spoiler visualizarSuelen Mattos 30/10/2012
Mulher sem amor próprio é o-ó-do-borogodó.....
Quando eu comecei a ler esse livro, sabia exatamente em que eu estava me metendo. Já tinha ouvido comentários negativos sobre ele, principalmente com a cena de abertura do livro, envolvendo o mocinho e a secretária periguete dele, em seu escritório. Falei que enquanto Alexei estava com a periguete, ele falava ao telefone com a mocinha? Pois é. E eu já sabia disso antes de começar a leitura. Então já abri o livro me dizendo: "prepare-se para passar raiva com ele". Eu estava consciente de que, além de saber que o mocinho era um canalha, ele ainda iria chantagear a mocinha para que ela se tornasse sua amante (e eu ODEIO histórias assim: com chantagem sexual). Então não posso dizer que o livro tenha me decepcionado. Ele era tudo o que eu esperava que ele fosse, nem melhor, nem pior.
É claro que eu não esperava que o mocinho vivesse como um monge, depois de sete anos de separação. E pra ser sincera, a cena com a secretária nem me incomodou tanto assim não, afinal ela serviu pra mostrar, logo de cara, o tipo de pessoa que Alexei era. Mas ele também não deveria ficar tão chateado como ficava toda vez que pensava "nos homens que desfrutaram do corpo de sua esposa". Quer dizer que ele podia pegar todo mundo, mas a mulher não? Tá bom! Pra ser bem direta nas minhas impressões, eu não gostei do Alexei como pessoa. O achei frio, egoísta, orgulhoso e pior: preconceituoso. Achei um absurdo esse jeitão dele do tipo: "credo, a Victoria está sempre mal vestida, mas tudo bem. Eu a desejo mesmo assim". E a mocinha devia se sentir como? Honrada com a bondade e generosidade dele de se sentir atraído por ela, apesar de se envergonhar da forma como ela se arrumava? E ela nem se vestia mal não. Ela usava roupas bonitas. Só não eram de marca, pois afinal Victoria era pobre e ainda por cima estava passando por dificuldades financeiras. Ah, para com isso, cara! Alexei foi muito insensível no início do casamento. Pombas, ele sabia que a mulher era pobre. A tirou de Londres e a deixou na casa da família esnobe dele lá na Grécia, que achava que o casamento fora o maior erro que ele cometera. E como se não bastasse, o cidadão não parava em casa. Sempre viajando. E a única vez que ela pediu pra ir com ele numa das viagens levou logo um 'não', acompanhado de um leve puxão de orelha. Claro que Victoria não iria suportar ficar num lugar estranho, onde ela não conhecia nem mesmo o idioma e onde todos a sua volta (isso incluindo os empregados) a tratavam com desprezo. Muito natural que ela quisesse visitar a melhor amiga em Londres, já que o marido fora viajar novamente. Mas daí em diante é que a mocinha ou foi muito ingênua, ou foi muito burra mesmo. Caramba, onde já se viu se hospedar na casa de um homem solteiro, que ela não conhecia (recomendado pela amiga)??? Claro, ela amava o marido, mas Alexei que já era todo arrogante não gostou nadinha quando soube disso. Pra completar, Victoria e o tal amigo não estavam com a aparência mais inocente do mundo quando Alexei bateu lá na porta, não (não que algo tivesse acontecido, claro). Daí já viu, né?! Uma série de mal-entendidos e um grego-cavalo-jumento-do-caramba chutando o pau da barraca, sem deixar ninguém dar explicações.
E isso foi só o que aconteceu no passado. O livro começa sete anos depois desse fato. Alexei conseguiu se tornar ainda mais cruel. Tratou Victoria o tempo inteiro como uma prostituta vagabunda. E não fui eu quem disse isso, está no livro. Mas o pior é que a mocinha se deixou ser tratada dessa maneira. Alexei disse algo, que não foi pra Victoria, mas que lhe serviria muito bem. Ele disse que tratava as mulheres como elas se deixavam ser tratadas. E Victoria se deixou ser tratada assim. Meu Deus, ela era esposa dele. Que advogado ruim foi esse que ela arrumou que não orientou direito essa mulher? Onde já se viu ter que se submeter a isso só pra ter o divórcio? No fundo ela estava querendo, pronto falei. Mas não me vem com essa desculpa esfarrapada de que "apesar dele ser cruel eu o desejo, eu o amo e não consigo resistir" que pra mim não cola. Não entendo essas mocinhas, que não podem sentir a respiração do mocinho ou o calor do toque deles que já vão se derretendo e jogando o orgulho pelo ralo. Afff.... Olha, eu posso até ficar apaixonada, mas não sou burra. Sofro calada, na minha, mas não me rebaixo desse jeito. Ver o cara debochando, rindo na sua cara.... argh! Eu me amo mais!
E é assim que a leitura segue: ele a humilhando, ela aceitando. E não gostei muito das conclusões. Algumas coisas ficaram sem serem ditas. Não fica muito claro se Alexei acreditou na inocência de Victoria (tudo indica que sim, mas não foi mostrado 'com todas as letras'). E a empresa da mocinha, o que aconteceu com ela? Afinal, foi por isso que Victoria entrou nessa coisa toda. Não diz como ficou a empresa depois que os mocinhos se entenderam. Ah, e Alexei definitivamente deveria ter sofrido mais. Na verdade, ele deveria ter sofrido. Ponto. Mas a mocinha facilitou demais pra ele. Não fez ele implorar nem um pouquinho, não fez um doce, um charminho, nada.... No máximo uma ceninha, que não convenceu nem a ela. E que durou muuuuito pouco, diga-se de passagem. Teve mais umas coisinhas que me incomodaram no livro (como o quantidade de narração desnecessária que tinha lá.... nossa, lá iam duas, três páginas só de narração). Mas querem saber o que foi bem curioso? Eu não consegui largar o livro até que ele acabasse. Tinha momentos em que eu pensava: "agoooora eu gostei". Claro que na maioria das vezes isso só durava até a página seguinte, mas tudo bem. Deu mais 'emoção' à leitura, rs...
Vi alguns comentários no Goodreads dizendo que o livro era uma perda de tempo, um dos piores livros já lidos, e alguém chegou até a dizer que esse era "o livro mais nauseante, repugnante e horrível". Não é à toa que, no momento em que escrevo a resenha, o livro tenha uma nota 2.7 (de 5) lá no site. Mas eu não chegaria a dizer que foi um desperdício de leitura não. Talvez por não ter expectativa nenhuma com ele, eu tenha levado numa boa (eu sei, difícil acreditar nisso depois de ler minha resenha, mas é verdade). Foi uma leitura interessante. E no final das contas, achei que Alexei e Victoria se mereciam. Quem mandou a mulher não ter amor próprio, né?!
Esse não é um livro que eu releria, mas pra primeira vez até que deu. E pelo que me falaram, fãs da Lynne Graham gostarão da história. Leia se tiver curiosidade. Eventuais xingamentos e desejos homicidas durante a leitura também são normais. E depois me diga o que achou. Vou adorar ver sua opinião sobre ele, hehe!!!!
Quer ler a resenha completa? Então visite o blog ROMANTIC GIRL:
http://su-romanticgirl.blogspot.com.br/2012/10/sharon-kendrick-o-valor-da-conquista.html