A porta

A porta Magda Szabó




Resenhas - A Porta


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Alessandra 13/04/2024

Como a autora bem coloca no primeiro capítulo, esse livro foi escrito para os Homens. É uma incrivel metáfora/relação com o cenário pós-guerra que a própria autora enfrentou. 

"Havia dois tipos de pessoas no mundo de Emerenc, quem varre o chão e quem não varre."

Existe um paralelo perfeito entre uma empregada e uma porta: seu artigo é no feminino, se você não obedece as leis sociais é tomada como louca, ou "burra como uma porta". Pra que essa porta fechada? A você não é resguardado o direito de ter segredos, muito menos vontades e desejos. Você só tem uma obrigação na vida: abrir e fechar, como manda quem tem a chave.

Uma leitura fora do óbvio, que não segue as regras dos romances mainstream que estamos acostumados a ler. Sem um grande clímax ou final mirabolante, aqui é a realidade nua e crua que nos interessa.

"A senhora nunca entende o que é simples, quer sempre entrar pelos fundos, quando a outra porta está bem na sua frente."
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mari 04/03/2024

A porta
Emerenc é uma imensidão de vida, uma pessoa que acumula em si estruturas inabaláveis que ultrapassam entendimento. A amplitude de sua história não poderia ser comportada dentro de uma pessoa só, a narradora mesmo soube de muitos detalhes depois que outras pessoas lhe contaram. É um livro tão pequeno que é surpreendente a dimensão que toma dentro de você, a cada palavra e capítulo se faz uma marca profunda no leitor. As frases se acumulam e ganham significados cada vez mais complexos, montar o quebra cabeça que é Emerenc é uma passagem para a vida la quando ela já esta em seu final.

Eu gostaria de poder explicar esse livro mas é muito difícil dizer qualquer coisa, ele contém em si uma magia mundana, assim como uma concretude, uma humildade, conversa sobre fé, comunidade, família, e acima de tudo discute o lugar que é reservado a uma pessoa velha num mundo paralisado pela rigidez do normal.

?Se Emerenc acreditava em alguma coisa, era no tempo, em sua mitologia pessoal, o Tempo era o moleiro de um eterno moinho, que peneirava os eventos da vida do saco que cada um leva para moer. Ninguém ficava de fora, de acordo com Emerenc, mas estava absolutamente convencida, mesmo sem entender, que o trigo dos mortos também era moído e despejado no saco, apenas são outras pessoas que levam a farinha nas costas e fazem pão com ela.?
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Fernanda 13/02/2024

Clube do Livro Põe na Estante - Janeiro de 2024
O mais maravilhoso de participar de um Clube do Livro, com membros interessantes, é a variedade de autores que são eleitos para as leituras, nacionalidades e estilos diversos.
Esse título me conquistou, romance húngaro, com muitas camadas, muito sensível, muitas interpretações, a discussão foi linda!
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Eduardo 31/01/2024

Impecável!
Uma obra de extrema crítica social, com requintes de crueldade haha.

Nela podemos ver a forte influência da época e ideologia vividas pela autora durante a segunda guerra mundial, o impacto da religião em suas convicções, da frieza e ceticismo com que adota seu estilo de vida.

Um livro para se emocionar e, mesmo sendo clichê, fazer-nos refletir sobre como estamos agindo com as pessoas que amamos.
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Rodolfo Rocha 27/01/2024

Hungria ??
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A narrativa habilmente tece elementos de suspense e reflexão sobre amizade, poder e solidão. Szabó oferece uma escrita envolvente que conduz os leitores por um mergulho profundo nas nuances da natureza humana, deixando uma marca duradoura na experiência de leitura.
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Nandara.Secco 19/01/2024

Um mundo chamado Emerenc
Neste livro, temos os detalhes e o desenrolar de uma relação entre patroa e empregada, mas que vai muito além disso, numa atmosfera quase que onírica, irreal.
Embora a construção da personagem Emerenc, a empregada, seja muitíssima interessante, como daquelas que são eternas na literatura, de alguma forma, ela me incomodou. A relação extremamente conflitante das duas, repleta de muita mágoa, humilhação e desajustes me causou uma agonia profunda ao longo da leitura, pois nunca havia um "meio termo", uma vez que Emerenc não baixava a guarda.
Além disso, a sensação de que não é um romance, já que não havia progressão de ações na história, também foi algo de que não gostei. Pareceu-me mais um diário, ou um livro de memórias com acontecimentos variados e soltos, o que é interessante, mas que aqui não ficou tão bom.
No entanto, o ponto positivo foi a síntese que a autora fez do sentimento pós guerra na Hungria, o que é importante de se observar no contexto e bastante interessante, e que, talvez, explique o mundo de sentimentos, medos e ensinamentos de Emerenc.
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Tah_baddauy 23/12/2023

Demorei para terminar, não foi uma leitura que engajei de primeira, o desenvolvimento é lento, a leitura é rebuscada, a porta me parece uma metáfora. Uma história sobre aceitação.
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Evelyn 07/12/2023

Emerenc
Sei lá! Esse livro é de uma beleza tão sutil que emudece a gente. Não consigo dizer nada.

É uma história muito simples e contada de forma tão despretensiosa, que a gente não sente no que está adentrando. Uma rua, duas mulheres, classes diferentes. Muito afeto, mas também muitos desencontros.

A história de uma mulher que é pura força da natureza e, por isso mesmo, nem sempre parece justa. Carrega consigo só a si mesma e, ainda assim, leva todo mundo junto. E outra que a observa, meio sem entender e, quando se dá conta do que a honra significa pra quem não teve mais nada, é tarde demais.
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Tatiane.Gatto 12/11/2023

A Porta narra a estreita relação que se estabelece entre duas mulheres na Hungria dos anos do pós-guerra.
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Na Tancredi 05/11/2023

Entregou tudo
Comecei esperando nada (não sabia nem a sinopse) e essa mulher me entregou tudo e mais um pouco.
Peguei esse livro para um projeto de volta ao mundo com livros e esse foi meu livro da Hungria. Ainda bem!
Ele começa de mansinho, e no inicio é um pouco estranho, a personagem da Emerenc é bem estranha, e o tempo vai passando e a gente vai vivendo com essa mulher junto com a narradora. Escrita incrível.
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Giovana Laursen 29/10/2023

Tive uma mistura de sentimentos, acabei esperando algo diferente quando comecei a ler e não entendi direito, demorei pra pegar o fio e realmente me interessar. A história da Emerenc e os motivos dela ser como é são bem impactantes e gostei muito de conhecer essa personagem, porém a relação dela e a da patroa só me incomodou.
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AleixoItalo 21/10/2023

A trama desafia a simplicidade de sua premissa inicial, onde uma escritora bem sucedida contrata como governanta, a misteriosa Emerenc, uma mulher bruta, cheia de convicções e segredos, que vão desde detalhes pessoais até a algo misterioso que ela mantém oculto em sua casa, trancado atrás da porta. A estranha relação, entre a polida escritora e a ríspida governanta, se desenvolve aos solavancos, envolvendo o leitor na teia de conexões entre as duas personagens e a cada passo dado, uma rachadura para o passado se abre revelando aos poucos os segredos de Emerenc.

Contraditória e envolta em mistérios, a grande estrela da trama, Emerenc, atinge ares místicos e se torna quase uma entidade, a mulher possui uma natureza tempestiva que evoca o melhor das personagens de Dostoiévski, sempre revoltosas e descontentes com tudo, desamparadas pela falta de sentido na vida. É difícil delinear sua natureza, uma vez que parece conhecer, ansiar e rejeitar tudo na mesma medida, só a vamos conhecendo melhor, quando traços do seu passado vão sendo desnovelados: tragédias, abandonos, traições, Emerenc acumula memórias como acumula objetos!

Em certa medida, esse livro tem um pouco da essência de Ponte Sobre o Drina, usando a estratégia de descortinar a passagem do tempo através de microcontos, mas enquanto a obra de Ivo Andrić estabelece a famosa ponte como foco dos eventos, aqui é Emerenc quem traz consigo histórias e experiências do século passado. Sem sabermos ao certo a idade da personagem, ela acumula sobre si todas as grandes mudanças pelas quais a Hungria passou no século passado, desde as mudanças na estrutura do poder, as guerras, a invasão nazista e as próprias tragédias pessoais.

Esse que talvez seja o ponto forte do livro, o retrato do passado pelas memórias de Emerenc, acaba sendo atrapalhado pela própria rigidez da personagem para com suas lembranças, de forma que a narrativa se torne atravancada. As lembranças são dramáticas e instigantes e muitas por si só valeriam uma obra separada, mas muito desse "retrato" se perde em meio a interações turbulentas com os outros moradores e principalmente no peso que se dá ao desinteressante "mistério final", que acaba destoando muito do resto da obra e gerando um final apático.

A escritora Magda Szabó que foi perseguida pelo regime e viveu às turras com o governo, concebeu A Porta, como um romance com pitadas autobiográficas, e é justamente por conta disso, que gosto de imaginar que o livro vai além das relações humanas das personagens. Enxergo Emerenc como uma representação da própria pátria de Magda: turbulenta, cheia de mudanças, hostil e ao mesmo tempo acolhedora, forjada de tragédias e por quem a escritora tem uma relação que vai do amor ao ódio, como alguém que não suporta mas sabe que no fundo ama seu país!
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Marcia 24/08/2023

Que história!! Relacionamento difícil, momentos perturbadores e muitos acontecimentos que nos levam a reflexões. O livro é um pouco autobiográfico pois tem muito da história da escritora. Ele vai nos contar sobre o relacionamento da Magda, uma escritora muito talentosa e sua empregada Emerec. Magda no começo do livro encontra problemas com a publicação de seu livro. Problemas possivelmente politicos pois a Hungria estava com seu governo bastante tumultuado e a população sofreu muito. Nesse livro aos poucos vamos conhecendo a história dela e principalmente a história da Emerec, história muito emocionante e nos mostra como Emerec foi guerreira e como esses acontecimentos fizeram com que ela se tornasse tão difícil e desconfiada das pessoas. Ela amava os animais mas tinha um jeito estranho de educa-los. Todo mundo confiava em Emerec mas ela não confiava em ninguem ou confiava muito pouco.
Uma história arrebatadora e o final nos tira o fôlego
Valeu!!!
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Nana 01/08/2023

Livro nr 30 do projeto "A volta ao mundo através dos livros"
País sorteado : "Hungria"

Que livro sensacional!!
A protagonista Emerenc é daquelas personagens inesquecíveis que podem se passar anos e anos e vou lembrar do livro, esse sim eu chamaria de "clássico".
Emerenc é uma idosa, rabugenta , muito forte, tanto fisicamente quanto na personalidade. Ela trabalha como zeladora em um prédio e também como empregada na casa de uma famosa escritora da Hungria, com quem tem uma relação afetiva conturbada, é uma mistura de amor e ódio muito interessante.
A escrita é envolvente e marcante. Entrou para meus favorito com certeza!

Obs: Li que tem um filme chamado "Atrás da porta" que é baseado no livro, vou procurar pra assistir.
I Danielle I 03/08/2023minha estante
Fiquei bem interessada em ler, obrigada!




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