Maria - Blog Pétalas de Liberdade 16/12/2015Vampiras"As quatro se reuniram na sala de estar com a pizza, o grande pote de batata frita e comeram juntas, enquanto conversavam e assistiam a um filme na TV; uma cena aparentemente normal, se não fossem os copos cheios de sangue humano que estavam apoiados na mesinha de centro." (página 10)
No livro conhecemos Mika, Midore, Rukia e Tomoyo, quatro vampiras com aparência de adolescentes que moram num apartamento em Nova York. Cada uma passará por uma situação diferente que lhe despertará lembranças, e é através dessas lembranças que a história nos é contada.
Atualmente, elas evitavam se misturar com os humanos, mas nem sempre foi assim, houve uma época em que elas até estudaram em um colégio em Londres, mas alguns acontecimentos mostraram que era impossível vampiras conviverem tão intensamente com humanos. Não que elas atacassem as pessoas, mas elas tinham sede de sangue, e era difícil se alimentar cercadas por humanos.
Sendo "jovens" e bonitas, era normal que despertassem interesse e se interessassem por relacionamentos amorosos, mas amar sendo uma vampira não era uma coisa fácil. E elas tiveram que aprender a viver com a dor da perda, o peso das consequências de suas escolhas e a culpa por relacionamentos que não deram certo.
As quatro nunca quiseram ser imortais nem se conheciam antes da transformação, cada uma tinha sua história e seus sonhos, mas não foi por acaso que elas foram escolhidas para se tornarem vampiras há muito tempo atrás. E o ponto mais impactante do livro é o motivo por traz da transformação das jovens, e a descoberta de que a antiga ameaça parece ainda estar rondando.
" - Então ele pretende tomar o corpo de algum deles? - perguntou Rukia.
- Acho que sim. - respondeu Tomoyo, ainda com o corpo e a voz trêmulos.
- Temos que impedi-lo. - falou Rukia em um tom determinado.
- E matar Volker de uma vez por todas! - disse Midore, com olhar de raiva, já que Volker foi o responsável pela sua transformação e pela morte de seus pais.
- Mas antes temos que saber quem realmente é o alvo. - disse Tomoyo." (página 107)
Confesso que eu quis ler Vrykolakas por ter achado o título curioso e por ter gostado da capa, sem expectativa alguma, e terminei a leitura bem satisfeita com a história da Nathalia Yamao. Ela fugiu do que já conhecemos sobre vampiros na literatura, acrescentou toques da mitologia e da cultura japonesa (ela é descendente de japoneses) e tornou Vrykolakas uma obra única. Os vampiros da Nathalia bebem sangue sim, mas não tem medo do sol ou precisam dormir em caixões, por outro lado, alguns são mais poderosos do que os outros, especialmente as protagonistas, que tem dons especiais.
"Depois de viverem por tanto tempo, as quatro acumularam muitos imóveis, que geravam uma quantia considerável para elas, e além disso, para pessoas que podiam manipular o tempo, o vento, a terra e realizar qualquer tipo de sortilégios, a falta de dinheiro nunca seria um problema. Habilidades que as diferenciavam dos outros de sua espécie, algo incomum mesmo para o mundo místico, e que as tornavam desejáveis para todos os outros." (página 10)
A autora optou por contar a história voltando no tempo, no início estamos nos dias atuais e a trama começa de forma bem despretensiosa, depois vamos para Londres em 1960, depois para Madri no início do século passado, e vamos voltamos até antes da transformação das protagonistas; no final da história estamos novamente nos dias atuais. Creio que se a autora tivesse optado por seguir uma linha do tempo diferente, começando a trama quando as protagonistas ainda eram humanas e depois mostrando o que elas enfrentaram ao longo do tempo, a história ficaria ainda melhor, pois o leitor compreenderia a sequência dos fatos com mais facilidade.
O livro termina de um jeito que pode ter continuação (que eu adoraria ler, por sinal), mas não achei nada a respeito disso pesquisando na internet. Se alguém souber de alguma coisa, me conta por favor. Se eu descobrir novidades, edito a resenha e conto para vocês.
Achei a capa super bonita, tem a ver com a história, gostei das cores e das fontes escolhidas. A diagramação está boa, com margens, espaçamento e letras de bom tamanho. As páginas são amareladas.
Vrykolakas: apenas lembranças me surpreendeu e é uma boa indicação para quem procura uma leitura rápida ou um livro que foge dos clichês que já vimos por aí quando o assunto são vampiros e outros seres sobrenaturais. É também uma boa indicação para quem gosta de livros relacionados ao Japão ou que gosta de autores nacionais.
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