Resenhas - O casamento

Marilia.Silva 18/08/2016

Edição não tão boa.
Essa opinião é apenas quanto a edição do livro que não me agradou muito. A começar da capa que achei extremamente bagunçada e feia, com a editora claramente se apoiando no nome do autor relacionado com algo subversivo e das ruas. Entendo o tema e a atração, relacionada com a figura polêmica do autor, mas não gostei do resultado.
Já o interior do livro é com páginas brancas, o que não dá muito conforto ou prazer na leitura.
Não conheço outras edição desse livro no mercado e que sejam superiores a esta, mas precisava deixar registrado que não gostei dela.
Quanto a historia em si achei fantástico, audaciosa até para os tempos de hoje. Há problemas, não é perfeito, mas achei interessante e não previsível. Recomendo pela história.

Silvia.Leticia 17/08/2016

Asqueroso, porém fascinante
Li este livro em apenas dois dias, pois eu simplesmente não conseguia parar. Durante a leitura tive raiva de alguns personagens submissos e inocentes demais, como a amiga da Glorinha. Senti um misto de raiva e dó do filho do Camarinha, que claramente possuía problemas psicológicos não identificados por sua família. Tive pena da inocência de Noêmia, enfim, há muito personagens marcantes e demorarei para esquecê-los.
Os assuntos abordados são delicados, portanto, o ideal é indicá-lo para maiores de 14 anos.
Achei sensacional todo o suspense e a forma como os fatos se encaixam. Como toda leitura produtiva, fiquei algumas questões em aberto, tais como: de quem Glorinha realmente gostava? Era do padre? Em alguns momentos eu realmente tive a impressão que ela estava dando em cima do próprio pai, visto que ela revela à amiga que a pessoa que ela gosta é "pior do que casado".
São muitos acontecimentos chocantes reunidos em uma só obra. É sensacional!!!! Recomendo mil vezes.

Liana 12/08/2016

Sujo.
Sabino é pai de Glorinha e mais duas meninas, esposo de Eudóxia e de classe média alta, um típico homem de bem da família brasileira. Cheio de "não me toques", mas uma mente mais que pervertida. Não é fácil acompanhar os pensamentos de Sabino, menos ainda, algumas ações que vão se revelando no decorrer da leitura.Os demais personagens também têm suas peculiaridades sórdidas.
A leitura é boa, tendo em vista, a curiosidade aguçada a cada capítulo e a vontade chegar logo ao final da trama. Um texto bem "movimentado", de linguagem clara, com algumas palavras que não usamos mais, afinal o livro é da década de 60, o que não atrapalha o fluir da leitura, pois são mínimas e, geralmente se repetem.
Dá pra sentir nojo, irritação, indignação, dá pra rir também...
Achei meio carregado de preconceito e estereótipos, não gostei disso... Pode ser uma "crítica" do autor, pois escancara também a hipocrisia de alguns personagens e trazendo pro geral, da sociedade em si.
Não me interessei muito por outras obras de Nelson Rodrigues, mas já recebi a dica de as outras são boas, menos "cruéis" que O Casamento.
Para "maduros", considero uma boa leitura, desafiante.

Priscila Colombelli 11/08/2016

Nojento, mas cativante
Nunca havia lido e nem assistido nada do Nelson Rodrigues (não sou fã de autores nacionais), ganhei esse livro num Clube de Livros, e me vi obrigada e lê-lo, pois pela leitura da orelha, não escolheria esse livro para passar meu tempo.

Esse livro é nojento porque o autor (sem intenção, será?!) nos leva a imaginar cenas sórdidas. Interessante isso, ele abre várias cenas obscenas ao longo da estória - sempre com o Sabino ou a Glorinha envolvidos. Em várias dessas cenas, o leitor é levado a imaginar oque está acontecendo, pois Nelson não fica enrolado em detalhes...e aí vem a imaginação rolando a toda...a magia do livro para mim ficou aí.
Um livro absurdamente forte (deixa qualquer livro erótico estilo "50 tons de cinza" no chão).

Gustavo 10/08/2016

O casamento
Único romance assinado por Nelson Rodrigues, "O casamento" é um livro sobre a desumanização do ser humano, as realidades inconfessáveis sobre o Sexualismo em vida privada.

Sabino é o personagem principal, que há dois dias antes da cerimônia de casamento da sua filha, recebe em seu escritório a visita do doutor de sua prole, no qual diz que viu seu genro em um ato de pederastia.

Sinceramente, não foi um livro que gostei, mas pra quem quer conhecer mais as nuanças de Nelson Rodrigues segue um pouco da sinopse do livro.

O casamento / Nelson Rodrigues.-2a. ed. - Rio de Janeiro: Nova fronteira
Páginas: 262
Publicação do livro:1966

Cris 24/04/2013

Uma porrada alucinante do Deus da literatura pulp brasileira!
Chupem essa fãzocas de "Cinquenta Tons de Cinza"!

Camila 29/10/2012

Não sei bem
Nelson Rodrigues é bem enfático em algumas afirmações, o que é bastante interessante e as vezes engraçado, mas o livro mexe com a estrutura familiar, o que faz com que você fique com uma sensação estranha em certas partes.

Arsenio Meira 25/08/2012

Uma obra prima da ficção nelsonrodrigueana. Romance trágico e picaresco. Escrito com o coloquialismo primitivo e genial de Nelson. O tema: ... leiam!

Marcone 13/08/2012

Assuma a sua lepra

Aqui está Nelson Rodrigues, em sua melhor forma, no ápice do seu amadurecimento como romancista, fazendo o que ele sabia fazer de melhor: entrar de sola nos valores morais da sociedade, sem meio-termo.

Na véspera do matrimônio de sua filha, o pai descobre que seu futuro genro pode ser homossexual. O que ele deve fazer? Como agir? O livro descreve as 24 horas que antecedem o casamento, e o fato envolvendo o seu futuro genro, na verdade, fica de lado na maior parte do tempo, dando lugar a diversos episódios, nos quais o autor questiona a moral e a hipocrisia das complexas relações humanas, com a contundência de um Gustave Flaubert em "Madame Bovary".

- Emma Bovary c'est moi, disse Flaubert ao ser levado aos tribunais. Nelson, que também foi censurado por este livro, olha pra cara da sociedade em que "o importante é o casamento" e brada: - Assuma a sua lepra!

Caio 21/06/2012

Grande livro
Nelson Rodrigues foi um gênio.Considerado em seu tempo maldito ou pornográfico,o autor na verdade era um homem conservador que ao abrir as entranhas da sociedade brasileira e mostrar a degradação moral a que chegou o ser humano buscava chocar e gerar reflexão.Neste livro ele descreve com maestria tipos existentes em nossa sociedade como o homossexual resentido e perverso,o pai de familia sórdido que se porta como paradigma de moralidade,o jovem playboy fútil e arrogante.Temas como incesto,pedofilia,estupro e homossexualismo são tratados nesse livro que não está datado e mesmo hoje tem a capacidade de chocar o leitor mais desavisado.Recomendo muito!

Bit 14/03/2011

O único romance de Nelson Rodrigues, publicado em 1966, e proibido pelo ministro da Justiça do governo de Castello Branco por ser considerado subversivo e indecoroso, conta a história de um noivo que é flagrado em um incidente homossexual. Esse é o ponto de partida para o mestre Nelson Rodrigues desfilar sua genialidade irônica e o humor negro tão característicos de sua narrativa.

Jonara 23/04/2010

Nelson Rodrigues, sempre bizarro. Nunca tinha lido uma prosa dele, e este se não me engano foi o único livro de prosa que ele escreveu e assinou com seu próprio nome. Legal de ler uma prosa do Nelson, é que ele viaja nos pensamentos das personagens. São pensamentos incrivelmente humanos, mesmo os mais sórdidos deles. As observações sobre coisas corporais também são sempre muito pertinentes, como a garota que tinha nojo dos dedos dos pés, e quando está com um sujeito na cama, lambe os dedos dos pés dele e simplesmente já não sente nojo. O personagem principal é fabuloso, com seu falso moralismo levado a extremos, suas inseguranças... é um sujeito asqueroso na essência, pra mim parece um verme, uma barata num corpo de homem. Mas no entanto tem uma aparência que ilude muita gente em geral... ele próprio, inclusive.
Bom livro, gostei bastante. Não recomendo pra todos porque muita gente não gosta do estilo... realmente Nelson Rodrigues nunca é light. Pros interessados, boa leitura!

Danielle 30/10/2009

Sou fã do Nelson Rodrigues, mas esse não seria um livro que eu recomendaria para quem está iniciando na obra rodriguena. Neste livro, tive a impressão de que o Nelson estava "fulo da vida" e resolveu chocar mesmo: usa palavrões (coisa que quase não aparece em suas outras obras não-teatrais), faz referências desnecessárias a fezes em pelo menos duas ocasiões, descreve um estupro de uma menina de 13 anos em pleno ataque epilético e apresenta relações homossexuais masculinas e femininas, com direito a um possível beijo na boca entre mãe e filha e a um beijo na boca, que de fato ocorre, entre pai e filha. Nelson degrada o ser humano de várias maneiras - pela doença, pela conduta, pela forma como conduzem suas vidas sexuais e até pelo mau cheiro. O único que parece se salvar da degradação é o personagem do Monsenhor, cuja conduta ilibada se confirma pelo fato dele ter expulsado a menina que se despiu para ele, sem tocá-la. Na minha edição, que é mais antiga, a orelha do livro diz que Nelson pretendia dar um tapa na cara daqueles que o acusavam de pornográfico, algo como: "ah, é? sou pornográfico? então agora vocês vão ver só!" Acho que foi isso mesmo. O livro, inclusive, foi censurado pela ditadura militar