Resenhas - Seis balas num buraco só

Anthony61 29/02/2024

O mal que a masculinidade tóxica nos faz
Eu já tinha lido uma edição da revista Cult sobre masculinidades, onde eu me impressionei com os artigos. Afinal, uma coisa é vc ter atitudes com as quais está acostumado e lida com elas com normalidade. Outra é vc ver aquilo sendo escrito e falado e aprende que não é normal, não é saudável. Não preciso nem falar sobre as atitudes que todos nós homens temos e fazemos ao longo da vida, pois o Trevisan expõe muito bem sobre isso e outras coisas mais. Esse livro calcificou todo esse conhecimento sobre masculinidade. Repleto de fontes e referências, Trevisan prova por A + B como a questão do medo da castração é danosa para todos nós. Uma das melhores leituras da minha vida.

Jessica1248 01/09/2023

Comecei lendo esse livro em fevereiro e terminei só no fim de agosto. Realmente não é um livro fácil e tranquilo para ser lido, todavia, penso que é um livro necessário, que busca a desconstrução da ideia do que é ?ser homem? na nossa sociedade. O livro é denso e traz inúmeros conceitos psicanalíticos à baila, o que por si só já torna a leitura mais complexa. Não vou me adentrar nos capítulos, porém convém ressaltar que é uma obra indispensável pra se pensar no fim da masculinidade tóxica e da misoginia.

Bruno Oliveira 15/08/2023

O GRANDE MAL DA HUMANIDADE É O RECALQUE
Ler Seis balas num buraco só: a crise do masculino, de João Silvério Trevisan é encarar a si mesmo, se você se sente masculino, e perceber nos outros, igualmente identificados como masculino, a enorme ferida que carregamos. Não tem como: quem ler verá o mal que é ser homem. O projeto (culturalmente, religiosamente, socialmente, politicamente inventado e amplamente difundido) de ser homem (macho), o patriarcado, a sociedade falocêntrica é a derrocada da humanidade, e nas primeiras páginas já fica bem claro tudo isso! Nesta segunda edição, que é fartamente ampliada com acontecimentos recentes (a pandemia da covid-19 e a ascensão da extrema direita pelo mundo) e por bibliografias pertinentes, Trevisan dá o panorama geral do gênero que até tem salvação, mas insiste, teimosamente, em ir contra o progresso natural da humanidade por medo de castração.

Marcelo Costa 26/05/2023

José Silveiro Trevisan expõe com maestria e conhecimento de causa as mazelas que a cultura patriarcal falocentrista tem contaminado a sociedade como um todo. Referencia trabalhos de viés acadêmico e cultural contemporâneos, sem esquecer dos estudos de outras temáticas que também estão inseridas nos estudos de gênero através da contemplação de autores(a) latinoamericanos. É uma obra importante e que nos faz refletir sobre o modelo de masculinidade e de comportamento oriundo deste que tem sido reproduzido há gerações. Um dos melhores livros que já li até então.

Alexandre249 28/01/2023

As reflexões sobre o masculino
Diante de violências históricas, discriminações, negações e perseguições essa obra nos ajuda a compreender como a sexualidade masculina, na sua forma distorcida, desalinhada ou desequilibrada, pode destruir e manter a sociedade em constante sofrimento.
Ótima contribuição para o entendimento da complexa masculinidade.

Dênis 16/12/2022

Um tratado sobre a (des)humanidade em nós
Um livro pesado. Não é para ser lido em uma tacada só. O peso do livro não se dá por falta de habilidade do autor, longe disso, já que a escrita de João Silvério Trevisan é fluida e atrativa. O peso está no excesso de camadas que o tema da crise do masculino abriga. Ao longo do livro estas camadas vão sendo desveladas e nesta segunda edição, a proximidade do texto com as realidades políticas e socias vividas por toda a humanidade trazem o peso de uma análise contundente. O livro vai do enfrentamento à pandemia e dos governos antidemocráticos da atualidade até a mitologia e a psicanálise para demonstrar a crise do masculino e a necessidade de uma nova construção de sociedade que supere a hegemonia patriarcal e falocêntrica. Um livro primoroso, bem escrito, mas que demanda do leitor um tempo diferenciado de leitura e deglutição do peso que o tema carrega.

Marcelon 29/06/2022

Seis meses enfrentando o meu machismo
Parece louco. Mas esse foi o maior tempo que passei lendo um livro desde que me lembro. E essa demora me incomodava. Tanto que passei a tentar entender o porquê disso e, aos poucos, cheguei a conclusão que cada capítulo demandava de mim um luta interna. Logo eu que me achava anti-machista por ser gay. Que nada! O que mais me fez demorar nessa leitura foi ir descobrindo o machismo raiz que tem em mim e que foi naturalizado desde a infância. Cada capítulo era sinônimo de incômodo. Alguns até de irritação. Cheguei a ler alguns mais controversos mais de uma vez. Nessa obra, Trevisan faz um passeio por aquilo que fundamenta as diversas formas de machismo e, nesta versão revista e ampliada, faz um paralelo com a ascenção do novo Governo Federal e o complexo do Macho Ferido. Explora o tema de maneira riquíssima. Uma sugestão de leitura das mais ricas que eu posso fazer para este ano.