Kenia 23/07/2016"'Puzur Sarraq." 'Puzur Vandelel.' 'Puzur, o escorregadio.' 'Puzur, o ladrão de relíquias.' 'Puzur, o veloz.' Eu me questiono se alguém com tantas alcunhas possa acabar esquecendo a própria identidade."
A dinâmica desse livro segue a mesma do primeiro, ou seja, alternando passado e presente. No final do primeiro livro descobrimos que as espadas gêmeas de Adapak eram um trio: Igi, Sumi e Lukur. Elas eram empunhadas pelo famoso ladrão Puzur, que tinha a fama de viajar entre os continentes mais rápido do que qualquer meio de transporte.
Sendo assim, acompanhamos o ladrão em ação, participando de um importante roubo durante uma festa. Em meio à fuga, ele se depara com Laudiara, uma cocheira humana, e sentindo pena da garota, a leva consigo. Os capítulos referente ao passado contam a história de convivência entre Puzur e Lau, onde Lau acaba obrigatoriamente se tornando sua companheira de aventuras de uma forma inusitada, e ambos devem enfrentar os perigos que surgem a cada passo da jornada com o verdadeiro objetivo do ladrão sendo revelado aos poucos.
Já os capítulos focados no presente envolvem Adapak, que se tornará conhecedor de sua história ao entrar pela primeira vez em uma biblioteca. Ele encontra um diário que fez parte do grupo dos Zeladores que tentaram de todas as formas capturar Puzur, sem sucesso. No decorrer da leitura, Adapak descobre que Puzur, o ushariani, não influenciou somente sua vida, como a história de toda Kurgala.
Além de nos envolvermos com a história de Adapak e Puzur, Affonso nos dá mais detalhes da mitologia que envolve seu universo, nos revelando histórias sobre lugares, pessoas, por exemplo quando Adapak lê sobre as outras raças, nos explicando o significado dos nomes. Além disso, somos presenteados com o mapa de Kurgala!
Uma coisa bem bacana, no meu ponto de vista, é o foco desse livro, que é inteiramente em Puzur e sua jornada. Quando surgem os capítulos da narrativa de Adapak, eles são menores e mais monótonos, não deixando claro de ser relevante para a trama, já que elas entrelaçam mais pra frente fazendo mais sentido. O final é meio pertubador, já que deixa o leitor com a sensação de que ficou faltando algo. É, realmente ficou faltando. Affonso e sua mania de nos deixar ansiosos pelo próximo volume!
O Espadachim de Carvão e as Pontes de Puzur é uma leitura leve e rápida e interessante com somente 190 páginas, que podem ser lidas em apenas um dia. Super recomendado!