Sagarana

Sagarana João Guimarães Rosa




Resenhas - Sagarana


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OssosDePapel - Instagram 05/11/2022

Não sei se o fato de eu ser mineiro torna a leitura mais fácil; mais prazerosa torna, com certeza.

A escrita do Guimarães Rosa exige concentração e, até mesmo, criatividade para decifrar termos e expressões, que muitas vezes podem não existir em nosso idioma, mas deveriam!

Não é apenas com o vocabulário que JGR brinca. O comportamento humano também vira uma espécie de jogo, que sai das profundezas da engenhosa mente do autor e coloca as nossa em xeque-mate.

Rosa usa os mais singelos personagens para nos confrontar com as mais complexas emoções. Faz do sertão mineiro um universo.

Enfim, nada do que eu disser fará jus a meia página de Sagarana. Dentre todos os escritores brasileiros, desconfio que terei JGR como meu preferido. (Mas preciso ler muito mais, porque quero escolher com propriedade! rsrs)
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Maria 11/10/2022

Sagarana
É uma narrativa meio difícil de entender, em vários momentos eu me confundi, porém é uma leitura bem interessante.
Não é rápido de se ler, mas após finalizar e analisar o apanhado geral dos contos percebe-se a genialidade do Guimarães Rosa.
É um retrato muito bom do povo do interior, do povo brasileiro. Consegui ver certa proximidade com histórias dos meus avós que também são mineiros.
Li em razão do vestibular, porém achei bem interessante, não faz parte da minha zona de conforto, só que é bom sairmos da bolha e dar mais chances para os clássicos brasileiros.
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Haida 06/10/2022

Sagarana Sagarana Sagarana - que palavra bonita!
Eu sempre quis ler esse livro 100% por causa do título!
Sagarana é uma palavra inventada pelo Guimarães Rosa, juntando a palavra nórdica "saga", um radical germânico, de significado próximo a epopéia, com o sufixo "rana", do tupi, que significa a "maneira de", ou "com jeito de". Logo, Sagarana, na minha humilde opinião é “tipo uma epopéia”.
É um livro de contos (ou novelas) modernistas, uma escola literária que nem todo mundo estudou na época do colégio. A maioria de nós foi ali até o Naturalismo, talvez? Uma pena (outro dia falamos disso).
Os contos são:
"O Burrinho Pedrês"
"A volta do marido pródigo"
"Sarapalha"
"Duelo"
"Minha Gente"
"São Marcos"
"Corpo Fechado"
"Conversa de Bois"
"A hora e vez de Augusto Matraga"

Não vou dizer que a leitura é fácil, porque a quantidade de neologismo aqui é grande.
A linguagem predominante é repleta de várias palavras compostas por derivação, abreviação, composição e o texto com diversas figuras de linguagem.

Os contos são ambientados no interior de Minas Gerais. Então, tudo tem um quê de coisa fantasiosa, ditos populares, aquela sensação de “isso não deve ter acontecido assim”. Tanto o conto em si como as coisas ditas pelos personagens. Em vários momentos me vi lendo em voz alta pra que a passagem fizesse sentido. O texto tem muita sonoridade.

Guimarães Rosa é constantemente pedido nos vestibulares. Os livros “Grande Sertão: Veredas” e “Sagarana”, nesse último mais especificamente o conto “A hora e a vez de Augusto Matraga.

Recomendo muito!

É uma delícia. Dá um orgulho enorme da nossa literatura!
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Rebeca1178 06/09/2022

Resenha "Sagarana"
Queria gostar de literatura regional, mas infelizmente não gosto.
Gostaria de ter lido por vontade própria e não por obrigação, mas enfim.
Apesar da escrita ser bastante difícil de ser compreendida, no geral ele é interessante.
Não me prendi nos contos, mas confesso que me surpeendi ao final do primeiro.
A história do autor é bem interessante.
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sofia 01/09/2022

O livro em si é muito bom. Obviamente, eu não vou falar mal do Guimarães Rosa, não sou nem doida pra fazer isso.
Mas, como eu sou uma mera mortal de 18 anos com baixíssima carga cultural, eu não entendi quase nada do livro e tive que pesquisar várias coisas.
Espero ler de novo daqui alguns anos e compreender melhor!
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Gabriel.Larrubia 31/08/2022

Uma das questões do regionalismo era: como transcrever a voz do sertanejo sem ficar ridículo? Ou o sertanejo fala como se fosse da cidade ou a transcrição de sua fala fica esdrúxula nas mãos de um letrado. Graciliano Ramos de certa forma resolve isso em "Vidas secas" não dando voz aos personagens, são pouquíssimas suas falas. Já Graciliano Ramos...
É dito que Graciliano foi o auge e o fim do regionalismo. É dito também que Homero escreveu em um dialeto não existente, ele inventou um dialeto para compor a Iliada e a Odisseia. Épicos se importam muito com a sonoridade, são grandes narrativas que ao mesmo tempo tentam recuperar a magia original da palavra, dar uma força enfeitiçada à ela.
Como já muito dito, Graciliano dominava e estudava diversas línguas, e através desses conhecimentos ele compôs uma língua nova, especial para a fala do sertanejo, do mesmo modo que seu regionalismo, por mais que se passasse no interior de Minas, tinha seus lugares compostos pelo autor. Ler qualquer coisa do Graciliano em voz alta é uma das coisas mais gostosas de se fazer, competindo com ouvir alguém lendo. É incrível a força que o texto ganha ao tentar voltar pra cultura oral, e quando a palavra retoma sua magia... não sei não sei chega
Danilo.Borborema 23/11/2022minha estante
Olá amigo
Acho que você trocou Guimarães por Graciliano em alguns momentos do seu texto.


Gabriel.Larrubia 25/11/2022minha estante
sim KKKKKKKKKKKKK ato falho




Daniel Andrade 16/08/2022

Genial.
Tentei ler esse livre uma cinco ou seis vezes, inclusive várias dessas tentativas foram no período de um ano. E nunca consegui. Até que umas semanas atrás tentei despretensiosamente terminar "O Burrinho Pedrês" e, surpreendentemente, gostei. E aí a leitura desencantou.
De todos os nove contos, só não gostei de "São Marcos" (que curiosamente era o favorito do Guimarães Rosa). "A Volta do Marido Pródigo" e "A Hora e Vez de Augusto Matraga" foram meus favoritos.
A escrita é genial, a ambientação também. Uma pena que muita gente, assim como eu, tenha medo dessa leitura.
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Flávia 03/08/2022

?Cada um tem a sua hora e a sua vez?.
Sagarana é um livro de contos de Guimarães Rosa, célebre autor de Grande Sertão: Veredas. Essa união de nove contos nos permite ver Rosa em sua primeira publicação e o início de seu característico e inovador estilo, marcado pelo regionalismo. O sertão do Brasil é o espaço e pano de fundo das narrativas, quase sempre Minas Gerais. As histórias trazem elementos muito brasileiros e muito próprios dessa região. Os contos são instigantes e bem escritos, sendo a cereja do bolo o último, ?A hora e a vez de Augusto Matraga?. Recomendo muito!
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Daniel.Ribeiro 13/07/2022

A poética do saber como viver, e sobreviver.
Não posso dizer que eu queira falar bem sempre da narrativa do Guimarães Rosa, mas nesse feito, eu cada vez mais me surpreendo.
Para que um lado seja compreendido, o outro se aquieta. E foi o que fiz, eu deixei Guimarães falar em mim, em cada conto, em cada enredo. Sendo por ele feito a busca pelo simples, de como viver nas andanças, senti que fazia parte de cada conto, de cada experiência, como se presenciasse o fabuloso, o inventário, me fiz um personagem, sem ter sido criado.
E na minha opinião, essa é a melhor maneira de se ler Rosa. Querer ser uma testemunha das façanhas d'O burrinho pedrês, presenciar o que conta Minha Gente sobre A volta do marido pródigo, ou falar sobre O Duelo; saber que ouve uma Sarapalha, e ainda mais uma Conversa de bois, é fazer parte do imaginário; onde uma história narrada sabe bem A hora e a vez de Augusto Matraga, se ele tinha Corpo fechado, ou fazia sempre a oração pra São Marcos.
Entre todas elas queremos fazer parte, e entender a poética de como saber viver, e sobreviver nesse universo de Sagarana.
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Pattr_ 25/06/2022

Regionalismo em sua essência!
Durante minha sina de leitor e escritor estive sempre muito atrelado à cultura regional, às raízes interioranas e ao conhecimento popular. Muito disso advém do lugar de onde venho, um lugarejo pequeno, e que dispõe da natural atmosfera dos recantos ocultos desse Brasilzão.
Quando li Sagarana, vi muito dessa atmosfera tal borbotar como que numa torrente; os causos, os termos, as referências e o apelo do sotaque, são todos elementos que compõem essa obra e de modo avultoso. Para toda e qualquer pessoa que aprecia o regionalismo e a cultura caipira, seja do sertanejo goiano ao paulistânico, do estancieiro gaúcho ao peão mineiro, todos irão compreender a essência das histórias que compõem o livro, ainda que escritas há quase um século.
Sagarana se propõe, pela etimologia do título, a se assemelhar a uma saga; e isso não difere realmente da forma em que o texto se constrói. Cada conto tem seu tom, seu enredo e forma; mas são todos esculpidos do mesmo barro. É detentor, como objeto de estudo, de muito saber histórico e sociológico.
Diante de tamanha riqueza literária, nada posso fazer a não ser declarar minha eterna admiração por Guimarães Rosa..!
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ana :) 30/05/2022

Eu tinha escrito um resumo de cada conto, mas deu um total de 12 páginas, então aqui irei colocar apenas alguns trechos.
João Guimarães Rosa foi um escritor da terceira geração modernista, o quer dizer que o regionalismo estava presente em suas obras, junto de narrativas reflexivas e constantes oposições. Em Sagarana, publicado em 1946, os personagens são marcados pela incerteza, tendo suas histórias contadas não de maneira cronológica, por meio de temas universais; marca presença também o neologismo.

CONTO 1- O burrinho pedrês
Personagens principais: Sete-de-Ouros, Major Saulo, Badu e Francolim.
“Era uma vez, era outra vez, no umbigo do mundo, um burrinho pedrês.” (P. 60)
"O burrinho é quem vai resolver: se ele entrar n'água, os cavalos acompanham, e nós podemos seguir sem susto. Burro não se mete em lugar de onde ele não sabe sair!" (P. 74)

CONTO 2 - A volta do marido pródigo
Personagens principais: Lalino (Eulálio de Souza), Maria Rita, Ramiro e Major Anacleto.
“Eulálio de Souza Salãthiel, do Em-Pé-na-Lagoa, nunca passou além de Congonhas, na bitola larga, nem de Sabará, na bitolinha, e, portanto, jamais pôs os pés na grande capital.” (P. 90)
“Mas, um indivíduo, de bom valor e alguma ideia, leva no máximo um ano, para se convencer de que a aventura, sucessiva e dispersa, aturde e acende, sem bastar. E Lalino Salãthiel, dados os dados, precisava apenas de metade do tempo, para chegar ao dobro da conclusão.” (P. 101)

CONTO 3 - Sarapalha
Personagens principais: Primo Argemiro e primo Ribeiro.
“Vem soturno e sombrio. Enquanto as fêmeas sugam, todos os machos montam guarda, psalmodiando tremido, numa nota única, em tom de dó. E, uma a uma, aquelas já fartas de sangue abrem recitativo, esvoaçantes, uma oitava mais baixa, em meiga voz de descante, na orgia crepuscular.” (P. 135-136)
“Ai, Primo Argemiro, nem sei o que seria de mim, se não fosse o seu adjutório! Nem um irmão, nem um filho não podia ser tão bom... Não podia ser tão caridoso p'ra mim!..." (P. 149-150)”
“Bem que havia de ser razoável ter podido ao menos dizer à prima que ela era o seu amor... Porque, assim, tinha fugido sem saber, sem desconfiar de nada... Mas ele nunca pensara em fazer um malfeito daqueles, ainda mais morando na casa do marido, que era seu parente... Isso não! Queria só viver perto dela... Poder vê-la a todo instante…” (p. 145)

CONTO 4 - O duelo
Personagens principais: Turíbio, Silivana, Cassiano Gomes e Vinte-e-Um (Timpim)
“E Cassiano Gomes pensou: vendo tudo o que tenho, apuro o dinheiro, vou no Paredão-do-Urucuia, dar a despedida p'ra a minha mãe. Depois, então, afundo por aí abaixo, e pego o Turíbio lá no São Paulo, ou onde for que ele estiver. E despediu-se de todo o mundo, sabendo que nunca mais iria voltar.” (p. 176)
“— Seu Turíbio! Se apeie e reza, que agora eu vou lhe matar!” (p. 186)

CONTO 5 - Minha gente
Personagens principais: protagonista não nomeado e Maria Irma.
"De repente, notei que estava com um pensamento mau: por que não namoraria a minha prima? Que adoráveis não seriam os seus beijos... E as mãos?!.. Ter entre as minhas aquelas mãos morenas, um pouquinho longas, talvez em desacordo com a delicadeza do conjunto, mas que me atraíam perdidamente... Acariciar os seus braços bronzeados... Por que não?" (P. 219)
“— Que tal você e eu, Maria Irma?
— Um pouco tolos... Um pouco primos.” (P. 231)
“E foi assim que fiquei noivo de Armanda, com quem me casei, no mês de maio, ainda antes do matrimônio da minha prima Maria Irma com o moço Ramiro Gouveia, dos Gouveias da fazenda da Brejaúba, no Todo-Fim-É-Bom.” (P. 238)

CONTO 6 - São Marcos
Personagens principais: José e João Mangolô.
"Primeiro: todo negro é cachaceiro... Segundo: todo negro é vagabundo... Terceiro: todo negro é feiticeiro..." (p. 246)
"De Repente ele ficou cego "E, pois, foi aí que a coisa se deu, e foi de repente: como uma pancada preta, vertiginosa, mas batendo de grau em grau - um ponto, um grão, um besouro, um anu, um urubu, um golpe de noite... E escureceu tudo." (P. 261)
"Não quis matar, não quis ofender... Amarrei só esta tirinha de pano preto nas vistas do retrato, p'ra Sinhô pas sar uns tempos sem poder enxergar... Olho que deve de ficar fechado, p'ra não precisar de ver negro feio..." (p. 268)

CONTO 7 - Corpo Fechado
Personagens principais: Manuel Fulô, Targino e narrador (personagem secundário).
"Mas, com o Manuel Veiga - vulgo Manuel Flor, melhor mente Mané Fulô, às vezes Mané das Moças, ou ainda, quan do xingado, Mané-minha-égua, outros eram os acontecimentos e definitiva a ojeriza: não trabalhava mesmo, de jeito nenhum, e gostaria de saber quem foi que inventou o trabalho, para poder tirar vingança. Por isso, ou por qualquer outro motivo, acostumei-me a tratá-lo de Manuel Fulô, que não deixava de ser uma boa variante." (P. 278)
"— Eu só queria treis coisas só: ter uma sela mexicana, p'ra arrear a Beija-Fulô... E ser boticário ou chefe de trem-de-ferro, fardado de boné! Mas isso mesmo é que ainda é mais impossível... A pois, estando vendo que não arranjo nem trem-de-ferro, nem farmácia, nem a sela, me caso... Me caso! seu doutor..." (p. 281-282)

CONTO 8 - Conversa de bois
Personagens principais: Manuel Timborna, Tiãozinho, Agenor Soronha e oito bois (Buscapé, Namorado, Capitão, Brabagato, Dançador, Brilhante, Realejo e Canindé).
"Mal se amoitara, porém, e via surgir, na curva de trás da restinga, o menino guia, o Tiãozinho um pedaço de gente, com a comprida vara no ombro, com o chapéu de palha furado, as calças arregaçadas, e a camisa grossa de riscado, aberta no peito e excedendo atrás em fraldas esvoaçantes." (P. 305)
“Começamos a olhar o medo... o medo grande... e a pressa... O medo é uma pressa que vem de todos os lados, uma pressa sem caminho... É ruim ser boi-de-carro. É ruim viver perto dos homens... As coisas ruins são do homem: tristeza, fome, calor tudo, pensado, é pior..." (p. 311)
" — Eu acho que nós, bois, assim como os cachorros, as pedras, as árvores, somos pessoas soltas, com beiradas, começo e fim. O homem, não: o homem pode se ajuntar com as coisas, se encostar nelas, crescer, mudar de forma e de jeito... O homem tem partes mágicas... São as mãos... Eu sei..." (P. 326)
"O bezerro-de-homem está andando mais devagar ainda. Ele também está dormindo. Dorme caminhando, como nós sabemos fazer. Daqui a pouco ele vai deixar cair o seu pau comprido, que nem um pedaço quebrado de canga... Já babou muita água dos olhos... Muita..." (p. 333)

CONTO 9 - A hora e a vez de Augusto Matraga
Personagens principais: Augusto Matraga, Dona Dionóra, Major Consilva, Joãozinho Bem-Bem.
"Agora, parado o pranto, a tristeza tomou conta de Nhô Augusto. Uma tristeza mansa, com muita saudade da mulher e da filha, e com um dó imenso de si mesmo. Tudo perdido! O resto, ainda podia... Mas, ter a sua família, direito, outra vez, nunca. Nem a filha... Para sempre... E era como se tivesse caído num fundo de abismo, em outro mundo distante." (P. 355)
"Reze e trabalhe, fazendo de conta que esta vida é um dia de capina com sol quente, que às vezes custa muito a passar, mas sempre passa. E você ainda pode ter muito pedaço bom de alegria... Cada um tem a sua hora e a sua vez: você há de ter a sua." (P. 356)"
"— Estou no quase, mano velho... Morro, mas morro na faca do homem mais maneiro de junta e de mais coragem que eu já conheci!. mesmo, mano velho... Eu sempre lhe disse que era bom... É só assim que gente como eu tem licença de morrer... Quero acabar sendo amigos..." (P. 385)
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Jack 29/05/2022

O cenário como personagem principal
Sagarana nos apresenta o próprio cenário interiorano, mais especificamente o sertão de Minas Gerais, como um personagem vivo, detalhado e cheio de energia. Guimarães Rosa usa neologismos para pescar fragmentos da oralidade sertaneja para nos apresentar em nove contos um clássico regionalista.
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Andrezinn 22/05/2022

Sagarana
Assim como muitos, se não fosse o vestibular nunca teria entrado em contato com um livro de contos que se passam no sertão de Minas Gerais. Como sou teimoso, comecei pelo livro que a maioria julga como o "mais dificil". Contudo, devo dizer que difícil mesmo, pra mim, apenas o primeiro conto foi. A partir do segundo, a leitura foi fluindo maravilhosamente e me senti realmente imerso nesta obra.

No geral, todos os contos possuem personagens cativantes e bem desenvolvidos (até os secundários, que não damos muita bola acabam se tornando muito importantes para o desenrolar das estórias, como no caso de 'Duelo'). João Guimarães Rosa, sabe muito bem como fazer essas transições de narrativas, sem que fique cansativo. Sua exposição de cenários é, indubitavelmente, estupenda. Ao descrever os cenários que um possível leitor não conheça (como meu caso), a Fauna, a Flora e os relevos mineiros são descritos com tal maestria, que João Guimarães Rosa pode ser chamado de Mestre sem que haja alguém para desqualifica-lo de tal título.

Quanto aos enredos dos contos, somos apresentados ao cotidiano de Vaqueiros, jagunços, e a inúmeros outros tipos de sertanejos. Somos também introduzidos a casos de Amor e traição, intrigas políticas entre os coronéis do interior de Minas, as diversas relações humanas entre amigos e parentes, a feitiçaria, a malandragem humana, a vida de animais de criação e as capacidades humanas de mudarmos quem somos.

Há muito o que ser explorado e discutido em cada um dos nove contos do livro, mas vou apenas expor os que mais me conquistaram. São eles: 'Traços biográficos de Lalino Salãtiel ou A volta do marido pródigo ', 'Duelo', 'Corpo fechado' e 'A hora e vez de Augusto Matraga'.

Este livro é uma preciosidade da Literatura Brasileira. Mesmo que ele seja lido por obrigação ou para um vestibular, seus horizontes literários, sem dúvida, serão expandidos. Vale muito a pena ler 'Sagarana' de João Guimarães Rosa.
maduzinha :) 20/07/2022minha estante
vc é incrível fazendo resenha amo




Rinossoro 15/05/2022

Simplesmente sem igual
Sinceramente, um livro muito bem escrito, que inicialmente causa um certo espanto pela escrita abarrotada de expressões próprias do sertão de Minas Gerais, junto a com nomes de plantas, pássaros, tipos de gado e descrições muito detalhadas. Porém, a forma viva com que Guimarães narra suas histórias, dando enfoque tanto aos diálogos quanto à própria história em si, mais os enredos geniais, tornam desse livro um dos meus favoritos. Recomendo-o fortemente e digo para que leia com calma, dando uma chance ao livro. Comece lendo poucas páginas por vez caso esteja difícil, mas se force a ler firme ao menos duas ou três vezes e Sagarana vai te recompensar com uma imersão mágica, de horas e horas guiando bois imensos num caminho tortuoso, ou caçando alguém e ao mesmo tempo fugindo para não ser pego, ou até mesmo vivenciado uma completa e magnífica redenção, além de outros tantos e tantos cenários diferentes, porém tão extraordinários quanto.
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