spoiler visualizarIviny Carvalho 24/11/2020
AMOR SEM CONFIANÇA?
Podemos chamar o que o mocinho desse livro sente pela mocinha de amor?
Tenho sérias dúvidas com respeito a esse sentimento dúbio. Amar sem confiar. Amar sem se doar. Amar sem estar presente.
Esse livro nos faz questionar tantas coisas e nos trás poucas respostas mesmo após o desfecho.
Vamos ao começo...
Se não fosse pelo avô do mocinho, duvido e muito que ele procuraria a mocinha, apesar de ter sido dito vagamente que ele mesmo procurou por ela. Ok, vou dar um crédito e "acreditar" pra não ser tão crédulo quanto ele e aceitar que isso ocorreu. A pergunta que não quer calar? Porque com tanto dinheiro não fez como o avô e procurou por detetives para encontrar a mocinha? Pra mim não colou, mas como disse anteriormente, vou dar esse crédito a ele e fingir que acredito.
5 anos se passaram e a mocinha que ao ser expulsa da vida do mocinho estava grávida, não via outra alternativa a não ser se mudar e recomeçar sua vida longe do homem que ama. Não preciso nem comentar que o amor por ele não diminui nem um pouco ao longo dos anos e só faz aumentar cada vez que olha para os gêmeos frutos daquele amor que tanto lhe fizera sofrer.
O fato é que como o avô do mocinho descobriu que ela havia vendido o quadro que tanta amava, imaginou que ela estava passando por apuros. O que era verdade, devido a uma cirurgia que seu filho precisava fazer devido a uma má formação no pézinho. É claro que ela não deseja ter ajuda do pai das crianças devido a todas as suspeitas que o mocinho levantou sobre ela.
Acusada de traição de todas as maneiras possíveis e até mesmo risíveis.
Há ainda uma passagem que o mocinho tem ciúmes dela enquanto lê os livros de poesias de sua mãe.
Sinceramente, é tanto complô contra a mocinha que da até desgosto. Governanta que não gosta dela, "amiga de trabalho do mocinho" que odeia ela e vive pra cima e pra baixo com ele, ex professor que mente sobre ser amante dela e mesmo no final, quando você pensa que ele vai finalmente mudar e tem certeza de que tudo vai dar certo, algo acontece e o mogrinho deixa claro o que pensa...
Para ele, sua mulher sempre será traidora e seus filhos sempre serão filhos da traição.
Uma traição que é tão óbvia que nunca ocorreu. E o que é pior, uma traidora dentro da empresa que é tão mais óbvia desde o início do livro.
Tinha tudo para ser bom. Se não fosse passar o livro todo apurrinhando a mocinha por algo que ela não fez e por motivos tão torpes.
O avô dele era o mais consciente desse livro... não desenterrem o passado, se quiserem alguma chance para o futuro.
Ele nunca deu uma chance para esse futuro e o ciúmes se tornou tão feio, tão bobo, tão desnecessário que não é sentido no final.
O que é preciso para acabar com o amor?
Pra mim, basta saber que depois de tudo, ele acreditava mais em qualquer cachorro do que nela. E no final, ela precisou correr atrás do Tomé para fazê-lo acreditar na verdade.
Ora, faça-me o favor...
:( Isso é amor tóxico, fim!