showmellui 12/01/2024
Jane Austen: Uma mulher de vanguarda
Ler um livro de Jane Austen pela primeira vez traz um mix de sentimentos e impressões que ficam. Fora do costume, a linguagem, de primeira, parece ser cansativa, maçante, principalmente pela formalidade no qual eram retratados os diálogos da aristocracia inglesa. Porém, quando passa daquela fase de se sentir perdida pela linguagem, a condução de Jane te prende na história, e te faz refletir sobre as mais diversas formas de amor. Minha primeira leitura da autora foi "Orgulho e Preconceito", um clássico que, confesso, demorei a compreender como uma das melhores obras literárias que já li. Fiquei presa nos pensamentos sobre como Jane discorria ideais de amor, de independência feminina, de altruísmo, e compreensão de ser humano como um todo. E com "Razão e Sensibilidade", isso não foi diferente. Ambas as obras me deixaram alerta para uma curiosidade em todas as próximas leituras de Jane que farei: encontrar e relacionar o título com a história. O próprio nome de "Razão e Sensibilidade", pra mim, é uma representação muito clara de Elinor e Marianne, se pudessem ser descritas em apenas duas palavras. Quando a chave vira, e o nome faz todo o sentido com o conteúdo das páginas, Jane me faz transcender. Sinto que entendi tudo. E ao mesmo tempo, sinto que nada entendi, já que a história é tão bem amarrada e coesa, que "Razão" pode significar tantas coisas, e "Sensibilidade", tantas outras mais. Assim como os dois opostos podem se entrelaçar, conduzidos pela autora tão inteligente. Que história. Que enredo. Que personagens, que profundidade. Acredito que só não dou 5 estrelas porquê ainda não estou completamente livre da cultura literária onde um beijo faz falta. Mas Jane tem me feito entender isso. Mal posso esperar para ler mais do que sua personalidade têm pra dizer.