ministro, e o incêndio no Reichstag iniciando uma caça aos comunistas, Benjamin foge para Paris, e posteriormente para Ibiza. Apos ficar doente, acaba voltando para Paris onde, em 1934 começa a receber uma remuneração mensal pelos serviços prestados à Escola de Frankfurt. Apesar de seguir os ideais antifascistas, socialistas, Benjamin se distanciava destes ao “saudar os avanços técnicos, as inovações, os impulsos criativos” (pag. 72) da “industria cultural”. Nesse periodo começa uma fase critica da politica na Europa e consequentemente para Benjamin, que começa a ter seu trabalho influenciado pela obra de Kafka e Baudelaire, cujo presença traz o conceito do spleen e do tão presente em suas obras, o flâneur. Em contraposição ao materialismo historico, comprometido com a ideologia dos opressores vitoriosos, Benjamin traz a perspectiva para a “historia dos vencidos”. Em maio de 1940, dita para sua irmã sua ultima obra Sobre o conceito da historia. Nesse mesmo mês, as tropas alemãs invadem a França e Benjamin foge para Marselha enquanto espera um visto de entrada para os EUA. Devido à colaboração do marechal Pétain com Hitler, Benjamin tenta atravessar para a Espanha através dos Pirineus. Como o pais já esncontra-se sob dominio da ditadura franquista, seu grupo é informado sobre a “ordem de Madri”, na qual seu direito de cruzar o pais para embarcar em Portugal para os EUA, já agora com sua entrada autorizada pelos norte-americanos, foi suspenso. Desta forma, Benjamin entende que seria reconduzido na França para o campo de concentração e seria morto, toma então tabletes do morfina aos quais estava de posse e morre na manhã do dia 27 de setembro.
Citações
“Os livros e as putas podem ser levados para a cama” (pag. 24)
“A alegoria – escreve Benjamin – é o único divertimento que o melancolico se permite. De resto, um divertimento muito intenso.” (pag. 36)
“O trabalho, numa boa literatura, em prosa, tem três niveis: um, mmusical, no qual ela é composta; outro, arquitetônico, no qual ela é construida; e um terceiro, têxtil, no qual ela é tecida.” (pag. 49)
Sobre a catedral de Marseille que a seu ver parecia uma estação de trem “É a estação ferroviaria da religião.Todos os dias, na hora da missa, trens com vagão-leito partem dali para a eternidade.” (pag. 51)
“O haxixe provoca alucinações no periodo em que é consumido; a razão instrumental faz pior: ela nos acostuma a conviver duradouramente com fatasmagorias que, com o apoio da ideologia dominante, se apresentam como a fiel representação da realidade.” (pag. 52)
“Sabemos que um elemento de embriaguez estah vivo em cada ato revolucionario, mas isso não basta. Esse elemento é de carater anarquico. Privilegia-lo exclusivamente seria sacrificar a preparação metodica e disciplinada da revolução a uma praxis que oscila entra o exercicio e a véspera da festa” (pag. 54)
“O sonho da burguesia se corporificava: o luxo do paraiso encobria o inferno da exploração.” (pag. 93)
“A esse ponto de vista, comprometido com a ideologia dos opressores vitoriosos, Benjamin contrapunha o ponto de vista de uma “historia dos vencidos”, uma perspectiva inspirada na gravura de Paul Klee que ele tinha comprado em Berlim em 1921, e sobre a qual já tinha escrito em Ibiza (Agesilaus Santander).” (pag. 104)
“Benjamin constatava, melancolicamente, que não bastava protestar: era preciso agir, tomar iniciativas, ir à luta. O capitalismo nos sufoca, nos destroi, cabe a nos – sem ilusões – mobilizarmo-nos contra ele. Se não nos mobilizarmos para supera-lo, estamos perdidos, porque – advertia o nosso autor – “o capitalismo não vai morrer de morte natural”. (pag. 119)
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