Kamilla 02/07/2023Uma trama boa com conclusão ruimGostei bastante da construção das personagens Laura e Shirley, principalmente da Laura, que chegamos a conhecer melhor, a Shirley eu achei meio méh.
O livro começa muito bem como um tratado sobre como dentro de uma família, certas disfuncionalidades podem gerar traumas e inseguranças que acompanham uma pessoa pelo resto da vida, Laura cresceu em meio a uma família que a atendia fisicamente e que a negligenciava emocionalmente, algumas circunstâncias fazem com que todas essas emoções e amor que foram reprimidos na sua primeira infância se direcionam a sua irmã.
A irmã Shirley eu achei meio boba, sei lá, o que dizer sobre alguém que descobre que a vocação da sua vida é ser mulher de malandro (e enfermeira de malandro) e isso foi meio tudo o que nós sabemos sobre a Shirley no livro, ela não é bem construída e quando a sua trama finalmente vai para um lugar interessante ocorre uma passagem de tempo e vamos para o ato final da história.
A introdução do personagem Llewellyn é um grande balde de água fria, nessa altura da história eu já estava muito investida nos personagens que eu conhecia e não queria conhecer mais ninguém, e somos obrigados a gastar um grande bloco do livro conhecendo Llewellyn e ouvindo a história de toda a sua vida, quando o que eu mais queria era saber o que tinha acontecido com as duas irmãs.
Achei a solução de Shirley boba e acomodada, ela poderia ter saído da situação que estava e ter recomeçado, ela teria facilmente achado uma enxurrada de malandros dando mole para ela, Laura tomou uma decisão, aliás, duas que eu não tomaria no lugar dela, eu não moraria com uma irmã casada - ainda mais com um marido que eu não gostasse - e nunca tentaria 'solucionar' um problema que outra pessoa escolheu para si mesma, por mais que eu a ame. Dessas duas decisões vem suas maiores desgraças.
Também achei o final de Laura inverossímil e insatisfatório. A Agatha tinha uma boa história nas mãos, mas detestei esse final.