Memórias do Cárcere

Memórias do Cárcere Graciliano Ramos




Resenhas - Memórias do Cárcere 2


8 encontrados | exibindo 1 a 8


Marcia 31/07/2023

Minhas impressões sobre o livro
Que livro!
Impressionante! Foi uma viagem inesquecível, triste, mas necessária.
Nesse livro encontramos fatos, situações que aconteceram.
FOI REAL!
A que ponto chega o ser humano!?
Graciliano foi preso, torturado, roubado e privado dos direitos que tem como todo cidadão, como homem, como ser humano! Em muitas partes eu quis parar de ler, não estava acreditando, não queria acreditar em tanta maldade, tanta falta de respeito.
É necessário ler e muito para conhecer , para não sairmos julgando e rotulando fatos e pessoas.
Independente de pensamentos ou ideais políticos, precisamos aprender a enxergar o outro com respeito. Quem nos dá direito de retirar um ser humano de dentro da sua casa, da sua família e prende-lo, sem acusação , sem julgamento e deixar esposa e filhos sozinhos? Priva-lo de sua liberdade sem um minimo de explicação e sem direito a defesa???
Como disse o Papa João Paulo II:
"A violência destrói o que ela pretende defender: a dignidade da vida, a liberdade do ser humano."
Recomendo a leitura a todo mundo. Deveria ser altamente recomendada a leitura desse livro.
Nilo.Afomso 04/09/2023minha estante
Pois é,estou no celular de pai por issoa foto de um adulto


Nilo.Afomso 04/09/2023minha estante
Esse livro é sensacional a gente no colégio está fazendo um trabalho de português que a gente vai ler o livro todas as semanas e aí eu escolhi esse livro porque eu achei legal.




Isa409 23/07/2023

A história é cercada por miséria, fome pobreza e injustiças. Muito revoltante, mas a escrita é fluida, fiquei presa na história esperando pelo final.
comentários(0)comente



Patrick 11/11/2022

Após os horrores do porão de Manaus, Graciliano nesta etapa passa pelo pavilhão dos primários uma ala em um presídio, sob condições um pouco melhores, porém seu destino é incerto e a esperança de liberdade distante...
comentários(0)comente



Longa 02/01/2021

Assim como o volume um, fiquei muito interessado com o início do livro mas um pouco enfadonho da metade pra frente. A linguagem é difícil. Mas de qualquer forma, fiquei chocado com as dificuldades passadas na prisão.
comentários(0)comente



Lucas 06/09/2020

O cárcere, segundo um dos nossos melhores escritores: Resenha para os dois volumes
O alagoano Graciliano Ramos de Oliveira (1892-1953), tal como é a realidade da maioria dos seus conterrâneos nordestinos, teve uma vida difícil, mas recompensadora: por meio de um grande talento de narrador, ele deixou um vasto legado na literatura regionalista e que o rotula como um dos grandes escritores brasileiros do século XX (sua obra-prima, Vidas Secas, de 1938, é um livro que toca qualquer pessoa que o lê).

A tal dificuldade mencionada não se refere necessariamente a questões econômicas. Por mais que a família de Graciliano fosse enorme (ele era o filho mais velho e tinha quinze irmãos), o que se sobressai na biografia do autor são as dificuldades enfrentadas de ordem política. E é neste escopo que reside um dos seus trabalhos mais significativos, a obra biográfica Memórias do Cárcere, publicada em 1953, logo após a morte do escritor.

Memórias do Cárcere, dividido em quatro partes e dois volumes (ainda hoje é possível encontrar a obra separada em dois tomos, apesar de uma edição mais recente da Editora Record juntar todas estas quatro partes num único livro) é um marco literário nacional específico de um estilo que recebe o mesmo nome da obra. Se a atual Rússia, só para citar dois exemplos, possui o monumental O Arquipélago Gulag (Aleksandr Soljenítsin, 1973) e o cru e realista Memórias da Casa dos Mortos (Fiódor Dostoiévski, 1862), a obra de Graciliano Ramos não fica atrás em termos de oferecimento de uma visão peculiar que o presidiário possui quando privado de liberdade.

As memórias são fruto de uma experiência pessoal que o autor passou durante o ano de 1936. Então funcionário da Secretaria Estadual da Educação (ou "instrução", como era tratado) de Alagoas, Graciliano Ramos é preso, praticamente de uma hora para outra. Tendo já escrito dois romances (Caetés, de 1933 e São Bernardo, de 1934) e assim como seus contemporâneos, tais como José Lins do Rego (1901-1957), Jorge Amado (1912-2001) e Rachel de Queiroz (1910-2003), todos nordestinos, Graciliano Ramos vivia numa sociedade em ebulição: Getúlio Vargas, então presidente do Brasil, tinha acabado de enfrentar a Intentona Comunista de 1935, uma tentativa de golpe impetrada por membros do PCB, mas sem o apoio formal do partido. Contando com apoio logístico internacional (diga-se, soviético), seu líder, Luis Carlos Prestes (1898-1990), que já havia movimentado o país com a Coluna Prestes na década de 1920, acabou superestimando suas forças junto às unidades militares do Brasil (Prestes era um militar convertido ao comunismo): a tentativa de golpe fracassou por isso e por não ter despertado a comoção popular que se esperava. Getúlio Vargas ainda não era considerado um ditador propriamente dito (historicamente isso aconteceu em 1937, quando houve a instalação do chamado Estado Novo), mas a Intentona Comunista foi uma "centelha", que despertou preocupação do governo federal e conduziu ao regime ditatorial varguista iniciado em 1937 (também justificado em função do Plano Cohen, que previa um regime comunista-judaico no país, mas que hoje sabe-se que foi uma invenção dos militares para que justificasse a instalação da ditadura).

Inicialmente, Graciliano foi preso sob a alegação de ser comunista e por, presumivelmente, ter participado da intentona no ano anterior. Contudo, isto era falso: o escritor não tomou partido neste e em nenhum outro movimento revolucionário. Suas ideias eram contrárias ao getulismo, de fato (tanto que ele acabou ingressando ao PCB em 1945, quando este voltou à legalidade e viajou à URSS nos anos seguintes), mas a narrativa não oferece nenhum pormenor que justificasse a detenção do escritor. Aquele ano de 1936 viu as primeiras coações, ameaças e demonstrações de força de um militarismo que agia com estas intransigências para a manutenção da difundida "ordem", que nada mais era do que garantir que a população fosse "patriota" e apoiasse sem ressalvas as ideias governamentais em voga. Eram as sementes da ditadura promovida por Getúlio Vargas com o apoio de uma parte política e militar (não dissidente) da Revolução de 1930.

Tem-se, assim, um prelúdio que poderia caracterizar Memórias do Cárcere como, antes de um relato pessoal da detenção do autor, uma obra panfletária, um "grito de liberdade" com vieses comunistas. Mas Graciliano Ramos não à toa se tornou um dos grandes escritores brasileiros do século passado: sua obra não destila ódio, rotulações vazias ou paixões políticas enviesadas. É sobre, simplesmente (como se fosse fácil conceber no papel tamanhas experiências), um narrador que sofre as agruras de um embrionário regime ditatorial contando sua trajetória neste período, sem se vitimar ou culpar alguém (o "tratamento" que Getúlio Vargas recebe na obra simboliza isso).

Ao longo do tempo em que ficou preso, Graciliano encontra-se com vários tipos, desde brasileiros comuns a bandidos declarados. Seu olhar de contador de histórias se sobressai sobre a força de sua crítica política. Há momentos sim em que o escritor proclama sua revolta, mas não é este o fio condutor do que ele narra. Em verdade, as andanças que o autor/narrador fez quando detento sem que tenha sido proferida nenhuma acusação formal e as entrelinhas do romance solidificam um ar crítico "involuntário" e generalizado, que muito contribui para que Memórias do Cárcere seja um livro fundamental na literatura brasileira em todos os tempos, não apenas por este caráter opinativo indireto, mas principalmente por relatar a vivência do seu idealizador durante o início de um período difícil para os direitos e garantias fundamentais dos brasileiros.

O passar das páginas de Memórias do Cárcere vai revelando ao leitor nomes bem conhecidos no cenário da época. O mais popular deles é Olga Benário (1908-1942), a alemã que, seguindo ordens de Moscou, veio ao Brasil objetivando liderar a sonhada Revolução Comunista. Ela acaba se envolvendo com Luis Carlos Prestes e, em Memórias do Cárcere, sua presença se dá, inicialmente de forma indireta e descolorida (uma segunda abordagem sobre ela é mais incisiva, contudo). Sabe-se que ela descobriu que estava grávida na cadeia e foi deportada para a Alemanha nazista. Sendo comunista (e também judia), ela foi exterminada, após ter dado a luz à Anita Leocádia Prestes (1937-), atual historiadora e autora de alguns livros. Outro personagem, este menos famoso, mas mais presente nas memórias é Rodolfo Ghioldi (1897-1985), argentino representante da Internacional Comunista e que divide a cela com Graciliano Ramos.

Descrever de que forma Graciliano Ramos via estes e outras dezenas de personagens, conhecidos ou não, assim como pormenorizar a divisão simétrica que a narrativa traça através das quatro partes das memórias, seria trazer revelações que não podem ser aqui feitas para que não se abale nem mesmo minimamente a gratificante experiência de leitura. O cenário comum (prisões de mais oito décadas atrás) logicamente antecipa que não se trata de uma narrativa continuamente agradável. Memórias do Cárcere é uma obra de expressão, de observação, que sabe muito bem os momentos em que pode cruzar a linha entre relato e crítica e, acima de tudo, dá voz a brasileiros comuns, criminosos ou inocentes, que trazem ao leitor uma mistura de sensações, nem todas elas negativas ou repulsivas, muito pelo contrário.

Lutando contra um câncer de pulmão, Graciliano Ramos não conseguiu terminar Memórias do Cárcere. As informações oficiais dão conta de que ainda faltou um último capítulo (na edição em dois volumes da Editora Record, base desta resenha, há um posfácio de um dos filhos do autor que detalha estes últimos acontecimentos). Este aspecto parcialmente "inacabado" não danifica de nenhuma forma o que Memórias do Cárcere é: uma obra singular, de um poder descritivo e reflexivo inigualável que só contribui para a eternidade literária do seu idealizador.
comentários(0)comente



Longa 28/07/2020

A leitura foi um pouco mais difícil pela narrativa mais rebuscada. Os relatos não são diretos, têm um quê de rodeio em cada capítulo. Mas isso não é uma crítica, gostei desse detalhe porém exige máxima atenção a leitura. O fim achei um pouco arrastado. Veremos no volume II agora a conclusão das memórias.
comentários(0)comente



BeatrizViana0 08/01/2019

Muito bom!
A cadeia, mesmo naqueles tempos em que não tinha tanta criminalidade, já era cruel. Não que tivesse que ser leve, claro que não. Mas pelo menos o essencial ao ser humano, que é o banho e a alimentação. Mas, enfim....terminei e gostaria de saber o final. Como ele se viu diante da liberdade.
comentários(0)comente



Rapudo 04/02/2013

acabo de acabar
adoro estas brochuras do círculo do livro. edições com tipos claros, páginas grandes e, melhor de tudo, resistentes. já tinha visto o filme com o verezza, vi uma menção a ele lendo a biografia do Lourenço Moreira Lima (falando sobre os dissensos ideológicos da época, além das descrições do próprio LML e Nemo Canabarro), e fiquei agulhado para ler. Tive uma certa dificuldade para localizá-lo no Estante Virtual e sebos do centro do Rio, pedi emprestado no facebook, e acabei achando na baratos da ribeiro por 25 pratas os dois volumes. não tem o nome do antigo dono. agora tem o meu.

a estrutura do livro é boa para quem lê no ônibus como eu. pequeninos pontos de 3 a 5 folhas tornam sua leitura, na pior das hipóteses, um prazeroso passatempo.

realismo psicológico angustiante.

um escritor seco, irritantemente modesto que surpreende com episódios de pura "turronice", mas incrivelmente alheio a grande parte das paixões que observa e narra na obra.

foram 300 dias entre sua prisão em alagoas, transferêcia por linha férrea a recife, nos porões do manaus vindo para o Rio, e depois Pavilhão dos Primários, Colônia Correcional em Ilha Grande, e o retorno à Sala de Capela.

Me impressiona o quanto seu aspecto exterior e auto-imagem de zé ninguém, do cara comum, homem médio, como isto é extraordinário em todas as situações narradas. o quanto a resignação e o desejo de passar apenas por "mais um" o investem de um caráter claro.

o quanto a consciência de suas limitações o fizeram ultrapassar seus limites. e tudo isso com um olhar relativamente sereno e equilibrado. equilibrado não.

o homem se desumaniza, se despe, se rehumaniza e se investe de sua multiplicidade.

o homem observa despretensiosamente, busca não emitir juízos de valor, mas se revela nas pequenas diferenças, nos últimos e mais desimportantes restos de seu ego.

o militar, o ladrão, o funcionário, a mulher, todos se chocando e se encontrando no humano.

gostei, acho que esperava mais, mas tem um bom tamanho, não assusta nem impressiona, muito embora tenha me envolvido com facilidade.

sem paixão, mas, por increça que parível, um livro de esperança no homem.
regina.pacheco.188 22/04/2017minha estante
Estou lendo no momento este livro e concordo com a maioria de suas observações.
A obra me surpreendeu. Esperava que fosse muito mais pesada . Mas Graciliano é tão contido, tão econômico na adjetivação que o livro se lê com facilidade.




8 encontrados | exibindo 1 a 8


Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com a Política de Privacidade. ACEITAR