Resenhas - Os herdeiros

Marcos Carvalho 19/06/2010

Natureza humana a violência.
O livro é um paralelo com "O Senhor das Moscas" em que o homem é terrível por natureza. "Os Herdeiros" é uma história sobre a último bando existente do homem de Neandertal. O estilo da escrita destina-se a retratar o processo de pensamento e da linguagem do Neanderthal que possui um vocabulário limitado. Em vez de pensamentos totalmente formados, os neandertais possuem "visões".
Golding descreve também a cultura e o estilo de vida dos neandertais. Eles são caçadores primitivos e são comandados por um patriarca do sexo masculino que toma as decisões e uma fêmea matriarca que carrega consigo uma pedra de carvão.
A história desenrola-se quando o bando de Neanderthals que moram, durante o verão, em uma caverna com vista para o rio, se encontram pela primeira vez com uma tribo de humanos primitivos, talvez Cro-Magnon ou Sapiens. Estes são mais sofisticados em termos de seus rituais e tecnologia. São capazes de criar fogo e eles têm recipientes com água (É assim como os Neanderthal vêem Barco), que lhes permitem habitarem uma ilha no meio do rio.
Os seres humanos visualizam os Neandertais como demônio das florestas e os matam quando possuem chance. Eventualmente, os neandertais são mortos, com exceção de uma criança pequena que está presa e é tratada como animal de estimação.
Eu achei este livro agradável, bem escrito, e instigante, mas o estilo é muito difícil de ler. Golding lembra que a violência e o racismo é inerente ao homem e vêm de nossos primórdios.

Dane_Stoll 12/11/2020

Leitura difícil
O livro não é dos mais fáceis de se ler. O capítulo 11 eu precisei ler duas vezes e ainda assim não sei se entendi direito. Ainda assim, a ideia do livro é muito boa e nos faz refletir sobre alguns aspectos de nossas características. Resumindo: é um livro difícil mas que vale pela reflexão.

- Viih O 05/07/2023

Instintos humano
Em contrapartida do livro "O senhor das moscas" que tornou-se um dos meus livros favoritos, o livro "Os herdeiros" não foi uma leitura fácil e agradável, foi bem difícil e cansativa pelo fato de Golding ter dado muitos detalhes descritivos, por serem na visão de Lok (um neandertal), com poucas "falas" e mais percepções. O capítulo onze me confundiu, li 2 vezes e não entendi muito bem.
Contudo, a ideia de Golding, nos faz refletir sobre como nossos instintos nos acompanham até hoje: O MEDO, que se transforma em violência, racismo e preconceito. Mesmo que avançamos em nossas tecnologias e sobrevivemos -em relação às outras espécies humanas- carregamos nossos instintos e inserimos em nosso contexto atual. Usamos nossas inteligências como máscara, mas sempre estamos revelando, não conseguimos esconder, pois somos herdeiros deles.

Watari 30/10/2021

Neandertais e homo sapiens
Esse livro não funcionou comigo. Entrei com certa expectativa, por conta da competência do autor e da originalidade do tema - trata do encontro de uns homens de neandertal com uns homo sapiens -, mas achei a história extremamente chata.

Aline Teodosio @leituras.da.aline 29/12/2018

Sobre os sentimentos primordiais humanos
Ambientado na Pré-história, Os Herdeiros narra a busca pela sobrevivência de uma tribo familiar de Neandertais numa ilha. Porém, em dado momento, eles descobrem que não estão lá sozinhos ao se depararem com uma outra tribo, mais evoluída, provavelmente os Homo Sapiens. Uns passam a observar com estranheza as diferenças culturais dos outros.

O livro é um verdadeiro assombro de imagens. A experiência visual proporcionada pelas descrições de Golding é deslumbrante. Parece que ele te joga no meio da floresta e você vivencia cheiros, sons, texturas, imagens. Sentimos um certo tipo de inocência do lado dos Neandertais, a forma como eles lidam com a morte, com o bando, com o meio em que vivem. Se por um lado os primitivos eram apenas coletores, por outro nos deparamos com as primeiras modificações da natureza ocasionadas pela ação humana.

Não é, entretanto, um livro totalmente fácil. A narrativa, embora acessível, é bastante descritiva, os capítulos são longos e, por isso, às vezes torna-se um pouco arrastada e truncada. Porém, ainda que os diálogos sejam simples para parecer o mais verosímil possível, as reflexões acerca do ser humano são complexas e profundas. Temos aqui um confronto ideológico entre os Neandertais e os Homo Sapiens. Percebemos claramente um choque cultural, o primitivismo raiz x o início da sagacidade. Golding, como antropólogo, mergulha fundo na formação do homem e na sua evolução. Perpassam nesta narrativa temas como o medo, o mal, a violência, a agressividade, dando ênfase aos sentimentos primordiais do ser humano.

O medo, sobretudo, pode ser considerado nesta obra o tema central. Medo do desconhecido. O medo do que o outro pode ser capaz. A forma como enxergamos o que não conhecemos. O medo como ação reativa. O medo como precaução. O medo para justificar a violência. O medo para combater o "mal".

E por falar em mal, o autor nos leva a refletir que o mal pode ser uma questão de perspectiva e que as pessoas podem ter várias facetas.
"As pessoas são como o lobo e o mel."
Ao mudar o foco da narrativa, somos tomados por uma espécie de susto que nos leva a questionar a perspectiva do outro. Eu, no entanto, acabo o livro com uma forte concepção que meu avô costumava sempre defender: humano é mau.

"Lok sentia-se seguro nas trevas, mas entendia como o poder daquelas pessoas era incomparável na claridade."
(William Golding, in: Os Herdeiros).

Fernanda2407 29/05/2022

Achei uma leitura complexa. Não consegui me envolver com os personagens e muitas passagens ficaram confusas pada mim devido ao tipo de linguagem utilizada.

LairJr 19/11/2020

Um pouco denso pelo estilo descritivo do autor, que torna a leitura enfadonha em muitos momentos, especialmente pelos capítulos longos. A história é interessante, revelando, nos primórdios da linha evolutiva, os sentimentos e características humanas sempre presentes.

Alle_Marques 24/12/2023

“Veio a grande Oa. Ela criou a terra do seu ventre. Deu-lhe o leite do seio. A terra criou a mulher e a mulher criou o primeiro homem do seu ventre.”
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É confuso e difícil, não dá pra negar, não é um livro que funcione para todos e eu compreendo os que desistiram pelo caminho, mas é uma obra gratificante quando se consegue acompanhar e por isso já vale a leitura.

Não foram poucos os parágrafos e capítulos que tive que ler mais de uma vez para entender e até hoje, meses após a leitura, ainda tem muitos pontos que não compreendi completamente, além disso, é difícil se apegar aos personagens e tem muitos momentos que não sabemos direito o que está acontecendo, mas, no geral e apesar disso, não é uma leitura ruim, é diferente, excepcional, com pontos de vista únicos e a satisfação de entender a trama compensa a escrita complicada. E o final, embora difícil chegar até ele, funciona pelas reflexões que deixa.

É o típico livro que implora uma releitura, só assim, já sabendo como será, o nível de complexidade e os acontecimentos, para nos ajudar a enxergar a obra na integra, como ela realmente deve ser vista e de forma clara e compreensível
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[...] A cabeça nova sabia que certas coisas tinham chegado ao fim, como uma onda do mar que se desfaz. Sabia que precisava aceitar a dor daquela infelicidade, como um homem que aperta um espinheiro contra o corpo, e tentou compreender as pessoas novas, de quem vinham todas as mudanças. [...]
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8° Livro de 2023, 12ª Resenha de 2023
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