Funny Girl

Funny Girl Nick Hornby




Resenhas - Funny Girl


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14/09/2015

A verdade é que se fosse qualquer outro autor eu não estaria tão empolgada em ler este livro. Adoro como o Hornby escreve, principalmente seu senso de humor e já li todos os seus trabalhos de ficção. Mas neste livro nenhuma de suas características estavam presentes.

A história se passa na década de 1960, durante o que viria a ser conhecido mais tarde como os “Swinging Sixties” ou “Swinging London”, aquela época de mudança fashion e cultural que ocorreu em Londres.

Acompanhamos a trajetória de Barbara – que depois de umas dez páginas adotará seu nome artístico, Sophie Straw - que por ser apaixonada por comédia, sempre sonhou em seguir os passos de sua ídola, Lucille Ball, aquela do seriado I Love Lucy. Barbara é linda e poderia se contentar em ser a Miss Blackpool, título que ela conquista em sua cidade natal, mas na hora da coroação, resolve deixar tudo para trás e ir para Londres seguir o seu sonho. Lá ela conhecerá o restante dos personagens desta história: dois produtores gays, um assumido e outro não. Um diretor vivendo um casamento fracassado. Um ator narcisista e outros personagens menores para “dar liga” na história.

Senti que nenhum deles é realmente desenvolvido pelo autor. Não tem uma real evolução e as coisas vão acontecendo meio que do nada. Um personagem se apaixona pela Sophie lá pela metade e não senti química para isso. Ou o fato de lermos o tempo todo o quanto a Sophie é engraçada – vide o título do livro - e não entender bem o motivo. Ele fala, mas não mostra, e acho que é um dos maiores erros que um escritor pode cometer.

A impressão que passou é que ele tentou dar muito mais importância para o pano de fundo do que para seus personagens. Ás vezes isso dá muito certo, mas não é o caso aqui. São páginas e páginas falando sobre os programas de TV e rádio populares da época, escritores e diretores reais, peças, lugares, etc. Eu adoro ler sobre a revolução cultural que ocorreu nos anos 60, mas neste livro são coisas muito específicas e só quem realmente viveu aquela época - eem Londres! - irá realmente entender essas referências. Pareceu muito mais um trabalho de pesquisa do que qualquer outra coisa.

Acho que ele é um escritor que dá muito mais certo escrevendo sobre assuntos contemporâneos. Na minha visão, é quando ele realmente ganha voz.
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