Cristina117 18/09/2009
Afogamento
“Yuxin” chega a ser bastante poético. Lendo durante uma viagem, cheguei a ficar hipnotizada com a linguagem da indiazinha que espera o marido voltar. Mas Ana Miranda exagera. Como escreveu a professora Beatriz Resende: “Ana Miranda constrói, no correr do livro, uma linguagem própria, criada a partir da língua dos kaxinawas, com seu rico repertório, neologismo, arcaísmos, sonoridades inventadas em harmonia com o que foi ouvido. É nessas possibilidades altamente simbólicas que está o poder de sedução do livro. O uso desse poder encantatório, no entanto, é excessivo, e as repetições que vão aparecendo como infindáveis levam a um esgotamento do fôlego do leitor, que, como num afogamento, precisa, vitalmente, liberar-se daquele mergulho.”