Uma Gota de Sangue

Uma Gota de Sangue Demétrio Magnoli




Resenhas - Uma Gota de Sangue


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Clio0 01/04/2020

Demetrio Magnoli expõe nesse trabalho todo o aparato ideológico do Pensamento Racial, explanando sobre sua extensão politica, social e econômica.

O livro em si é uma grande discussão sobre como o conceito de Raça foi criado. Delata vários posicionamentos que querem se passar por científicos e argumenta sobre a forma como a "discriminação positiva" nada mais é que um aparato para a manutenção (ou revolução) do status quo por e para interesses.

E essa é a sua grande contribuição, uma discussão rica sobre políticas populistas e paliativas no tocante ao bem estar da população, que se travestem de programas de bem estar social. Nada é deixado intocado, nomes são citados e dedos apontados. Não há meias palavras aqui.

Os capítulos discutem as várias vertentes do racismo, sua gênese e a forma como era utilizado para justificar políticas econômicas. Uma coisa interessante é que ele não se limita aos díodos "branco-negro", "América-África" - ao contrário, ele abarca o Oriente e outras variações de preconceito.

Uma pena que o texto seja acadêmico, ou seja, dificilmente será acessível para leigos ou estudantes do primeiro ano de qualquer curso de ciências humanas.
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Lucas 30/10/2010

Uma onda de esclarecimentos
A obra de Demétrio Magnoli já mostra seu alcance com o título: Uma gota de sangue, referindo-se diretamente às leis raciais norte americanas. Parte de uma análise das teorias da raça em vários países, começando com Inglaterra e Estados Unidos (análise bem profunda), parte para o Haiti, Libéria, Serra Leoa, Ruanda, África do Sul, salta para a Índia, Malásia e, por fim, Brasil. Magnoli aborda a história desses países trazendo artigos, notícias e discursos de seus líderes além de ressaltar a intensa ingerência de ONGs, tais como a FF, que interferem diretamente nas discussões raciais internas de vários países, incluindo o Brasil. Evidentemente que o retrospecto histórico de Magnoli não levará o leitor aos primórdios da civilização humana, mas analisará em detalhes a colonização dos territórios africanos, americanos e asiáticos pelos europeus para se entender a situação atual, de como as teorias de raças, embora sepultadas pela ciência, nunca estiveram tão em voga em sua versão, ironicamente, mais científica e retrógrada.
O autor faz uma brilhante análise dos líderes racialistas, tais como Du Bois e Martim Luther King, não lhe escapando Gandhi nem Mandela (só para citar os já popularmente conhecidos, pois Magnoli citará muitos mais), além de lideranças brasileiras. A discussão despertada por Magnoli esclarece a doutrina defendida por esses líderes que, muitas vezes, esta longe do que imaginava-se deles.
Magnoli disseca as teorias multiculturalistas, além de abordar os PNHs (Política Nacional de Humanização), tão discutidos no âmbito acadêmico e midiático brasileiro, mas que poucos sabem da onde surgiu e como está sendo aplicado hoje.
De leitura extensa, lenta e pesada, a obra não poupa dados nem protagonistas, mas deixa clara sua posição, mostrando um encadeamento lógico primoroso e, por fim, condenando o sistema que chama de: discriminação positiva.
Não é o tipo de livro que você lerá para relaxar, exigirá atenção e empenho(a quantidade de siglas usadas truncará a leitura).
Curiosamente, quando o autor aborda o tema no Brasil, o choque é inevitável, principalmente na parte intitulado: Tribunais raciais. Esse é meu país? Isso está acontecendo agora?
Ótima leitura! Recomendo!!
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Wagner 26/04/2020

MESTIÇA COMO OS BRASILEIROS

(...) o futebol converte-se em esporte nacional de massas nos anos 1920, e em 1923, o Vasco da Gama tornou-se o primeiro clube brasileiro a admitir negros em sua equipe. Em 1929, Nossa Senhora da Conceição Aparecida, uma santa " mestiça como os brasileiros", foi elevada à padroeira do Brasil. (...) cit. SCHWARCZ, Lilia.

in: MAGNOLI, Demétrio. Uma Gota de Sangue. São Paulo: Contexto, 2009. pg 156.
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Lorena.Naben 18/05/2022

SENSACIONAL
Trata de tantos assuntos, de forma clara. leitura essencial até pra ajuda em estudos e etc... Recomendadíssimo
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Fimbrethil Call 19/04/2010

Somos mesmo divididos em raças?
Excelente esse livro. Realmente adorei, aprendi muito com a história de vários países que sofreram com racismo e discriminação, inclusive uma coisa que eu não sabia: a abolição da escravatura não aconteceu porque a princesa Isabel era boazinha.

Foi um movimento popular enorme de abolição, e como o Demétrio Magnoli diz, representou uma derrota igualmente enorme pro império, tanto que um an depois foi proclamada a república.

Outra coisa que eu não sabia era sobre o estudo do genoma das "raças", onde se descobriu que não existem diferenças significativas de genótipo entre uma pessoa e outra. As diferenças que existem são de fenótipo.

Uma frase ótima, que eu vou ter que citar, é essa aqui: "A noção de raça, erguida durante a expansão imperial européia, baseia a sua popularidade num pequeno conjunto de características fenotípicas facilmente indentificáveis. Mas o fenótipo é um fraco identificador do genótipo. No plano científico, a classificação racial da humanidade é apenas um reflexo de informações insuficientes. Como sintetizou o biólogo evolucionista Richard Lewontin, "para a vasta maioria das variações genéticas humanas, as categorias raciais clássicas, tal como definidas por uma combinação de área geográfica, cor de pele, formas do nariz e dos cabelos, um tipo sanguíneo ocasional [...] não geram predições úteis das diferenças genéticas.""

Essa outra é sensacional: "Se examinarmos um número suficiente de genes, a distância genética entre Ithaca e Albany, no estado de Nova York, ou entre Pisa e Florença, na Itália, tenderá a ser significativa, e portanto, comprovada cientificamente. Os habitantes de Ithaca e Albany talvez fiquem decepcionados ao descobrir que pertencem a raças distintas. Os moradores de Pisa e Florença talvez se alegrem com o fato de a ciência validar uma antiga desconfiança mútua ao demonstrar suas diferenças genéticas." (CAVALLI-SFORZA, Luigi Luca. Genes, povos e línguas. São Paulo, Companhia das letras, 2003, p. 45)

Esse é um livro que deveria ser lido por todos.
Recomendadíssimo.
Marcelo 16/12/2013minha estante
Quero comprar o livro pois ja assisti a algumas entrvistas com Magnoli e nelas pude perceber que se trata de um cara serio e, inteligente e com otimas intencoes didaticas.So acho o preco desse livro meio salgado.Mas ainda assim, vou compra-lo.




GIPA_RJ 30/09/2009

debate
Assisti hoje ao debate de lançamento do livro.
O mesmo não se propõe a fazer denúncia ou propaganda antipolítica.
Permite entender as bases do pensamento racial e como ele está penetrando no Brasil , aproveitando-se da ideia de que aqui temos preconceito de ter preconceitos . Aí é que mora o perigo pois baixamos a guarda..
A paradoxal lei da 'igualdade racial" (raça=diferença) está tramitando e pode criar situações no mínimo inéditas no país.
Vou ler.
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Ioná 22/11/2010

De onde viemos?
A historia do pensamento racial nao eh uma historia fascinante. Para mim eh uma historia revoltante.

Teoria da gota de sangue... mais uma das coisas absurdas que permeiam todas as formas de segregacao e intolerancia.

Pior eh saber que todos estes documentos, tem menos de 200 anos, o que em termos historicos quer dizer: ontem!

Nada como ter crescido numa familia onde nem tinhamos nocao de "racas", pois estes conceitos nao eram aceitos. Eramos todos simplesmente GENTE.


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Rafael 03/01/2015

A questão racial está ligada a ideologias políticas e não a cor da pele
Magnolli fizera uma pesquisa apurada que joga uma luz no debate público sobre a “questão racial”. No entanto, ele defende uma tese contrária ao que está sendo propagada desde o século dezessete: que o homem branco é o algoz (colonizador) e o homem negro a vítima (colono). E vai muito além e - traz um panorama histórico e coloca exemplos de diversas políticas raciais em vários países; e constata: que a questão racial está ligada a ideologias políticas e não a cor da pele.

A começar pela questão histórica, contrariando o senso comum que, ainda acredita no discurso que os brancos escravizavam os negros. Na África, em meados do século dezessete já havia escravos antes da colonização; esses africanos eram escravizados pelos próprios africanos por serem inimigos de tribos rivais, por dívidas, por crimes. Mais tarde, portanto, esses mesmos negros africanos foram comercializados por intermédio do homem negro com o “homem branco” de diversos países, em troca de café, açúcar, tabaco.

Na política da disputa entre tribos rivais africanas, um caso muito aterrorizante foi marcado entre Hutus e os Tutsis em Ruanda. Lá os negros não se vêem como irmãos, mas como rivais. Os grupos sempre tiveram essa rivalidade. Ao passo que no ano 1994 ocorreu um genocídio de proporções assustadoras chegando a matar meio milhão de pessoas.

Várias políticas raciais foram compondo o quadro histórico ao redor do mundo. Leis americanas como a Jim Crow que segregava locais, serviços públicos entre negros e brancos. O apartheid sul-africano que também seguia o mesmo caminho. As leis de castas indianas que segregava através da religião hindu. O pan-africanismo de Du Bois que acreditava na supremacia da raça negra. Assim, às políticas de segregação foram se consolidando de uma forma muito negativa para a população.

E após o término da segregação (separação física entre as “raças”) os países adotaram leis de “ações afirmativas”, de modo que era gerada a discriminação reversa – que classificava a pessoa pela cor da pele para receber benefícios sociais: vagas em serviços públicos, vagas em universidades.

Esse problema da classificação foi sempre um entrave para estabelecer critérios coerentes para as chamadas “ações afirmativas”. Nos Estados Unidos, no governo de Richard Nixon deu-se início à política de “ações afirmativas”; ocorreu, portanto, um caso em 1978 de um jovem estudante americano branco,que não conseguiu passar no vestibular para o curso de medicina por dois anos seguidos – sendo que ele havia tido um melhor desempenho no exame que os estudantes negros. Enfim, dá-se muitos privilégios para algum grupo e outro que foi superior no exame acaba não conseguindo a vaga.

E, por fim, o quê sobra não é a afirmação da “suposta raça negra” com mais possibilidades de ascender socialmente, de ter mais oportunidades. Sendo que só existe apenas uma raça: a humana. Quem, por conseguinte, ganha visibilidade por trás desse discurso segregacionista são ideologias políticas que ganham adeptos para permanecerem no poder.
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Marcos Pinto 21/09/2016

Um livro necessário
Uma Gota de Sangue é mais do que um livro sobre o racismo ou o pensamento racial no Mundo, é a gênese detalhada de tal pensamento. Demétrio Magnoli cria um livro sério, contundente, bem embasado, mostrando um profundo conhecimento histórico, social e político. A quantidade de conteúdo que o livro passa torna a leitura obrigatória para quem deseja ter uma visão além do censo comum.

Demétrio traça muito bem, na presente obra, a questão do surgimento da ideia de raças. Aliás, apresenta, inclusive, como isso foi, por muito tempo, patrocinado por alguns seguimentos científicos. Ou seja, em dado momento, uma dominação por motivo de “raça” era praticamente defendida pela ciência, já que essa demonstrava, através de alguns “estudos”, que a “raça branca” era mais inteligente e deveria dominar.

Contudo, com a evolução da ciência, a melhor utilização do método científico e novas informações genéticas, o conceito de raça foi abandonado. Afinal, a parte de nosso DNA que determina a cor da pele é mínima. Ademais, tivemos todos um ancestral comum. A diferença da cor de pele é mera questão de especialização, adaptação. Contudo, apesar de já refutada pela ciência, a ideia de raça parece permanecer nos meios sociais.

“Os ensaios pioneiros de uma ciência das raças situavam-se num quadro puramente descritivo, que excluía o conceito de evolução. O “racismo científico” propriamente dito nasceu junto com o evolucionismo moderno, na segunda metade do século XIX, quando a polêmica entre monogenistas e poligenistas perdeu interesse” (pp. 25-26).

Demétrio demonstra, com muita propriedade, que a questão racial hoje já não é mais científica, mas sim o cruzamento de planos históricos, sociais e ideológicos. Essa junção origina atos hediondos como perseguição, escravidão, descriminação e muitos outros. Apesar de termos hoje um discurso de igualdade, o que vemos é uma tensão velada e uma igualdade mentirosa.

Partindo desse conteúdo histórico, Magnoli analisa também questões presentes, como a questão das cotas, dos grupos de defesa raciais, a restauração das castas e a questão do discurso ideológico pró-raça que infecta cada vez mais pessoas. A sua análise é embasada e forte, mas sempre deve haver espaço para também questionarmos os seus pensamentos. Isso implica que a leitura não deve ser apenas contemplativa, mas crítica. Assim, a obra tornar-se-á ainda mais rica.

Talvez o único problema da obra seja a questão da linguagem – o que não é exatamente um problema. Por ser um estudo claramente acadêmico e fortemente histórico, em muitos momentos a linguagem pode se tornar um pouco menos acessível e muito cansativa para um leitor médio. Contudo, se quem desbravar a obra já tiver um contato contínuo com esse tipo de livro, dificilmente terá algum problema. Até porque o autor procura ser o mais claro possível, buscando, muitas vezes, uma construção mais didática.

“No auge da Ditatura Militar, em 1971, organizou-se em Porto Alegre o Grupo Palmares, liderado pelo professor Oliveira Ferreira da Silveira. Naquele ano, pela primeira vez, por iniciativa do grupo, celebrou-se o 20 de novembro, data da morte de Zumbi dos Palmares no longínquo 1695. O Dia da Consciência Negra, idealizado por Silveira, surgia em contraposição ao 13 de maio, dia da abolição da escravatura” (p. 322).

Quanto à parte física, também restam elogios. A capa é muito interessante e passa muito bem a proposta da obra. A diagramação é simples, mas é razoavelmente confortável. Como as páginas são brancas e a letra não é tão grande, em alguns momentos isso se torna incômodo aos olhos. Contudo, nada que uma pausa ou outra não resolva. Em relação à revisão, temos o padrão Contexto de qualidade, mostrando ser capaz novamente de entregar um livro de alto nível.

Em suma, Uma Gota de Sangue é essencial para todo brasileiro que queira entender melhor a questão racial no Brasil e no mundo. É um livro inteligente, forte, bem amarrado e bem embasado, mas que pode gerar um pouco de dificuldade para leitura em leitores não acostumados com obras mais acadêmicas. Ainda assim, é uma obra recomendadíssima. Talvez, pela primeira e última vez na vida, terei que concordar com a Veja: essa é realmente uma obra ambiciosa e rara no cenário Brasil. Exatamente por isso, merece ser conferida.

site: http://www.desbravadordemundos.com.br/2016/09/resenha-uma-gota-de-sangue.html
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tadeu vinicius 09/08/2011

presente
esse ganhei de presente
Márcia Naur 05/01/2012minha estante
?


tadeu vinicius 05/01/2012minha estante
Olá Marcia Naur.. uso o Skoob mais como uma maneira de catalogar os livros que tenho e colocar alguns dados pessoais sobre eles, como a data de compra ou o motivo, a ocasião, presente dado ou recebido.. esse tipo de coisa. desculpe se não há uma resenha propriamente dita, detalhada e rica em comentários, mas estou certo de que isso vc pode achar facilmente pelo Google, em Blogs ou em outros lugares.. achei que resenhar seria mais do mesmo. com certeza, alguém já fez isso melhor do que eu em algum outro lugar..




nandalopes 19/02/2012

Além de história, o livro traz crítica do pensamento racial/racialista também
Leitura muito interessante, concordo em muitos pontos com o autor, mas discordo da forma como trata discursos como o do pan-africanismo e outros no sentido da "racialização" dos problemas sociais no Brasil e no mundo.

Também foi muito útil imaginar como seria a vida com a "raça" carimbada no RG.
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Cristiano 26/11/2014

Excelente livro que mostra a evolução do pensamento racial e as tentativas do movimento negro de incluir o racialismo no Brasil, ou seja, querer dizer que cada um é de uma raça.

Sou da mesma opinião do autor, de que só existe uma raça, a raça humana, e que o Brasil contribui com o mundo sendo um país no qual a mestiçagem (da qual faço parte) mostra que não há um preconceito generalizado.
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Lina DC 18/10/2018

Demétrio Magnoli escreveu uma obra completa que fala de forma detalhada e surpreendente sobre a história do pensamento racial.
O livro é dividido didaticamente em cinco partes: O FARDO DO HOMEM BRANCO, ONE DROP RULE, BACK TO AFRICA, ORIENTE e FÁBRICA DE IDEOLOGIAS.
O livro começa falando da necessidade do ser humano em classificar e categorizar e que isso se aplica a ele mesmo. O autor faz uma trajetória histórica exemplificando inúmeras situações em que isso ocorre e com isso traça o surgimento do termo "raça humana".
Observamos que a própria ciência foi uma grande precursora nessa classificação, determinando que uma raça era superior a outra, mais inteligente, mais capaz e etc (na primeira parte temos a história de Hitler e sua ideologia).
“Os ensaios pioneiros de uma ciência das raças situavam-se num quadro puramente descritivo, que excluía o conceito de evolução. O “racismo científico” propriamente dito nasceu junto com o evolucionismo moderno, na segunda metade do século XIX, quando a polêmica entre monogenistas e poligenistas perdeu interesse” (p. 25-26).
Temos capítulos falando da escravidão, das disputas tribais africanas e dos espólios que os vencedores recebiam, além da discussão de várias políticas raciais mundiais, a segregação e outros temas que impactaram o mundo por conta dessa classificação racial.
Além do contexto mundial, o autor também apresenta a abordagem nacional sobre a política racial, falando de governos e a conduta social sobre o tema.
É um livro muito interessante de se ler, que foi embasado em vários outros estudos e exemplos que aconteceram durante toda a existência humana.

site: http://www.alempaginas.com/
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