Lorran 28/06/2010WWW.SUBTITULO.COM.BRResenha publicada no blog Subtítulo - www.subtitulo.com.br
É engraçado como referências ruins podem facilmente nos conduzir ao erro. Após ler o excelente O Código Da Vinci, procurei outros títulos do autor, esperando encontrar a mesma qualidade. Mas o problema de se usar o "melhor" livro de um autor como referência é que acabamos esperando que todos os seus livros estejam no mesmo nível. Nem sempre estão.
Contei aqui que resolvi ler Eu Sou o Mensageiro, de Markus Zusak, após ler A Menina que Roubava Livros. Neste caso, a experiência foi positiva. Mas nem sempre é. O segundo livro que li de Dan Brown foi Fortaleza Digital, seu primeiro livro - sim, eu tenho mania de querer ler as obras dos autores por ordem cronológica - e, neste caso, acabei relegando Dan Brown a segundo plano. Fortaleza Digital não é ruim. Mas também não tem nada demais - pelo menos comparado a O Código Da Vinci. Acabei não lendo nenhum de seus outros títulos. Tampouco fiquei empolgado com o lançamento de O Símbolo Perdido. Tudo por causa da má impressão que Fortaleza Digital me causou.
Um dia desses resolvi assistir Anjos e Demônios na TV, num canal à cabo qualquer.
- Opa... até que não é ruim não, ein?!, pensei. Acho até que vou comprar o livro.
Foi aí que resolvi ler O Símbolo Perdido. Meu erro foi comparar livros com objetivos diferentes. A narrativa envolvente e o thriller eletrizante - marcas de Dan Brown - estão presentes em Fortaleza Digital, mas o grande diferencial do autor são seus temas pouco ortodoxos e seu gosto por mistérios.
E esses aspectos estão de volta na mais nova aventura de Robert Langdon. Os livros de Dan Brown são uma espécie de catalizador de novos conhecimentos. É impossível lê-lo por inteiro e não fazer pelo menos uma pesquisa no Google sobre alguns temas abordados - por menor que seja. Tenho na minha estante pelo menos cinco livros comprados por influência de O Código Da Vinci. Pode parecer exagero, mas é verdade.
O Símbolo Perdido segue também esse caminho. Só que nesse caso terei que comprar a Bílbia. Minha grande crítica a este livro é justamente no ponto onde ele é mais interessante. Acho que dessa vez Dan Brown pegou pesado no misticismo. O livro vem eletrizante, com um vilão daqueles e uma charada simbólica muito boa. Mas o desfecho... não me convenceu muito.
O tema central gira em torno da Francomaçonaria, da Ciência Noética e dos Antigos Mistérios. Dan Brown faz uma salada mista com esses temas e desenvolve uma teoria sobre como a releitura dos saberes antigos de forma correta é importante, uma vez que grande parte dos grandes avanços modernos se deram através de estudos de textos milenares. O que se deve fazer então é abrir os olhos e compreender a verdadeira mensagem dos antigos ensinamentos.
"Leite para as crianças e alimento sólido para os adultos." - Coríntios