Clio0 22/12/2011
Uma história complexa sobre uma vida extremamente rígida contada da forma mais sútil que você possa imaginar.
Kazuo Ishiguro, o autor e ganhador do prêmio Nobel de literatura, normalmente escolhe narração em primeira pessoa, então tudo o que se lê nesse livro deve ser tomado com um grão de sal. Tudo o que Stevens nos conta, não é verdadeiramente para nós, mas para si mesmo.
Não pense que você vai ler sobre a vida pacata de algum mordomo, sobre detalhes sórdidos da vida de algum nobre, ou sobre algum romance oprimido pelas normas morais ou sociais... você vai, mas o tema não é sobre isso.
Em pouco mais de duzentas páginas, Stevens faz uma apologia da própria vida para si mesmo.
Com um detalhamento lúcido, o personagem tenta justificar todos os seus atos com uma lógica que seria brilhante, se não fosse o fato que questionamento implica dúvida. Tente equilibrar razão e sensibilidade com sutileza e observe a ironia velada com que o autor descreve tudo. Essa complexidade já é o suficiente para fazer a leitura valer a pena.
Há também um ótimo filme de 1993 com Anthony Hopkins e Emma Thompson, e um Christopher Reeves pré-acidente.