Resenhas - Guerra e Paz - Vol. 4

Jonas 15/03/2023

Muito bom
Um livro muito bom que mistura realidade e ficção ao retratar a guerra ocorrida entre a Rússia e a França. Apesar de ser extenso e contar com muitos personagens, o livro não perde o fôlego e mostra a evolução dos personagens ao longo dos anos.

Dafneness 05/09/2022

Eu nunca mais tive paz desde que li Guerra e Paz
Eu tenho a sensação de que esse livro acaba de destruir todas as minhas próximas leituras, porque tenho certeza de que eu nunca mais vou encontrar algo tão bom pra ler.
É uma história que tem de tudo! E principalmente (pra mim): tem absolutamente tudo o que eu amo na literatura de modo muito bem feito.
Eu sei e que um dos pontos mais altos é a reflexão de Tolstói sobre as causas da guerra e sobre a própria História (concordo que é mesmo maravilhosa), mas, e os romances? E os 500 personagens absurdamente humanos? E o desenvolvimento não linear do caráter de Pedro? E a filosofia? E as teologias? E as cenas nos campos de batalha? E as descrições dos povos? E o HUMOR?
Estou muito satisfeita com essa jornada. Impecável. Se houvesse mais 1500 páginas, eu leria com muito prazer.

Marion 08/01/2022

Enfim o fim
As melhores partes do livro são quando Tolstói faz questionamentos do que acontecia em sua época e tentava encontrar respostas para eles:
?A razão humana não pode compreender a correlação e causas dos acontecimentos, mas a necessidade de achar a causa em tudo é inerente ao espírito humano. ?

Filino 20/04/2021

Um grande encerramento para uma obra monumental
O quarto volume inicia-se na décima segunda e alcança a décima quinta parte da obra, além de trazer o epílogo  (dividido em duas partes) e um apêndice. Como nos volumes anteriores, no decorrer do seu relato Tolstói entremeia reflexões acerca da História.

Em relação à trama em si, são dignos de atenção a morte de André, de Pétia e a saga de Pedro. Este último, após ser feito prisioneiro, trava contato com uma curiosa figura de prenome Platão, que tem enorme influência sobre o conde Bezukov nesse período de cativeiro. A retirada dos franceses é relatada, bem como o papel que Kutuzov (tão criticado por vários personagens) teve nisso. Dentre outros episódios, Nicolau casa-se com Maria; Pedro, com Natacha.

A segunda parte do epílogo é totalmente dedicada às reflexões que Tolstói já mencionava no decorrer da sua obra, acerca da História, da natureza do poder, além do conflito entre liberdade e necessidade (a partir de considerações acerca da consciência e da razão). O apêndice explica o porquê de sua obra ter sido escrita daquele modo, contrapondo o fazer do historiador àquele do artista, mencionando que, no que diz respeito a combates, mesmo os relatos daqueles que estiveram diretamente envolvidos podem, com o tempo, se revelar bastante conflitantes. Esse escrito é encerrado com mais considerações acerca da liberdade e da necessidade na apreciação da História.

Uma obra monumental, tanto pela extensão como pela trama - e igualmente pelas reflexões que suscita. A genialidade de Tolstói é exposta numa prosa agradável e instrutiva. Não se deixe intimidar com as quase 1.500 páginas dessa (belíssima) edição; vale muito percorrê-las.

daniel_ 27/12/2020

Leia antes de morrer
Terminei há pouco de ler essa obra monumental e pra mim valeu a pena ter comprado o box da L&PM. Passei praticamente todo o ano de 2020 lendo os 4 livros. Em alguns momentos parei por um motivo ou outro, mas sempre firme em finalizá-lo.

Quando o autor ameaçava deixar a peteca cair, a história tomava um rumo totalmente diferente e ganhava emoção. Tolstói é um gênio mesmo. Dá pra ver que ele tratou toda a história com muito carinho e sabia que Guerra e Paz atravessaria gerações.

Vou ficar com muitas saudades de todos os personagens. E a dica que eu dou é a mesma que Mortimer Adler deu em seu livro "Como Ler Livros": Entregue-se totalmente ao livro. Perceba os detalhes e se esforce para viver nesse mundo, na Rússia do início do século XIX com seu cotidiano e com sua guerra.

Rafaela 03/12/2018

"Não te aflijas meu amigo: depois de uma hora de sofrimento, temos a vida inteira para viver." (P. 1178)
"Amar a tudo e todos, sacrificar-se sempre por amor, era como não amar alguém, não viver uma vida terrena. E à medida que mergulhava nesse princípio de amor ia renunciando às coisas do mundo, ia vencendo a tremenda barreira que sem o amor se levanta entre a vida e a morte." (P. 1194)
"Basta [... ] ver agir as massas de homens que tomaram parte nele [história], para nos persuadirmos que não é a vontade deste ou daquele herói que conduz as massas, mas, muito pelo contrário, é essa mesma massa que a todo momento é conduzida." (P. 1200)
"Por estranho que pareça, a verdade é que a ferida moral produzida por um desregramento do espírito cicatriza-se, pouco a pouco, como uma ferida física, renovando ela própria os seus tecidos, graças à força vital que vem de dentro." (P. 1313)
"Um sentimento mais forte mesmo que a amizade as unia: a convicção de não poderem viver uma sem a outra." (P. 1314)
"Agora aprendera a ver o infinito em toda a parte, em tudo, por isso achava perfeitamente natural que para usufruir da contemplação das coisas eternas já não precisasse desse óculo que lhe permitia ver além dos homens; admirava, à sua volta, com alegria, o espetáculo eternamente mutável, eternamente grande, inacessível e infinito da vida." (P. 1343)
"O amor transbordava do seu coração; não tinha necessidade de pretextos para amar ou então encontrava razões aos montes para justificar o amor que sentia." (P. 1368)
"Assim como o sol e cada átomo do éter constituem esferas perfeitas em si, nada mais que átomos do todo imenso, cuja imensidão é inacessível ao homem, cada indivíduo transporta consigo os próprios fins ao mesmo tempo que serve fins comuns incompreensíveis à humanidade." (P. 1383)

Nessa 16/08/2017

O autor além da narrativa
Tolstói, além da sua imensa capacidade narrativa poética, cuja trama de personagens. além de ser imensa, conversa entre si. É fato que o tamanha da obra consiga assustar leitores em potenciais, mas como Umberto Eco fez nas suas primeiras 100 páginas do O Nome da Rosa, não devem desistir de ler este livro apenas por conta disso. O autor possui uma percepção histórica notável, conseguindo fazer críticas aos historiadores da época e demonstrando, a sua maneira, como foi que tais eventos se passara. Envolvente, encantador e charmoso. A Natacha do começo de nada terá no final, assim como as outras personagens. O tempo passa para a gente, e por quê não para eles?

Carina 21/06/2017

Envolvente e tatico.
Quando me propus ler um livro desse calibre tinha muitas coisas na cabeça, uma delas era que o livro tinha uma linguagem de epoca e que morriam muitas personagens. O autor me surpreendeu por ser muito envolvente nos romances propostos, mas tambem muito preocupado com o cenario social construido e acredito que ateve muito a contar como ele via os acontecimentos historicos. O autor muitas vezes se poem a questionar a historia contada e o historiador trazendo sempre um parentese filosofico.
A estoria se da em meio a guerra entre a França e a Russia com seus interva-los. Traz personagens crianças e os acompanha o crescimento, como uma boa trama traz varios desencontros e encontros e no fim termina bem com casamento, filhos e feliz vida financeira e conjugal. Muitos personagens nos deixam mas propriamente no fim do livro. E acredito que o mais impactante é a morte de Andre e o grande milagre do autor é a liberdade de Pedro.
Entao é isso: o homem pensa ser livre mas esta sempre obrigado a alguma lei e a historia contada muitas vezes nao condiz aos verdadeiros acontecimentos.

luanwsky 28/08/2012

Faz jus à fama
Finalizada a extraordinária trama escrita por Tolstói.

Ao iniciar este livro, estava esperando apenas um bem escrito romance, mas não, surpreendi-me. Guerra e Paz não é apenas um romance, é algo muito maior. Aliás, Guerra e Paz parece não se encaixar em nenhum parâmetro literário que conheço, é uma inovação de Tolstói, onde não houve preocupação quanto à esse aspecto, mas sim, em explanar suas ideias, e isso o fez de forma brilhante. A construção do romance que envolve as personagens principais é feita de forma sensacional, com as histórias entrelaçando-se no final. No livro há uma mistura de estória e de história, além de profundas asserções "filosóficas" sobre os mais variados temas, mas principalmente, uma crítica ao olhar dos historiadores acerca dos acontecimentos no período conturbado europeu da época. O autor nos traz uma grande reflexão sobre a guerra e o que leva os indivíduos a fazê-la. Enfim, um livro que todos os bons amantes da literatura deveriam ler antes de seu momento derradeiro.