O sorvete e outras histórias

O sorvete e outras histórias Carlos Drummond de Andrade




Resenhas - Sorvete e outras histórias


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Guinho 09/12/2023

DRUMMOND NOS FAZENDO LEMBRAR DAS HISTÓRIAS DE NOSSOS BAIRROS!
Quando se cita Drummond, sempre se vem ao pensamento a fama de poeta do autor, principalmente no momento que está no Ensino Médio ou estudando Faculdade de Letras, como aconteceu no meu caso. São nesses períodos que você escuta aquele famoso poema: ‘No meio do Caminho’, onde não exista ser humano que o tenha inserido em uma legenda de foto em redes sociais. Entretanto, por incrível que pareça, o escritor mineiro também tem jeito como contista e SORVETE E OUTRAS HISTÓRIAS demonstra bem isso.
Existe uma máxima entre os leitores – criadores de conteúdo ou não - que afirmam que livros desse gênero nem são todos os contos que tem qualidade, mas aqui, por se tratar do calibre do autor é claro que isso não ia acontecer, certo? Sim, embora em dois (A IMAGEM NO ESPELHO e NOVO DICIONÁRIO) aja uma certa confusão no término de ambos.
No momento em que passava pelos textos sentia uma enorme identificação, sabem? Uma vez que, em cada um, Drummond narra praticamente histórias de bairros e em grande parte delas, lembramos de situações que passamos nos lugares que morávamos na infância, pois não importa se é aqui ou na China, toda rua tem algo para contar, não é? Ele não deixava de nos fazer esquecer que a maioria dos contos é cheio de humor, exceto em A DOIDA, no qual, apesar do título, há ali, uma história muito emocionante.
“Guinho, é livro clássico? Todo livro assim é chato! Então não vou ler!” Segura o facho aí, geração Iphone! Não vou mentir que Drummond insere palavras difíceis e coloca um forte teor critico social em vários contos, porém alguns deles são tão curtos que esses meros detalhes podem ser superados facilmente com paciência e uma rápida pesquisada no Google.
Não posso deixar de terminar esta resenha sem mencionar um detalhe que, como escritor, gostei muito. No princípio da obra tem uma entrevista montada pela Editora Ática em que há trechos que o autor deu para jornais da época, entendem? Em algumas partes me identifiquei demais, pois, além da personalidade reservada do mesmo ser parecida comigo, ele dava opiniões extremamente bem-humoradas e dicas preciosas para quem deseja ser autor.
Para ser franco, eu, se obtivesse o poder, colocaria este livro como fundamental em todas as escolas brasileiras, mas, como não possuo tal honraria, recomendo a obra para escritores e amantes da literatura nacional clássica.
Nota: 4,9
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delicadas.leituras 02/03/2021

Especialidade da casa
Além de poeta, Drummond também era ótimo contista. Na obra 'O sorvete e outras histórias", cujo conto título foi publicado inicialmente em 'Contos de aprendiz', datado de 1951, o autor, a partir de fatos corriqueiros, elabora uma escrita em prosa agradável. 'O sorvete' é o narrador, provavelmente o autor, e uma lembrança de seus onze anos em Belo Horizonte no início do século XX, precisamente em 1916, época de seus estudos em colégio interno, quando aos domingos era liberado para passeios com um amigo, a despeito da exígua mesada. Parte de uma narrativa ingênua de algo corriqueiro, tomar sorvete, ou nem tanto já que nunca haviam experimentado algo tão gelado.
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Fernanda 29/07/2013

Carlos Drummond de Andrade e a sua prosa
Esse livro é bom para quem quer uma leitura rápida, mas interessante. Sem falar no principal que é desfrutar do talento de Carlos Drummond de Andrade na sua produção em prosa (Eu particularmente conheço mais a sua obra em verso). Muito bom! As histórias são demais, até as mais curtinhas!
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Victoria Catarina 18/02/2012

Um sorvete de abacaxi pode ter sabor de frustração?
O sorvete e outras histórias, Carlos Drummond de Andrade. Editora Ática, 2010.

Esse texto é um comentário crítico do livro “O sorvete e outras histórias”, de Carlos Drummond de Andrade, famoso poeta, contista e cronista brasileiro. Nessa obra, o escritor traz quinze histórias que passeiam entre a crônica e o conto, retratando, principalmente em “O sorvete”, o quanto situações corriqueiras podem ser especiais e até mágicas.
Dentre os capítulos apresentados estão “O sorvete”, “A doida”, “Flor, Telefone, Moça”, “A salvação da alma” e “Câmara e cadeia”, onde constam histórias mais detalhadas, ao contrário das demais que abrigam uma narrativa enxuta de minúcias, porém claras e interessantes, ao abordar assuntos comuns a quase todos os leitores. Como um bom exemplo, “A noite da revolta” relata a discussão entre um casal que está junto há já trinta e oito anos e ainda têm ciúmes um do ídolo televisivo do outro. Já as histórias maiores apresentam uma escrita mais clássica, pois os fatos aludem às cidades, escolas e pensamentos da época em que o livro foi escrito, saindo um pouco da realidade atual, mas não perdendo o encanto. Em “O sorvete”, por exemplo, os dois garotos vêm do interior e estudam em um colégio interno, de onde podiam sair sem supervisão da escola apenas aos domingos. Casos assim eram comuns, mas hoje em dia não é mais vulgar frequentar um internato.
As histórias são incríveis, confirmando o brilhante talento de Carlos Drummond de Andrade de mesclar ficção e realidade num livro bem elaborado, que traz momentos mágicos, mas a todo instante nos lembra de que nem tudo é perfeito. Na escrita das histórias não há defeitos, porém a editora deixou a desejar ao não providenciar notas com o significado de algumas palavras incomuns à atualidade. Além do livro em si, a editora simulou uma entrevista com o escritor, com falas autênticas extraídas de depoimentos dados pelo próprio Carlos Drummond de Andrade a jornais da época, que mostra um pouco quem ele é e como fez o livro e nos aproxima do detentor do mérito deste trabalho brilhante.

Por Victoria Catarina

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