Resenhas - Contra a interpretação

Nicole.Avancini 13/04/2024

Nesta coletânea de ensaios, Sontag se mostra apreciadora e defensora da arte contemporânea, compondo análises especialmente sobre cinema e teatro.

no ensaio que dá título à obra, ela defende uma tese contra a necessidade humana de encontrar sentido em produções artísticas, ou seja, a necessidade de interpretar. para a escritora, a atitude da interpretação é limitante, é realizar um recorte da obra e determinar de forma lógica e racional aquilo que não requer esses termos. por isso, ela defende uma atitude mais ampla ao se observar uma produção desse tipo, seja pictórica ou performática, e observar com um olhar muito mais sensível e muito menos logicamente rigoroso.

ela sai em defesa das artes de estilo expressionista abstrato, como as telas de Pollock e de Kandinsky, muito criticados por não constituírem arte ?de verdade?, conforme o estabelecido padrão mimético. essa necessidade de se encontrar um sentido, um significado à representação pictórica impede que admiremos a obra pelo que ela tem a oferecer, por meio de sua linguagem mais puramente artística. é por isso que Sontag se opõe à interpretação, nesses casos em que a arte não se limita mais a ser uma mera reprodução fiel daquilo que se observa na natureza.

maria 28/02/2024

Susan sontag pfv me diga como eh ter um cérebro farto e um senso inabalável. comprei por causa de notes on camp q eh TÃO formativo acho q todo gay do twitter q usa o termo camp precisa ler. e o resto eh só tão interessante eu poderia ouvir a susan sontag tagarelando sobre arte o dia inteiro ? ela chamando os beatles de desengonçados amo

Paulo 20/08/2023

Ensaios de Susan Sontag
Primeiro contato com uma crítica de uma fama enorme, e merecida. Susan Sontag possui uma tese em Contra a interpretação muito interessante, uma maneira de ver a arte que faz você reconsiderar o que já consumiu. Além disso, os outros textos são ao mesmo tempo acessíveis e não o são: com um tom semelhante ao de um blog em que a autora posta o que estava em sua mente sobre algum detalhe da arte em geral ou de uma obra em específica, e com um ? como o próprio posfácio menciona ? tom de uma recorte de uma época bem longe da nossa. Porém, as obras de que que ela fala me pareceram mais exemplificativas de uma determinada técnica do que algo "só delas", então mesmo não tendo contato direto com elas, eu ainda assim consegui compreender. Definitivamente vou revisitar no futuro

Max 16/01/2023

Erudição...
A premissa do livro é muito interessante, mas há trechos enormes com descrições acerca de técnicas artísticas como os happening, enfadonhas e repetitivas, que fogem do brilhantismo de algumas observações da autora, a fundamentação utilizando-se de citações, torna-se cansativo pois não tendo a erudição da autora a busca no google é constante para contextualizar suas observações. Para mim, foi um livro cansativo e redundante, o que salva são algumas "pérolas" escondidas aqui e ali.
O livro não é prá qualquer leitor.

bardo 23/07/2022

Em vários momentos durante a leitura desse livro me peguei pensando de que talvez não fosse a melhor porta de entrada para a obra da autora, ainda que mantenha essa impressão, fui surpreendido pelo posfácio escrito por Sontag, 30 anos depois nos informando de que os textos aqui contidos na verdade são alguns de seus primeiros. Esse de fato é o seu primeiro livro compilando seus ensaios e de fato reúnem escritos do início de sua carreira, é inclusive bastante curioso o fato da própria autora ter se surpreendido com a importância que seus textos viriam a ter. Durante a leitura impressionam a erudição e a convicção com que expõe seus pensamentos, ao saber que esses são textos de digamos seu despertar literário só aumentam o espanto e a admiração. Apesar disso continuo acreditando que esse talvez não seja o melhor início, a saber ao conhecer demais obras de Sontag. O problema aqui não é a imaturidade ou falta de qualidade, muito pelo contrário; o que me faz duvidar de que essa seja uma boa porta de entrada é que o leitor aproveitará muito mais a leitura se tiver prévio acesso as obras comentadas. Sontag nos oferece um retrato da produção audiovisual de sua época e um pouco antes, comentando sobre uma imensa quantidade de obras, diretores e autores que possivelmente são desconhecidos para a maioria dos leitores não iniciados nessa arte. A despeito disso alguns desses ensaios são atemporais e acessíveis como: Contra a interpretação, Sobre o estilo, A morte da tragédia e Devoção sem conteúdo. Vale ainda mencionar o interessantíssimo Notas sobre o Camp e o divertido A imaginação da catástrofe. No primeiro a autora nos fornece uma boa explicação do que seria o Camp, já no segundo, com um humor involuntário (certamente não intencional) nos resume quase que toda a produção de Sci-Fi criada até então e depois; é impossível não ler e começar a pensar nos filmes que se enquadram nos roteiros propostos.

Auzandir 25/04/2022

Sontag é disney de ideias e novas portas abertas
Lido! (Escalei meu everest)
Ter o prazer de ler #contraainterpretação inteiro é uma conquista pessoal que muito provavelmente vai ter peso somente pra mim e penso que realização também é isso. Saber o que te faz seguir, conhecendo, crescendo como indivíduo.
Onze meses de leitura lenta e reflexiva sobre as opiniões da saudosa e genial Susan Sontag.
O privilégio de poder ?conversar? com ela por páginas e páginas sobre assuntos que (reconheço) eu não fazia ideia e abrir portas que eu nem sabia que existiam.
Sem dúvida, é livro pra mostrar como resposta à pergunta: ?pq ler??
Ler susan sontag é ir à disney pela 1ª vez sem guia: vc nao tem ideia do que vai encontrar ali, existe tanta coisa a se prestar atenção que vc vai desviar do caminho algumas vezes pra admirar a beleza. Vai passar perrengues, mas no final vai ter a tal experiência única.
Achei o documentário sobre ela no hbo max tb e já tá na fila.
Leiam #susansontag
Quanto a mim, continuo o mesmo, ?a favor de uma cultura pluralista e polimorfa.(?) Se eu tivesse de escolher entre The Doors e Dostoiévski, escolheria - evidentemente - Dostoiévski. Mas tenho de escolher??

Biblioteca Álvaro Guerra 25/11/2021

Contra a interpretação é a primeira coleção de ensaios de Susan Sontag. Publicado originalmente em 1966, o livro logo se tornou um clássico moderno e desde então nunca saiu de catálogo, influenciando inúmeras gerações de leitores e fomentando debates no campo de crítica cultural no mundo inteiro.
Sontag que viria a ser uma das maiores intelectuais do século XX, foi pioneira ao abordar a interseção entre as formas de cultura ditas altas e baixas, tomando-as como tópicos de igual relevância, como o leitor pode atestar em " Notas sobre o camp" e " Contra interpretação " , verdadeiros marcos nos estudos de cultura de massa.


Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!


site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535933079

Biblioteca Álvaro Guerra 25/11/2021

Contra a interpretação é a primeira coleção de ensaios de Susan Sontag. Publicado originalmente em 1966, o livro logo se tornou um clássico moderno e desde então nunca saiu de catálogo, influenciando inúmeras gerações de leitores e fomentando debates no campo de crítica cultural no mundo inteiro.
Sontag que viria a ser uma das maiores intelectuais do século XX, foi pioneira ao abordar a interseção entre as formas de cultura ditas altas e baixas, tomando-as como tópicos de igual relevância, como o leitor pode atestar em " Notas sobre o camp" e " Contra interpretação " , verdadeiros marcos nos estudos de cultura de massa.


Livro disponível para empréstimo nas Bibliotecas Municipais de São Paulo. Basta reservar! De graça!


site: http://bibliotecacircula.prefeitura.sp.gov.br/pesquisa/isbn/9788535933079

Gabriela Dunham 16/09/2020

Foi minha primeira experiência lendo algo da Sontag e já quero ler tudo. Em "Contra a Interpretação" encontramos ensaios escritos por ela na década de 60, dentre eles o famoso "Notes on Camp", que já serviu até como tema de exposição no MET. A autora fala sobre cinema - sendo ela própria grande fã de Bresson e Godard, expoentes importantes da nouvelle vague - teatro, literatura, filosofia, sociologia. Não é uma leitura fácil e nem super fluida, já que muitas vezes simplesmente me faltou conhecimento sobre alguns dos assuntos e/ou pessoas citados na obra, o que me exigia parar, pesquisar e só então retomar. Contudo, posso dizer que foi uma experiência bastante enriquecedora. No mais, acho que a Sontag é o exemplo de intelectual que eu gostaria de ser: não só alguém que leu e assistiu muita coisa e tem muitas referências, mas alguém que consegue reunir essas referências, pensá-las e articular algo novo, fazer conexões originais. Que mulher!

Fayetsho 20/03/2020

Estou num período de ler muito Susan Sontag, e ela já se tornou uma escritora essencial pra mim.
"Contra a Interpretação" para mim é um livro sobre artes. A primeira parte que conta com "Contra a interpretação" e "Sobre o estilo" tem uma temática sobre pinturas, mas acabam sendo mais universais. O primeiro já é arrebatador, por como ela comenta da separação que tentam fazer entre "forma" e "conteúdo" de uma obra, e na intenção de interpretar o conteú, desvalorizam a forma.
As partes seguintes podem se encaixar em literatura (parte II), teatro (parte III) e cinema (parte IV), e confesso que não gosto muito desses tipos de ensaios, não pq são ruins, mas pq são muito específicos, que só fariam sentido se eu conhecesse sobre o q ela comenta (ou tlvz o objetivo tenha sido instigar a ler).
E por fim, a parte V seria sobre cultura, com destaque de "Notas sobre camp".
No geral, gostei bastante do livro, e Sontag me encanta muito. Ela já se tornou uma autora fundamental na minha vida.