Ana Karolê || @anakaroline_gc 25/06/2020
Leitura atípica, grata surpresa
Esta é uma leitura atípica para mim, mas quero dizer o quanto ela me preencheu nesse período de isolamento. Falar de amor, explicá-lo e entendê-lo é para poucos. Senti-lo é ainda mais impar. Posso dizer que Camões faz isso com maestria.
“Ah o amor..
que nasce não sei onde
vem não sei como,
e dói não sei porquê.
“Para Tão longo amor tão curta a vida” traz em suas páginas os sonetos e outras rimas de Camões. Nascido em Lisboa em 1524, tornou-se um maiores poetas e representantes da literatura mundial. Famoso por ter escrito “Os Lusíadas”, aposto que você viu os versos de Camões por aí. Quem não conhece esse aqui?
“Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói, e não se sente;
É um contentamento descontente,
É dor que desatina sem doer.” (p. 23)
A cada página desse livro, aprendemos mais sobre o amor. Os sentimentos de Camões são profundos, dramáticos, sinceros. Por vezes, dissimulados, mas sempre reais. Em meio aos sonetos (quem não lembra as aulas de literatura na escola?), temos ainda cantigas, elegias, odes... Diversas composições e estruturas poéticas para todos os gostos e sempre trabalhadas pelas características do autor, as rimas, métricas, valorização do homem, suas crenças e sentimentos.
Eu li esse livro no decorrer do mês. Fui lendo, fluindo e me deixando levar. Eu tive tantas memórias afetivas, lembranças e cheiros da escola. Lembrei de minha professora de literatura @martabatista12 e a de redação @diana.claudia.oliveira . Lembrei de como um dia fui apaixonada pelos versos de Camões e tinha me esquecido disso!
Pouco se sabe sobre a vida de Camões. As informações são incertas, mas sua obra fala por si. Segundo a biografia disponibilizada nesse livro, morreu em 10 de junho de 1580. Coincidência ou não, o mesmo mês no qual me reconectei com suas palavras. Em período de quarentena e incerteza, encontrei conforto em suas rimas e versos.
“ouçam a longa história de meus males
E curem sua dor com minha dor;
Que grandes mágoas podem curar mágoas.”(pg. 56)