O Casamento

O Casamento Nelson Rodrigues




Resenhas - O casamento


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Alberto 09/08/2019

Um Nelson Rodrigues incomoda muita gente...
Lá se foi O Casamento! Despeço-me de Sabino, de Glorinha, de Noêmia e das demais personagens desse único romance de Nelson Rodrigues assinado com seu próprio nome, assim mesmo, Nelson, sem nenhum pseudônimo... e obviamente censurado.
Bom livro. Temos os estilo de Nelson Rodrigues em cada página, leitura fácil, hipnotizante, abordando temas que exploram as taras sexuais e manias de uma sociedade carioca decadente, escondida pelas máscaras do moralismo e do conservadorismo hipócritas.
Nelson nos mostra as 24h antes do casamento de Glorinha, moça dúbia, mimada e dissimulada, e de Sabino, o protagonista dessa história de incesto, pedofilia, estupro, abuso de poder, assédio moral e assassinato. Retrato carioca pelo olhar do Anjo Pornográfico.
Vale a pena a leitura.
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Aldo Quaresma 01/07/2019

Nelson Rodrigues vai na parte mais íntima e sórdida da natureza humana. Maravilhoso! Tipo de leitura que gosto de fazer.
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Rafael 23/05/2019

Gênio incompreendido
Sim, o ser humano é sujo, vil, ardiloso, egoísta, egocêntrico e o que mais de pejorativo for possível imaginar e Nelson Rodrigues não tem medo algum de expor essa verdade na cara de quem tiver a coragem de lê-lo. Sem dúvida alguma esse é o romance mais impactante que já li na minha vida e apenas confirma o que eu já suspeitava, Nelson Rodrigues é um gênio incompreendido. Infelizmente num país podre e hipócrita alguém como ele não ganharia o espaço que merece. Talvez quando já tivermos alcançado um mínimo patamar civilizatório sejamos capazes de compreender a grandeza desse mestre. Como por ele mencionado, ler o casamento é se purgar das feridas leprosas que contaminam todo ser humano. Quantos atos impensados, quantos desejos indecorosos e insanos e quantos pecados já foram cometidos ou pensados por você? Se isso lhe aflige, não se dê ao trabalho de ler esta obra monumental, pois ela não passará de uma verdade indigesta que você não conseguirá aceitar e, por conta disso, acabará por "culpar" seu autor por conta de suas próprias hipocrisias. Agora, se seus demônios não o assustam, convide-os para desfrutar desse magnum opus!
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Aline 11/03/2019

Escatológico
É um livro que te deixa desconfortável ao ler, o enredo é bem perturbador. Quase abandonei porque não gostei do livro em si, mas a qualidade do autor não me permitiu largar. O autor foi muito capaz de provocar diversas sensações e uma forte imersão no livro. Gostaria de ler outras obras do autor, de preferência alguma mais positiva (embora creio eu que não há). Não recomendo esse livro.


Ernani.Maciel 21/02/2019

Nada de "politicamente correto".
É prazeroso ler algo sem a preocupação com o ?politicamente correto?. Aqui não há eufemismos. A linguagem é simples, quase toda em diálogos, direta ao ponto.

Tive contato com a obra de Nelson, até então, apenas pelas produções televisivas ou cinema. No entanto, é outra sensação, outra percepção ter contato direto com sua linguagem escrita. Li alguns autores que não souberam dar vida aos personagens bizarros, ficou tão ruim que beirou ao ridículo. Com Nelson isto não ocorre, seus personagens são bizarramente bem desenvolvidos e vivazes.

A leitura mais louca que já fiz. As reviravoltas são, em sua maioria, inesperadas e bastante sangrentas. Chamou minha atenção a preocupação de Nelson em expor, constantemente, os pensamentos impuros ou nefastos dos seus personagens.
Quase tudo no enredo está relacionado ao desejo sexual, explícito ou não.
Acredito que quem gostou da série ?A Vida como Ela É...?, gostará deste exemplar.

Nota 4/5, apenas porque não é um livro, digamos..., profundo, reflexivo; apenas um passatempo.
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Klotz 04/12/2018

O CASAMENTO - Nelson Rodrigues - Editora Nova Fronteira
Nelson Rodrigues ficou conhecido por Anjo Pornográfico, também título do livro com a biografia escrita por Ruy Castro.
Foi o maior dramaturgo moderno brasileiro. Por ser jornalista polêmico tanto nas reportagens para as páginas policiais quanto nas coberturas esportivas, Carlos Lacerda que recém fundara a editora Fronteira, encomendou um romance.
Foi a oportunidade para Nelson Rodrigues escrever “O casamento”.
Ao convidar Nelson, Lacerda acertou na intenção da provocação desejada. Tanto que dois meses vendeu duas edições totalizando oito mil exemplares. Mas era 1966, início da ditadura e consequente censura. “pela torpeza das cenas descritas e linguagem indecorosa em que está vazada” foi considerada um atentado contra a organização da família. Os poucos exemplares não vendidos foram recolhidos nas livrarias.
Na atualidade, o grande público reconhece a obra de NR pelo seriado “A vida como ela é” baseado em contos com histórias tragicômicas envolvendo adultério, morte, desejos reprimidos e amores passionais.
Se eu tivesse que definir a temática de NR em poucas palavras diria que detona a hipocrisia misturando sexo e morte e acrescentando mentes e ações perversas em todos os personagens.
Ao contrário do Facebook, seus personagens são escatológicos: fedem, cospem na cara de quem amam, tem coriza, ataques epilépticos e outras inúmeras torpezas como se todos fossem vilões.
Vi duas ou três peças encenadas e tive o um imenso prazer ao ler a biografia produzida por Ruy Castro. Mostrou-se de inteligência diferenciada, extremamente criativo, nascido e criado no meio jornalístico.
Em comentário lido na biografia consta que suas peças “são obras pestilentas, fétidas, capazes por si só, de produzir o tifo e a malária na plateia.”
Neste único romance, a história se passa nas 48 horas que precedem o casamento de Glorinha, filha predileta do empresário Sabino.
O conflito se inicia quando Sabino é informado pelo ginecologista da esposa e filhas que o noivo, Teófilo, foi visto beijando outro rapaz, o seu assistente, Zé Honório.
Mas, de sentimento religioso forte, o pai está convicto de que casamento não se adia nem se cancela.
A partir deste mote, descobrimos um catálogo de taras, não sobra pedra sobre pedra, encontramos a podridão em todos os envolvidos: pai, mãe, ginecologista, filho do ginecologista, padre, noiva, amiga da noiva, irmãs da noiva, secretária de Sabino...
“Em Copacabana a pederastia pingava do teto, escorria pelas paredes”. Mostra o grande frasista que era NR. Segue um recorte onde podemos observar a maestreza nos diálogos, ritmo, linguagem rapidez na evolução das ações.
“Do padre, cuja eloquência tinha mais dourados do que um altar barroco”.
“Zé Honório era um rapaz de vinte e poucos anos, rosto fechado, inescrutável e uma tristeza de chamar a atenção.” Enquanto “Teófilo tem sempre uma pele de quem lavou o rosto há dez minutos.”.
Mais do que frasista, tem texto denso, forte e pesado.
Zé Honório, o assistente, decide se vingar do pai.
“Entram no quarto. É uma penumbra lunar de fundo submarino. Glorinha, crispada, apanha a mão de Maria Inês. No meio da parede, uma vitrina de santa, voltada para a cama. E tinha uma pequenina lâmpada triste como a luz do círio. Na cama antiga, estava o doente. Era um esqueleto com um leve, muito leve, revestimento de pele. Eo resto da vida estava no espanto de cada olho.
E, súbito, o Zé Honório aperta o comutador. Uma luz forte, cruel, enche o quarto. E, com a luz até os cheiros da agonia e da morte tornaram-se mais nítidos e obsessivos.
Antônio Carlos, Glorinha e Maria Inês se juntam num canto. Zé Honório, magro e de sunga, faz, lentamente, a volta na cama. (A agonia tem cheiro de excremento).
O velho fecha os olhos. Tem cílios de piaçava como os defuntos.
O filho põe as duas mãos na beira da cama.
Diz om voz estrangulada:
— Abre os olhos, homem.
Nada. Glorinha pensa no pai que ela nunca vira de pijama, nem sem meias. Não conhecia os pés do pai. Sabino dormia de meias, como se achasse indignos próprios pés.
O velho continuava com os olhos fechados.
Aquilo exasperava o filho:
—Velho, você não está dormindo. Não está dormindo, nem morreu. Eu sei que tu vê e ouve. Então escuta. Escuta o que eu vou te dizer. Esperei 15 anos por esse momento. Está me ouvindo, velho?
Deita-se na cama ao lado do doente. Fala ao seu ouvido.:
— Aqui tem duas meninas. Eu nunca, nunca, quis ser homem. Durante toda a minha vida, eu quis ter xoxota como as meninas, como todas as meninas. Escuta o resto.”
E dali parte para a crudelíssima vingança.
Nas palavras do autor, é que “em cada família, há trevas que convém não provocar. Quantas casas, quantos lares são varridos de adúlteras, pederastas, incestuosos, epilépticos?”
É impossível ler um capítulo após o outro. Falta ar ao leitor. É muita loucura por parágrafo.
Todos temos segredos que ocultamos com todas as forças. Os personagens de Nelson escondem podridão. Acho que a vale a pena para conhecer a escrita do autor. Nenhum brasileiro pode ficar sem conhecer o estilo deste autor.

Seguem algumas frases de Nelson Rodrigues
A beleza interessa nos primeiros quinze dias; e morre, em seguida, num insuportável tédio visual.
A dúvida é autora das insônias mais cruéis. Ao passo que, inversamente, uma boa e sólida certeza vale como um barbitúrico irresistível.
A plateia só é respeitosa quando não está a entender nada.
A televisão matou a janela.
Amar é dar razão a quem não tem.
Amar é ser fiel a quem nos trai.
Com sorte você atravessa o mundo, sem sorte você não atravessa a rua.
Dinheiro compra tudo, até amor verdadeiro.
Hoje, o sujeito prefere que lhe xinguem a mãe e não o chamem de reacionário.
Muitas vezes é a falta de caráter que decide uma partida. Não se faz literatura, política e futebol com bons sentimentos…
Na mulher, certas idades constituem, digamos assim, um afrodisíaco eficacíssimo. Por exemplo: — 14 anos!
Nada nos humilha mais do que a coragem alheia.
Nem toda mulher gosta de apanhar. Só as normais.
Toda mulher gosta de apanhar. Menos a neurótica. O homem é que não gosta de bater.
O brasileiro, quando não é canalha na véspera, é canalha no dia seguinte.
O casamento é o máximo da solidão com a mínima privacidade.
O marido não deve ser o último a saber. O marido não deve saber nunca.
Os homens mentiriam menos se as mulheres fizessem menos perguntas.
Se os fatos são contra mim, pior para os fatos.
Se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém.
Tarado é toda pessoa normal pega em flagrante.
Toda coerência é, no mínimo, suspeita.
Toda unanimidade é burra.
A adúltera é a mais pura porque está salva do desejo que apodrecia nela.
Não existe família sem adúltera.
Aos 18 anos o homem não sabe nem dizer bom-dia a uma mulher. Todo homem deveria nascer com 35 anos.
Nunca o brasileiro foi tão obsceno. Vivemos numa fase ginecológica.
Não se apresse em perdoar. A misericórdia também corrompe.
Sem sorte não se chupa nem um Chicabon. Você pode engasgar com o palito ou ser atropelado pela carrocinha.
Subdesenvolvimento não se improvisa. É obra de séculos.
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Eduarda Graciano do Nascimento 13/11/2018

Um retrato da família tradicional brasileira
Sabino nunca escondeu que Glorinha era sua filha favorita. Ele tem verdadeira adoração pela caçula, que é considerada por todos a mais bonita de suas filhas. Prestes a entregar a moça ao noivo, o jovem Teófilo, o rico e respeitado Sabino descobre, através do médico da moça, que seu futuro genro tem “tendências homossexuais”. Assim, ele se encontra preso num dilema: impedir que Glorinha fique presa em um casamento infeliz ou salvá-la desse destino, mesmo que isso signifique tomar parte num escândalo, talvez, irreparável?

É preciso ter estômago para ler Nelson Rodrigues. É meu primeiro contato com a obra dele (esse foi seu único romance), mas sua reputação o precede não foi difícil imaginar o que me aguardava.
Com uma linguagem bastante chula e personagens esquisitamente engraçados, Nelson Rodrigues apresenta uma trama bastante polêmica que traz tabu atrás de tabu. Sexo antes do casamento, homossexualidade, incesto e (muita) traição são apenas alguns dos assuntos abordados no romance. Eu, que estou acostumada com histórias mais calientes, fiquei de queixo caído e foi um pouco difícil me acostumar com a crueza da escrita. Imaginem isso nos anos 60! Não à toa, foi censurado na época.

Em termos de escrita a narrativa é bastante ágil e dinâmica, tornando impossível parar de ler esse romance que é extremamente válido para ajudar na compreensão do paralelo entre moralidade e hipocrisia. Imagina se Nelson Rodrigues fosse da época das redes sociais?

site: http://cafeidilico.com/blog/2018/11/resenha-do-livro-o-casamento-nelson-rodrigues.html
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Paola 15/10/2018

Leitura incômoda como toda boa história de Nelson Rodrigues
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Vitor.Hofstetter 02/10/2018

O lado podre do ser humano
Só coisa ruim, só coisa feia.

Distratos, humilhações, tragédias, perversões e todo mundo se fodendo.

E por isso é ruim? Não. Pelo contrário, é um ótimo livro, mas tem que ter estômago para ler

Primeiro livro que eu leio dele e uma coisa peculiar eu percebi: tem uma quantidade enorme (bem maior que qualquer livro que eu já tenha lido) de diálogos. E ele tem uma ótima criatividade para os mesmos.
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Cris 23/08/2018

Perturbador!
“Tinha um rosto atormentado e, sobretudo, um olhar intenso, acariciador e triste. Num momento de ternura, seu olhar vazava luz.” Pág. 6

Sabino é um homem rico e respeitado na cidade do Rio de Janeiro. Às vésperas do casamento da filha caçula, Glorinha, ele recebe uma notícia bombástica: o seu futuro genro foi pego aos beijos com outro homem.

O livro foi escrito na década de 1960 e causou muita polêmica na época, sendo inclusive censurado e proibida a sua circulação.

Eu já tinha lido algumas crônicas e textos mais curtos do autor, e pra quem já leu algo dele, sabe que ele não tinha papas na língua pra falar.

O texto pode ser considerado politicamente incorreto: possui forte apelo sexual, muita tragédia, carregado de preconceitos, machismo e aborda assuntos muito pesados: estupro, abuso sexual, adultério, pedofilia e por aí vai.

Confesso pra vocês que o livro me foi muito indigesto. Me causou muita repulsa em algumas cenas e incômodo, mas acredito que essa era justamente a intenção do autor. Algumas passagens são tão bizarras que chegam a ser cômicas.

O texto é bem corrido, desde o começo a história me deixou presa pra saber se este casamento ia acontecer ou não, e a cada capítulo parece que a coisa toda se complica mais: vamos vendo outras faces da história e descobrindo mais sobre a personalidade dos personagens. O livro causa um misto de ódio e ao mesmo tempo compaixão por alguns personagens.

Não é uma leitura que eu indique abertamente pra ninguém, o texto é bem pesado mesmo para os dias de hoje, e eu acredito que não agrade à maioria. Acredito que se fosse publicado hoje, o autor também sofreria perseguição por causa dos assuntos que ele trata.
Mas reconheço toda a genialidade do autor ao criar uma história chocante, que nos faz refletir em muitos momentos e com um final sensacional!

“Em cada família, há trevas que convém não provocar.” Pág. 208


site: http://instagram.com/li_numlivro
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Mario Miranda 16/08/2018

Um Nabokov à Brasileira
A história do livro, como o próprio nome já sugere, gira em torno do casamento de Glorinha, filha de um rico proprietário de Imobiliária no Rio de Janeiro, com Teófilo, um homem que supostamente teve relações homossexuais dias antes do casamento. O livro inteiro se passa em dois dias, percorrendo tanto o tempo presente quanto a memória de cada um dos personagens.

Nelson Rodrigues nesta obra, acima de tudo, busca chocar com fatos sexuais - como relações incestuosas, homossexuais -, levando suas percepções sobre instituições tradicionais até os últimos limites. Rodrigues nesta obra se apresenta como um Nabokov brasileiro, não como um crítico ou adepto, contudo representando a Sociedade como Ela é.

site: https://www.instagram.com/marioacmiranda/?hl=pt-br
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Eddie.Erikson 07/06/2018

Não me satisfez. Não só pela história ou narrativa. Personagens desinteressantes, diálogos fracos, vocabulário ruim (não somente pela época escrita). Entendo que muitos gostaram, e acompanham também as obras de Nelson Rodrigues, mas deixo aqui minha opinião.
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Lipe 06/06/2018

"Todos nós somos leprosos! E não há exceção. Nenhuma, nenhuma. Somos leprosos" - O Casamento (1966)
Nelson Rodrigues via a humanidade como um lixo, e ilustra isso muito bem através dos personagens de "O Casamento", obra repleta de perversão sexual, distúrbios mentais, incestuosos, suicidas, adúlteros, assassinatos e muito mais. Com direito a cenas homossexuais, linguagem chula, um passeio pelos fetiches sexuais e aquele humor negro típico do Nelson Rodrigues.

Toda a história se passa em apenas um dia, embora teremos vários flashbacks ao longo de toda trama. A narrativa em terceira pessoa vai mergulhando na mente de cada um dos personagens de modo que se mistura com os pensamentos em primeira pessoa.

Um dos meus livros favoritos de sempre, extremamente ácido, não é para todos. Mas se você quer se aventurar, uma dica: Prepare o estômago!
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TinaDagnoni 02/05/2018

Não me agradou....
O linguajar usado pelo autor não me agradou, e, algumas situações me incomodaram... enfim, não gostei.
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